sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

FAERN alerta para contratos de produtores com empresas de energia eólica

Atenção, abrir em uma nova janela. 
Produtores discutem questões de implantação do Parque Eólico na Região Central
Foi promovida na manhã desta sexta-feira (14) na sede da Fiern uma reunião proposta pelo Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Lajes, César Militão, que visa alertar os donos de fazendas e propriedades rurais na questão do arrendamento de terras para construção de empresas eólicas.
Segundo os produtores que participaram da reunião, que também contou com a participação do presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, e do vice-presidente da Fiern, Amaro Sales, a questão merece um cuidado maior, pois estão chegando na cidade e na zona rural, pessoas que se apresentam como indicados de empresas do ramo eólico e oferecem contratos aos produtores que podem chegar até 35 anos (para arrendar as localidades desses produtores rurais) e pedem 10% de comissão para assinatura desses contratos. Uma forma incorreta de convencimento, e que na visão dos membros da reunião, está causando pânico em alguns proprietários, que não sabendo o que fazer, podem vir a assinar algo sem saber o seu verdadeiro conteúdo.
De acordo com José Vieira, esse caso é preocupante e merece uma atenção maior por parte dos produtores. Ele também ressaltou que a Federação da Agricultura está ciente e já disponibilizou sua assessoria jurídica para maiores informações. “Acredito que essas pessoas, se passando por representantes de empresas de energia eólica, querem lucrar em cima da ingenuidade dos produtores. Então eu peço que todos eles entrem em contato com a Federação da Agricultura e se informem sobre essa questão. Estamos com uma assessoria jurídica que pode oferecer informações corretas sobre o assunto e que está à disposição de todos para maiores esclarecimentos”, explicou Vieira.
Seminário
José Vieira ainda informou que nos próximos dias está organizando, em parceria com a Fiern, um seminário para debater e explicar melhor esse caso aos produtores rurais do estado. “Ainda não definimos a data, mas iremos fazer um seminário para tirar todas as dúvidas sobre esse tema. E volto a pedir aos produtores: não assinem nada sem antes consultar a Federação. Entrem em contato e se informem melhor”, pediu Vieira.
Integrantes da reunião
Participaram da reunião na manhã desta sexta-feira, além de José Vieira e Amaro Sales, o presidente do Sindicato Rural de Lajes, César Militão que também representou o prefeito de Lajes e Presidente da Federação dos Municípios, Benes Leocádio; a diretora da INEAGRO, Valéria Ferreira; o Presidente da Acosc, Idalécio Pinheiro; José Maria Melo, Eliana Santos e Nonato Santos também representando produtores rurais da região Central.
Com Informações e Texto da Assessoria de Imprensa do SENAR

