segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Corrida contra a seca começa com a recuperação de poços


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A 16ª Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo da Sudene (Condel), promovida na sexta-feira (09), em Salvador, com a presença da presidente Dilma Rousseff, já começou a render efeitos práticos no RN, que tem mais de 90% de seu território dentro do chamado polígono da seca.

A governadora Rosalba Ciarlini, que esteve no encontro, reuniu a imprensa na manhã deste sábado, em seu gabinete, para anunciar uma série de medidas emergenciais para a convivência com a estiagem, considerada uma das mais rigorosas dos últimos 50 anos.

No total, 87 poços e 1.500 cisternas começarão a ser recuperados e construídos já a partir desta segunda-feira, com recursos próprios do erário estadual como medida de boa vontade à entrada de R$ 250 milhões a fundo perdido do Governo Federal a serem injetados, mediante projetos pontuais, nos próximos meses.

Só na reunião do Condel, o governo do Estado assinou R$ 108 milhões em projetos contra a seca  e outros R$ 42 milhões serão formalizados na próxima terça-feira, no encontro do PAC da Irrigação instituído pelo Governo Federal.

Para se ter uma ideia do impacto dessas medidas, depois da coletiva convocada com a imprensa, técnicos da Caern se reuniram com a governadora para avaliar como ficará o abastecimento de água de municípios como o de Luis Gomes, no Alto Oeste potiguar, que recebe 30 carros pipa diariamente ao valor de R$ 175,00 por caminhão.

O resultado da conta fala por si: com 5.250 carros por mês, 157.500 por ano, os moradores de lá consomem o equivalente a R$ 1,8 milhão em carros pipa por ano, quando o recurso estimado para recuperar os 18 poços existentes no município é de apenas R$ 396 mil.

Hoje, ao comentar as ações, a governadora deu a entender que a recuperação de poços já abertos pela administração anterior, mas sem serventia alguma porque não estavam equipados, representam um avanço importante na convivência com a seca e uma prioridade da sua administração.

Ao fazer um balanço da reunião do Condel, Rosalba qualificou como vitórias pessoais a prorrogação da Bolsa Estiagem e da Garantia Safra – cujos términos estavam previstos para fim de outubro – até dezembro. Ela havia solicitado ao conselho, na presença da presidente Dilma Rousseff, que o prazo fosse delatado até março – conseguiu dezembro.

Rosalba chamou atenção para as previsões de um meteorologista de renome internacional, o professor Carlos Nobre, para reafirmar o temor de que a seca se prolongue por mais 90 dias. “Hoje, sabemos que não é possível realizar previsões longas, mas uma opinião como essa nos indica que precisamos tomar todos os cuidados possíveis”, afirmou.

Durante a reunião do Condel, que é o órgão máximo de articulação e decisões estratégicas da Sudene, em Salvador,  a governadora também pediu pressa para a construção do trecho da bacia Apodi/Mossoró, na transposição do Rio São Francisco.

Segundo ela, os principais reservatórios da região, que são as barragens de Santa Cruz e Pau dos Ferros, podem enfrentar dificuldades com a escassez de chuva. “Fizemos um apelo para que esse trecho seja imediatamente licitado e iniciado”, adiantou, ao insistir que a região não pode esperar que esse trecho seja construído somente na última etapa do projeto da transposição do São Francisco, como está previsto no projeto.

Rosalba também pediu ao ministro da Integração, Fernando Bezerra, agilidade para a Barragem de Oiticica, no Seridó. Durante a coletiva de imprensa, ela deu esse assunto  como “favas contadas”. E garantiu que as obras da barragem serão reiniciadas no próximo ano, sem especificar uma data.

Utilizando as vantagens do sistema simplificado de licitação, a governadora disse que não quer perder tempo, aprovando a maior quantidade de projetos possíveis não só de convivência com a seca, como os estruturantes, que garantirão um legado permanente contra uma situação imutável – a seca.



Convivência com a estiagem é repleta de números e cifras

Desde abril deste ano, 139 municípios tiveram o estado emergência declarado pelo Governo do RN, que criou um comitê para tratar sobre a seca.

