terça-feira, 7 de junho de 2011

O MAIOR PRODUTOR DE LEITE DO BRASIL

A ligação de produtores de leite do Sul de Minas Gerais com São Paulo, o principal mercado consumidor do país, continua até hoje. Um exemplo é Orostrato Olavo Barbosa, de Guaxupé, que instalou na cidade vizinha de Tapiratiba, em território paulista, a sede da Fazenda São José, maior produtora de leite do Brasil.
A propriedade produz leite e café e ocupa terras dos dois estados. Os cafezais estão em território mineiro, ao contrário do que diz a canção de Noel Rosa — “São Paulo dá café, Minas dá leite, e a Vila Isabel dá samba”. Com cerca de 3.000 animais em lactação e uma produção média de 25 litros por cabeça, a produção diária é de aproximadamente 75 mil litros de leite tipo A, industrializados na própria fazenda e vendidos em grande parte na capital paulista, a 290 quilômetros de distância.
Olavo Barbosa, como é mais conhecido, nasceu em 1923, em Guaxupé, onde começou a trabalhar, em 1940, na Companhia Brasileira de Café, da qual adquiriu dez anos depois seu primeiro armazém.
Em 1960, comprou sua primeira fazenda. E mais outras, até os atuais 1.400 alqueires. As áreas altas dessa imensidão de terra foram reservadas à produção de café; as mais planas, à pecuária leiteira.
A fazenda produz leite desde 1960, quando iniciou com vacas Gir e touros Holandeses vermelho e branco. Em 1966, introduziu gado Dinamarquês, criando animais tri-cross.
Na década de 1980, a fazenda fez opção pelo gado Holandês preto e branco, importando 300 novilhas dos Estados Unidos e trocando o pasto pelo confinamento free-stall (baia livre), inventado na Califórnia, e o leite B pelo tipo A, comercializado com a marca Fazenda Bela Vista.
A sala de ordenha, construída em aço inoxidável, tem capacidade para 500 animais por hora. A ordenha é toda mecanizada, sem qualquer contato manual, bem como todo o resto da linha de produção, até o envasamento feito na própria fazenda, que também fabrica as embalagens.
O rebanho é formado por 6.000 animais. A São José produz ração e tem laboratório próprio. Foi pioneira no país em contagem de células somáticas do leite. Em 1990, montou um laboratório de transferência de embriões, o que possibilita a reposição de animais e o aprimoramento genético do rebanho.
Até 2005, eram realizadas cerca de 3.600 transferências de embriões. Atualmente, a fazenda importa embriões dos Estados Unidos e realiza um programa de fertilização in vitro, no qual os embriões são transferidos para receptoras meio-sangue Simental/Nelore, multiplicando assim os melhores animais e fazendo o aprimoramento genético.

Autoria de José de Souza Castro- O Leite em Minas Gerais p. 39 - Belo Horizonte, Medialuna Editora, 2010. ISBN 978-85-63051-03-5 -2010 Sebrae-MG

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