Agronegócio enfrenta falta de mão de obra



O agronegócio vive uma verdadeira revolução tecnológica com a introdução de inovações que atingem até mesmo a simples aplicação de defensivos. Mas o que aparentemente seria algo positivo traz à tona outra realidade: a falta de mão de obra especializada. Encontrar um profissional para determinadas funções tem- se tornado uma verdadeira dor de cabeça para os produtores rurais. Atualmente, existem milhares de vagas de empregos a serem preenchidas no campo nos mais variados segmentos, mas a falta de qualificação dos trabalhadores está gerando uma situação inusitada, com o desemprego crescente e a oferta de vagas em ascensão. Para o presidente da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), Élio Neves, "há uma carência profunda nesse sentido, porque vivemos uma espécie de apagão da qualificação profissional." "O Brasil sempre teve política de qualificação e requalificação profissional. Mas infelizmente essas políticas não deram conta de preparar nem trabalhadores, nem empresários para essas mudanças de paradigmas que estamos vivendo, principalmente na agricultura", disse. Para minimizar a situação, entidades, empresas e o próprio governo federal estão desenvolvendo projetos de elevação de nível escolar e qualificação dos trabalhadores no campo. Mas os números ainda não incipientes. A própria Feraesp, em parceria com a Unica, planeja formar aproximadamente 7 mil trabalhadores para atuarem nas usinas de álcool e açúcar ou em atividades que darão suporte ao setor, como produção de alimentos, produção de uniformes, entre outros. Pelos cálculos da Feraesp, em conjunto com a União da Indústria Canavieira (Única), que representa as usinas de álcool e açúcar, o setor sucroalcooleiro possui atualmente cerca de 200 mil trabalhadores no corte da cana. Uma função que está com seus dias contados. Atualmente as usinas têm pedidos de 1 mil máquinas colheitadeiras de cana junto às fábricas. Quando essas unidades entrarem em operação, Neves acredita que 100 mil trabalhadores perderão o emprego. A situação fica ainda mais grave se considerarmos o protocolo de intenções assinado entre o Governo do Estado de São Paulo e as entidades que representam os usineiros, que prevê o fim da queima da palha da cana para 2014, em áreas mecanizáveis, e em 2017, em áreas não mecanizáveis. Mas Neves lembra que o problema não se resume ao setor sucroalcooleiro. "Há uma carência enorme de mão de obra especializada, nos mais diferentes setores da agricultura. Hoje falta motorista para dirigir caminhões modernos, faltam operadores de máquinas agrícolas, tratoristas, mecânicos eletricistas, quer dizer, o campo não é mais um lugar para trabalho manual", analisou. "A informática, as comunicações todo o processo de produção agrícola está diretamente ligado a esses paradigmas da informática. Contudo, seria necessário que os trabalhadores hoje estivessem em outro patamar." Outro problema sério, segundo Neves, é o nível de escolaridade no campo. "Nós convivemos com nível de analfabetismo muito alto; 70% dos trabalhadores rurais são analfabetos, ou são analfabetos funcionais. Se compararmos a capacidade efetiva de leitura, interpretação, aí chegaremos a somente 10% que têm capacidades e discernimento para interpretação concreta para determinadas situações, que envolvem este momento que estamos atravessando", calculou. "Então este é o quarto desafio: promover alfabetização de qualidade e ao mesmo tempo em massa, promover elevação de escolaridade, e juntamente com isso propor aos trabalhadores especialização em algumas áreas mais carentes." Portanto, o campo hoje tem mão de obra sobrando, tem oferta de trabalho sobrando e um abismo no meio que foi provocado pela ausência de investimento real nos processos educacionais. Recentemente o governo federal assinou com a Unica e as entidades de trabalhadores o "Plano Nacional de Qualificação do setor canavieiro" que vai qualificar 25 mil trabalhadores em 2011. Já foi realizado o processo de licitação para todos os estados que têm lavoura canavieira, para 12,600 vagas. O restante deve ser definido ainda no primeiro semestre de 2011. Um projeto com orçamento de R$ 20 milhões. Outra iniciativa, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) , Glauber Silveira da Silva, é a negociação que está acontecendo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para a criação de centros de treinamento voltados para a qualificação do homem do campo, "o que pode vir a melhorar a situação da mão de obra rural". "Atualmente existem iniciativas regionais, com oferta de cursos em alguns municípios. Mas isso não atende a necessidade do setor como um todo", disse. Para Glauber, essas unidades de ensino devem ser criadas em breve para atender a demanda crescente por trabalhadores qualificados em todo o Brasil. Para a presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Kátia Abreu, a situação é grave, e a entidade pretende fazer um estudo em 2011 para levantar a real situação da carência de mão de obra no campo. O estudo sobre o "apagão de mão de obra no campo" medirá a qualidade atual da mão de obra e indicará o nível de estudo "da porteira para dentro", conforme Kátia. "Formamos um milhão de pessoas por ano, mas não chega nem perto do necessário. Queremos medir a qualidade atual da mão de obra", disse a ruralista. "Precisamos saber o que precisa ser feito para melhorar o nível da mão de obra nas fazendas", completou Kátia Abreu. A presidente da CNA disse que vai propor à Confederação Nacional da Indústria (CNI) uma parceria para avaliar, também, o nível de capacitação nas agroindústrias. Mas não é apenas mão de obra especializada que falta, segundo o presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes. Para ele, a agricultura do centro-sul do País não teria como se desenvolver sem a migração de trabalhadores no período de safra. Pelos seus cálculos, somente o café emprega 800 mil pessoas de outros estados na colheita em São Paulo, Minas e Paraná. Já a laranja, que tem sua produção concentrada em São Paulo, conta com cerca de 15 mil trabalhadores do norte e do nordeste. "Não há mão de obra local suficiente porque muitas pessoas preferem se arriscar na cidade", lembrou .    Fonte: DCI - Comércio, Indústria e Serviços 