Entre as ações criadas está a Operação Carro Pipa e o  Seguro Garantia Safra, lançado pelo governo federal em 2003, atingido na mais de 37 mil produtores com benefício de R$ 680 mês para aqueles que aderem. Já no RN, foi criado o Bolsa Estiagem, que destina R$ 400,00 para cada produtor.

Entre as muitas ações do governo estadual, está a construção de  400 cisternas no interior, o que  representa um investimento de R$ 881 mil.

Outra ação é o Programa Milho em Balcão, no qual são comercializadas 64 mil toneladas de milho em oito postos de venda. Mas esse insumo vindo de carreta dos estoques da Conab no Mato Grosso, sofreram atrasos por falta de caminhões, mesmo depois de terem seus preços subsidiados para R$ 18,00 a saca de 60 kg para produtores familiares de R$ 22,00 para os demais criadores.

A construção de 500 barragens subterrâneas, um investimento de 10 milhões, é outra ação que o Governo pretende agilizar com a entrada de recursos à fundo perdido do Governo federal.

De acordo com o secretário de Recursos Hídricos, Gilberto Jales, existem ações que já estão em execução, como a construção de adutoras e sistemas de abastecimento.

“Elas estão em fase de licitação e contratação. Além disso, a Barragem de Oiticica terá a obra retomada no próximo ano. Mas existem outros programas, como o Água Doce, um investimento de R$ 11 milhões e o Água para Todos, com a liberação de R$ 23 milhões para amenizar os efeitos da seca.

O tenente-coronel Geraldo Pereira Neto, coordenador da Operação Pipa no RN, informa que o Exército vem atuando em 94 municípios, realizando a operação Carro Pipa. Segundo ele, os repasses de recursos do Governo Federal são estáveis, o que permite a frequência da Operação.

O ponto negativo, nos últimos anos, é o agravamento da seca, segundo o militar. “Há um colapso de algumas fontes de água, o que provoca um efeito cascata que afeta a ponta da linha, o usuário”, afirmou.

Segundo o oficial, hoje o Exército atingiu a plenitude no que pode apoiar. “Não temos quadros voltados para Operação Pipa. Sabemos que Natal concentrou um Batalhão que se deslocará para o Haiti, e ficará por lá durante seis ou oito meses. Grande parte saiu aqui do RN. Ou seja, além da atual deficiência de pessoal, ainda teremos nosso efetivo reduzido. Mas destaco que o Comando do Exército coloca a Operação Pipa como prioridade”, garantiu.

Fonte: O Jornal de Hoje

BNB oferece condições especiais para regularizar 363 mil operações rurais


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O Banco do Nordeste (BNB) passa a dispor de condições especiais para renegociar dívidas rurais de custeio e de investimento, contratadas no valor de até R$ 100 mil, em data anterior a 30/12/2006. Os produtores rurais enquadrados nestas condições poderão renegociar suas dívidas, alongando-as por um prazo de até 10 anos, incluindo até um ano de carência. As medidas constam na Resolução 4.147 do Conselho Monetário Nacional, de 25/10/2012, que regulamentou a Lei 12.716/2012.

Cerca de 363 mil operações rurais serão beneficiadas com a medida em toda a área de atuação do BNB. Somente no Rio Grande do Norte, este número é de 19.895 operações. O produtor deverá procurar sua agência de relacionamento no Banco do Nordeste a fim de verificar a possibilidade de seu enquadramento na Lei 12.716/2012.

Segundo o diretor Financeiro e de Mercado de Capitais, Fernando Passos, serão dispensados os encargos de inadimplemento e as multas moratórias. Dessa forma, o saldo devedor dos produtores com o Banco será atualizado apenas pelos juros previstos para a situação de normalidade da dívida.

“Há ainda um benefício futuro previsto para incentivar os produtores: a cada prestação paga em dia, o produtor fará jus a um desconto que pode chegar a 25% do principal e dos juros de cada parcela”, acrescenta.

Ele também adianta que, ao regularizarem suas dívidas por essa medida, os produtores rurais que estão com suas dívidas sendo cobradas judicialmente terão os processos de cobrança judicial encerrados, bem como seus nomes serão retirados dos órgãos de proteção ao crédito (SPC e Serasa).
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