Prazo para pagamento da Contribuição Sindical Rural é até dia 31


No dia 31 de janeiro termina o prazo para o pagamento da Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Rural, exercício 2011. Nessa data, os produtores que empreendem atividades econômicas enquadrados como empresários ou empregadores rurais terão que quitar suas guias de pagamento ou poderão sofrer com as multas previstas em Lei.

As guias de pagamento foram enviadas pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), via Correios, aos produtores - Pessoa Jurídica, e ainda disponibilizou pelo site oficial da instituição, o Canal do Produtor, a segunda via para emissão da contribuição sindical, em caso de perda, extravio ou de não recebimento da guia de recolhimento pelos Correios. Em 2010, foram emitidas mais de 3.200 guias de 2ª via pelo site.

De acordo com o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, o pagamento da contribuição sindical é muito importante e uma certeza para os produtores rurais que seus interesses e reivindicações serão ouvidos pelas entidades que os representam. “Acredito que os nossos produtores rurais sabem da importância da contribuição sindical e sabem que ela é necessária para proporcionar as condições que eles almejam no que toca aos interesses da classe rural”, explicou Vieira.  

Pessoa jurídica e física

Desde o exercício de 1998, está sendo lançada uma única guia por contribuinte, contemplando todos os imóveis de sua propriedade declarados à Receita Federal.
Para pessoa jurídica, o valor base para o cálculo corresponde à soma das parcelas do capital social. Para a pessoa física, o valor base para o cálculo corresponde à soma das parcelas do VTN tributável de todos os seus imóveis rurais no país, conforme declaração feita pelo próprio produtor rural à Secretaria da Receita Federal. "É importante estar atento ao prazo, pois, os proprietários que não pagarem dentro do vencimento ficam sujeitos à multa prevista em Lei", afirma Eliane Vilela Brosowski, assessora do Departamento de Arrecadação e Cadastro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Dúvidas

Se tiver dúvidas, os produtores podem consultar o Manual de Contribuição Sindical que também está disponível no site do Canal do Produtor. Abaixo segue o link:

Presidente da Faern/Senar faz um balanço de 2010


José Vieira disse estar confiante que a governadora Rosalba Ciarlini resolva o impasse gerado no Programa do Leite

O presidente do Sistema Faern/Senar, José Álvares Vieira, participou nesta quinta-feira (13) de entrevista na Caju TV, pioneira no Rio Grande do Norte em gerar notícias pela Internet. Na oportunidade, José Vieira participou do programa Comentário Político, apresentado pelo jornalista e escritor Leonardo Sodré.

Na conversa, Vieira falou sobre vários assuntos ligados com a agricultura e a pecuária no estado, como é o caso dos atrasos nos pagamentos do Programa do Leite aos produtores rurais e indústrias de beneficiamento do produto, por parte do governo estadual. Aproveitou também para apresentar os trabalhos desenvolvidos pela Federação da Agricultura e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faern/Senar) ao longo de 2010 e as perspectivas para 2011.

“Quero antes de tudo agradecer o seu convite e informar que a Federação e o Senar estão na busca de novos projetos para esse ano. Como é o caso da Inclusão Digital Rural e o Útero é Vida, um projeto que foi vencedor em 2010”, lembrou Vieira.

Sobre o Programa do Leite, José Vieira informou que está confiante na palavra empenhada pela governadora Rosalba Ciarlini e o secretário de agricultura Betinho Rosado com os rumos do programa. “Sei da imensa dificuldade enfrentada pelos produtores de leite do estado. Sei dos atrasos de pagamento que começaram em outubro e que até hoje ainda não foram pagos, mas tenho que acreditar na palavra da governadora e de Betinho Rosado. Acredito que eles conseguirão remediar essa situação. E quem ganhará com isso será a população assistida pelo projeto. Famílias que sabem da importância vital do leite”, enfatizou Vieira.

Seminário

José Vieira finalizou a sua entrevista com Leonardo Sodré comentando sobre o seminário “O Que esperamos do Próximo Governo do RN”, que foi promovido em julho, e que levou vários produtores rurais a formular um documento com as principais reivindicações do setor agropecuário aos candidatos ao governo na época. “Essa foi à forma de mostrar aos candidatos as nossas propostas e anseios no setor”, finalizou Vieira.

Abaixo segue o link da Caju TV.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

NEGÓCIO CERTO RURAL, dois dias de consultoria com produtores de Lajes






Segundo encontro de consultoria foi na fazenda são geraldo

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No segundo dia de trabalho dos alunos do curso Negócio Certo Rural, a turma foi agraciada com a presença de técnicos bem gabaritados onde tiveram uma longa conversa sobre experiências de projetos executados em Lajes na área da Caprinocultura, assim como em outros diversos setores que são trabalhos no segmento rural.
O encontro foi realizado na fazenda São Geraldo, de propriedade de Eliana Santos e Raimundo Santos. Estiveram presentes dois veterinários, o senhor Leonardo Pereira e Canindé Lopes (professor da turma); o zootecnista, Klênio Albuquerque; a diretora da INEAGRO CABUGI, Valéria Ferreira e o Presidente do Sindicato Patronal, César Militão.
Na ocasião, o produtor rural, Raimundo Euzébio, fez uma explanação de como realiza suas atividades com a criação de caprino. Entre os assuntos mais discutidos colocados pelo produtor, foi destacado o nascimento do caprino, a produção de leite e as dificuldades encontradas nos dias de hoje para a manutenção do negócio, haja vista que as dificuldades são muitas.
“O curso Negócio Certo Rural está me dando conhecimentos que nunca imagina que seria possível ter. Desde quando passei a ter acesso às informações e orientações para administrar meu negócio, passei a pensar melhor e agora acredito que melhorará no futuro”, disse Raimundo.
A próxima Consultoria será realizada no dia 29 de janeiro nas propriedades de Gorete Santos (secretária de agricultura) e Idálecio Pinheiro (fazenda dois irmãos – Capril Serra do Feiticeiro).

CARTA DE UM AGRICULTOR


(Carta do Zé, agricultor, para Luis da cidade)

    Prezado Luis, quanto tempo...
    Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né?  O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão, por isso o sapato sujava.
    Se não lembrou ainda, eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada, o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso, eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né, Luis?
    Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. Tô vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.
    Veja só! O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter, porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.
    Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?
    Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre, aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós, num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana, ai não param de fazer leite. Ôs bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

    Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra, né Luis? O candeeiro... eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.
     Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar prá casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada, me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso, no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.
       Depois que o Juca saiu, eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.
       Os porcos... eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos, as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande, né?
        Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora, o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora, não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.
       Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora, quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.
      Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo... ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.
       Tô preocupado, Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado, eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é prá todos.
       Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio, primeiro prá comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio, eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois, colhe prá levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.
Até mais Luis.
        Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.
(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)
Pâmela Gallas Buche
Tecnóloga Ambiental.

A carta  - tão somente adaptada por Barbasa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parque Nacionais e Reservas do IBDF-IBAMA 88-89, detentor do primeiro Prêmio Nacional de Ecologia.

Novo superintendente do Senar fala sobre suas expectativas para 2011


Em 2011, o Sistema Faern/Senar promoverá diversos cursos e projetos voltados ao produtor rural e suas famílias. Também neste ano, passará a receber a colaboração do mais novo superintendente no estado do Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o senhor Otávio Tavares, que até dezembro de 2010 era o responsável pela Secretaria de Educação do Rio Grande do Norte. E é sobre os seus projetos e metas para 2011 que o superintendente falou no bate-papo que segue abaixo:

 Quais os seus planos para o Senar no RN em 2011?

Otávio Tavares:

- Acredito que com minha experiência como educador, poderei ajudar os colaboradores do Senar na elaboração de trabalhos para o nosso público-alvo. Tentarei da melhor forma possível aglutinar os cursos de qualificação já ministrados pelo Senar e uma nova metodologia, que acredito ser fundamental: a educação. Faremos os cursos, mas também quero injetar novos projetos nesse tempo, como é o caso de aulas de português e outras disciplinas para as famílias dos produtores.

Então em 2011 poderemos ter aulas para os produtores e suas famílias?

- Quero fazer isso. Quero que esses homens e mulheres saibam que somente com conhecimentos específicos não chegaremos a lugar algum.  Temos que ter o conhecimento mais amplo. Mais geral das coisas ao nosso redor, e isso passa pela educação formal.

E dentro dos programas já existentes no Senar, quais os que mais agradaram o senhor para esses fins educativos?

- Existem muitos. O Ciranda Cultural, que será promovido em 2011 é um deles. O projeto visa levar programas culturais para os recantos mais distantes do RN. E com ele poderemos trabalhar, até bem antes, a questão educativa. Poderemos mostrar aos produtores rurais a importância de uma boa leitura e um bom conhecimento de História para entendermos melhor a peça ou filme que será exibido na localidade. Outro projeto que vem com tudo esse ano é o Inclusão Digital Rural, mas que somente é possível com o conhecimento do aluno de noções de português e, quem sabe, de um pouco de inglês. Tudo isso passa pelo primordial: a educação.

Uma palavra final.

- Quero agradecer aos diretores do Sistema Faern/Senar o apoio total na minha chegada. E quero corresponder à expectativa de todos. Quero também pedir a colaboração dos presidentes de sindicatos rurais e produtores para juntos fazermos projetos interessantes em 2011.

Alunos do Negócio Certo Rural em Lajes passam por consultoria

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Alunos acompanham informações de projeto em execução na Associação Dois Irmãos
Chegando à fase de conclusão do Curso Negocio Certo Rural que é realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Norte (SENAR), Sindicato dos Produtores Rurais de Lajes, Prefeitura de Lajes e SEBRAE, os alunos passam agora pela Consultoria que é realizado em projetos que estão sendo executados nas propriedades dos produtores. O curso de capacitação do Programa “Negócio Certo Rural” é voltado para produtores rurais, suas famílias, jovens e trabalhadores do meio rural.
Com a proposta de auxiliar os produtores na gestão de suas propriedades e fomentar o empreendedorismo rural, por meio da capacitação, o Programa “Negócio Certo Rural” está sendo aplicado em Lajes, isso é fruto de uma parceria com o Sistema CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil/Senar e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae-RN.
Professor Canindé e José dos Santos mostram resultado do projeto de Avicultura
Nesta quarta-feira (12) os alunos que foram divididos em grupos estiveram na Associação de Desenvolvimento Rural Sustentável “Dois Irmãos”, de propriedade do senhor José dos Santos. Zé dos Santos, como é conhecido em Lajes, mostrou aos companheiros de turma em companhia do professor Canindé, como está funcionando o seu projeto de Avicultura onde apresenta bons resultados na produção e criação da Galinha Caipira.
Segundo José dos Santos, o projeto vem apresentando resultados positivos com lucros dentro da margem que foi projetada desde o inicio. O pequeno produtor mostrou aos companheiros de turma como funciona o sistema de criação dos animais ponto a ponto até o resultado final, quando é vendido.
“Tudo começa com a chegada de aves com um dia de nascido, passa por um processo de criação baseado em hidratação, vacinas e alimentação. Com acento e vinte dias a Galinha Caipira está pronta para a comercialização”, garante José dos Santos. O produtor foi interrogado pelos alunos que saíram da consultoria satisfeitos com o que foi apresentado.
O Presidente do Sindicato Patronal que é o articulador do curso, César Militão, acompanhou a aula de campo. Segundo César, a oportunidade que os produtores estão tendo é de fundamental importância para cada um melhorar na administração de seus projetos em suas terras. César disse que nesta quinta-feira (13) outra turma estará passando por outra consultoria que será realizada na propriedade do casal, Eliana Santos e Raimundo Cunha.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ENERGIA EÓLICA, EDP Renováveis Brasil S.A, empresa reune produtores rurais em Lajes

O Brasil é o melhor país para se investir na área de energias renováveis no mundo, sendo o Rio Grande do Norte o Estado que oferece as melhores condições para implantação de usinas eólicas, apresentando vento intenso e constante, uma clara política de apoio ao setor e diversas empresas interessadas em investir em energia eólica, ocupando assim lugar de destaque no setor eólico do país.

O potencial energético do Estado aponta para 5% do seu território, com capacidade de abastecimento a toda a região Nordeste e perspectivas de ampliação da capacidade de produção de 51 megawatts para 4 mil megawatts, em quatro anos.

No total, os investimentos podem chegar a R$ 20 bilhões, e capacidade para abastecer mais de seis milhões de habitantes.

Um estudo conduzido e publicado recentemente por pesquisadores do  Instituto Nacional de pesquisas Espaciais (INPE), concluiu que os Estados nordestinos voltados para o Hemisfério Norte são os maiores promissores quanto à utilização da força dos ventos como fonte alternativa para a geração de energia elétrica.Ventos com velocidade adequada para a geração de energia – a mais de 7 metros por segundo – fazem do Rio Grande do Norte, mais especificamente, um gigantesco parque eólico em potencial.
Rio do Fogo


O Rio Grande do Norte tem dois parques eólicos em funcionamento. Um deles, controlado pelo grupo espanhol Iberdrola, está localizado em Rio do Fogo, gerando atualmente 49,3 megawatts (MW) de energia e têm capacidade suficiente para abastecer uma cidade 75 mil habitantes. O outro parque, situado em Diogo Lopes, foi a primeira usina de energia eólica implantada pela Petrobrás (2004) gerando 1,8 MW. Seu parque dispõe de três aerogeradores com potência de 600 kw cada, capaz de alimentar uma cidade de 10 mil habitantes.

Uma das áreas de potencial eólico que ganhou especial atenção no Estado é a Serra de Santana, na região Seridó. Diferente dos projetos do Litoral Norte onde as áreas são grandes e congregam cerca de oito proprietários por projeto, no interior do Estado temos registro de um único projeto que possui 300 contratos de arrendamento.

Para tentar dirimir dúvidas e buscar soluções, o governo reuniu empresas, proprietários de terras e representantes das prefeituras locais, objetivando a formulação de um contrato padrão que passará por uma leitura pública de aprovação.

O Estado já apresenta um total de 700 proprietários com contratos de arrendamento para pesquisa e instalação de projetos.


INVESTIMENTOS
Vários investimentos têm sido realizados nessa área pelo governo do Rio Grande do Norte, atraindo alem de potenciais investidores nacionais e/ou internacionais, empresas fornecedoras de grande porte que vêem no Estado alto potencial em desenvolvimento econômico.

O Estado assinou recentemente um acordo de cooperação com o governo da Navarra,  Espanha visando o desenvolvimento conjunto de políticas públicas de incentivo à geração energética a partir das fontes renováveis eólica, solar e biomassa.

O CT-Gás, sediado em Natal, também passou a abranger, a partir de 2009, as energias renováveis como campo de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, capacitação técnica e demais atividades de sua atuação como centro de excelência nacional.

A implementação de um arco coletor – linha de transmissão de energia elétrica permeando os principais parques eólicos do Litoral Norte ou suas vizinhanças - será outra grande iniciativa do Estado nesse setor, em parceria com as empresas operadoras destes parques,  sugerindo ainda uma única linha de transmissão, como empreendimento coletivo, para o escoamento de energia produzida e conexão ao grid nacional. Depois do processo de licitação, esse arco coletor alternativo passará a integrar o sistema da Translitorânea, que é justamente a linha de transmissão estatal (em projeto) que viria do Ceará cortando todo o território potiguar pelo litoral norte

Pólo Industrial


PÓLO INDUSTRIAL EÓLICO


Os governos do Rio Grande do Norte e do Ceará pretendem estimular a criação de um Pólo Industrial Bilateral para os dois Estados, com foco no potencial eólico apresentado entre o litoral leste Cearense e a Costa Branca Potiguar (Tibau - Touros).

Os dois Estados já iniciaram discussões e, a partir de um pré-projeto, os dois governos irão finalizar um pacote de benefícios conjuntos e promover o empreendimento junto aos investidores, que deverão enxergar vantagens em dispor, nesta região, de fatores como acesso por meio de estradas retas - importantes no transporte dos gigantescas peças de aerogeradores, tanto pás como torres - gás natural acessível (Gasfor), água e energia, área disponível, eqüidistância dos portos e aeroportos dos dois Estados e mão-de-obra qualificável. Mais do que um complexo industrial comum, o pólo industrial será um conceito de parceria bilateral inédito no Brasil, entre Estados vizinhos.

CADASTRO ESTADUAL DE PROJETOS EÓLICOS

Com o objetivo de organizar as informações sobre projetos e investidores do setor, foi lançado em dezembro de 2008 o Cadastro Estadual de Projetos Eólicos, apresentando uma estimativa total de potência instalada de 2000 megawatts (MW), mais que o triplo da necessidade de consumo do Estado, que é de aproximadamente 600 MW. Se consolidados ao menos parte desses projetos contribuirão decisivamente para que o Rio Grande do Norte consolide a posição de importante exportador de energia elétrica.
O cadastro eólico atua no mapeamento dos dados técnicos e econômicos, com objetivo de dar clareza ao setor eólico e aprimorar os investimentos, tendo recebido projetos de empresas com interesse em exploração da energia eólica no Rio Grande do Norte.

Empresas como Iberdrola, EdP, Bioenergy, Pacific Hydro, Petrobrás, Dreen Investimentos e Participações, Thermes Participações S/A, Endesa e outras já tem grandes projetos eólicos cadastrados no Estado.

LEILÕES EÓLICOS FEDERAIS


Em setembro de 2008, o Governo do Estado formalizou o pedido de realização de um leilão para implantação de usinas eólicas no Rio Grande do Norte oficialmente ao Ministério das Minas e Energias (MME), sugerindo ainda a elaboração de um calendário anual de leilões, para dar maior segurança aos investidores e permitir a atração de fábricas de equipamentos como torres e turbinas para o Rio Grande do Norte.

Um leilão específico foi marcado para novembro de 2009, e objetiva garantir uma reserva de energia, complementando a matriz energética atual, e ao mesmo tempo assegurar a viabilidade financeira de projetos de energia eólica.
O Rio Grande do Norte foi o Estado brasileiro com maior número de projetos inscritos para o próximo leilão das usinas eólicas, previsto para 25 de novembro de 2009. Neste, o Estado já supera a marca de 1000 Megawatts (MW) inscritos, divididos em 30 projetos habilitados tecnicamente pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e cadastrados na EPE (Empresa de Pesquisa Energética), que é responsável pela realização do Leilão, totalizando mais que a necessidade de consumo do Estado, que é de 600 MW. 

Nesse contexto, o Estado desponta no setor eólico do país, com potencial necessário à execução de quaisquer investimentos e alta atratividade a investidores que prometem alavancar a economia do Estado.
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