sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Presidente do Sindicato, Prefeito em Exercício, Secretária de Agricultura e Vereadores de Lajes, participam de solenidade em Natal


O presidente do sindicato César Militão, o vice prefeito Mário Madruga, secretária de agricultura Gorete Santos e o presidente da câmara municipal Isailson Leocádio, os vereadores Zico, Canindé Almeida, Zé Mata participaram hoje a tarde de uma solenidade do Governo do Estado e Emater-rn, Secretaria de agricultura(Sape-RN) em parceria com o MDA, oficializaram o projeto "CAMPO MAIS FORTE". O projeto tem como objetivo fortalecer os serviços de assistência técnica e extenção rural no interior do Estado, como parte dos investimentosdo "Campo Mais Forte", foram cedidos 70 automóveis e computadores com impressora para 70 Municípios do Estado, os veiculos foram cedidos por termo de comodato, assinado pelo Governo do Estado, a Emater, as Prefeituras e o Minitério de Desenvolvimento Agrário(MDA).O município de Lajes foi um dos 70 contemplados com um automovel(Prisma), e um computador que foram entregues pela Governadora Vilma de Faria e o Vice Governador Iberê Ferreira nas mãos do Prefeito em exercício  Mário Madruga.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Prefeito em exercício, presidente Sindicato Patronal e Secretário visitam obras na zona rural


Hoje o prefeito em exercício Mário Madruga, o presidente do Sindicato Patronal César Militão e o Secretário de obras Mael Querino visitaram as obras do município na zona rural, a passagem molhada na comunidade de Boa Vista e a reforma do açude Caraúbas.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Pesquisa desenvolve queijos de leite de cabra com ervas e frutas da caatinga

Estimular a renda de produtores rurais nordestinos e, ao mesmo tempo, desenvolver novos queijo de leite de cabra com uso de frutas e ervas da caatinga. Estes são os objetivos do projeto "Novas tecnologias aplicadas ao leite de cabra para o desenvolvimento de queijos utilizando produtos oferecidos no Bioma Brasileiro", que tem sido desenvolvido pela Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desde abril de 2009, sob a liderança da pesquisadora Selene Daiha Benevides, engenheira de alimentos e doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos.
De acordo com Selene, a ideia de incrementar o queijo de leite de cabra com vegetais nativos partiu do professor José Matos, da Universidade Federal do Ceará (UFC), já falecido. A pesquisadora adotou, no projeto, o óleo do pequi e a entrecasca do cumaru para a produção de queijos de coalho caprinos. "A Embrapa Caprinos e Ovinos já desenvolvia trabalhos com uso do orégano e pimenta no leite de cabra, mas esta iniciativa tem o diferencial de utilizar espécies do bioma caatinga", reforça ela. As frutas e ervas são adicionadas no momento do processamento do leite de cabra em queijos.
A expectativa é contribuir para dar novas oportunidades de geração de renda aos produtores nordestinos, com o estímulo à exploração das ervas e frutas utilizadas para os queijos. "No Ceará, a atividade ainda carece de melhor organização, da existência de associações. Na safra do pequi, por exemplo, a colheita é feita muitas vezes a partir do chão. O que se espera é que o uso das ervas e frutas nos queijos transforme também essa realidade", observa Selene.
A pesquisadora vê vantagens em termos de incremento nutricional, por conta da presença de antioxidantes no pequi e do potencial fitoterápico do cumaru. Em 2010, a perspectiva é de intensificar os experimentos com os queijos, para observar as características biológica, físico-químicas, proteômicas, além de promover testes sobre as qualidades sensoriais, em supermercados de Fortaleza e Sobral, para avaliar a aceitação dos produtos no mercado.
Os queijos com óleo de pequi e cumaru deverão também integrar as tecnologias disponíveis para incubação, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas Empresas de Base Tecnológica Agropecuária e Transferência de Tecnologia (Proeta). "Eles ficarão disponíveis em uma linha de produtos específica, de queijos com produtos do bioma caatinga, para que empresas interessadas possam lançá-los no mercado", diz Selene.
*Fonte: Embrapa Caprinos e Ovinos

Um funeral para o agronegócio

Lendo o decreto do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) e os esclarecimentos sobre como o processo de consulta à sociedade foi feito, sou induzido a chegar à seguinte conclusão: o agronegócio não interessa à sociedade e ao governo brasileiros, pelo menos sob a perspectiva de garantia de direitos humanos. Diria, portanto, que conceitualmente o PNDH-3 enterra o agronegócio e atesta seu óbito no Decreto 7.037, datado de 21 de dezembro de 2009.

Os argumentos para o funeral do agronegócio, extraídos do atestado de óbito: o agronegócio contribui para, potencialmente, violar o direito de pequenos e médios agricultores e populações tradicionais; seus componentes, as monoculturas da cana-de-açúcar, do eucalipto, da soja e a grande pecuária (não sabia que havia a pequena pecuária), fazem mal ao meio ambiente e à cultura dos povos e comunidades tradicionais. Ainda estou meio fora de prumo com o julgamento do agronegócio que é apresentado no PNDH-3.

Por mais que tente colocar-me no lugar das pessoas que participaram da elaboração do PNDH, tenho dificuldades em enxergar esse agronegócio do mal refletido no programa. Posso entender que exista uma corrente neste governo que acredite em outro modelo de produção agropecuária e florestal. Vá lá. Mas daí a afirmar que o agronegócio vai contra os interesses do Brasil em direitos humanos me parece algo fora de propósito e baseado numa hipótese heroica - ou seja, impossível de ser provada -, a de que a produção agropecuária não baseada no agronegócio (seja lá o que isso for) respeita os direitos humanos e o meio ambiente. Difícil de acreditar.

As manifestações passionais sobre o agronegócio que aparecem no PNDH não são fato isolado. A contestação do modelo que o Brasil seguiu na produção de alimentos, fibras, biocombustíveis e matérias-primas industriais de base agrícola e florestal tem se repetido em outros fóruns e ocasiões. O PNDH, a meu ver, foi o canal encontrado para tentar (espero que sem êxito) criar instituições que viabilizem a implantação de um novo modelo. Se, de fato, a sociedade brasileira fosse capaz de se imaginar com um modelo de produção agropecuária e florestal do tipo do da Índia, que é o que os contra-agronegócio, no fundo, defendem, ela barraria qualquer tentativa de enterrar o agronegócio como o conhecemos hoje.

O interessante é que o agronegócio nem sempre foi visto como vilão. É uma espécie de moda: daqui a algumas estações, muda a tendência de novo. Se o funeral do agronegócio foi em 2009, seu surgimento ocorreu em 1990, tudo registrado no livro Complexo Agroindustrial: o Agribusiness Brasileiro. Foi uma morte precoce, não? À época, os autores do livro nem poderiam imaginar que definir as cadeias produtivas de base agrícola e florestal como agronegócio produziria seu próprio calvário 20 anos depois. Deve haver alguma explicação no inconsciente coletivo dos esclarecidos brasileiros. Colocada a designação agronegócio, já se ganha a pecha de algo ruim, que a sociedade brasileira não merece.

A despeito da nossa memória curta, o agronegócio brasileiro já teve seus dias de glória. Há dez anos era ovacionado mundo afora. Ninguém conseguia entender como um agronegócio tão jovem pôde ter crescido tão rápido. Foi nessa época que um sem-número de estrangeiros passou a conhecer o Brasil mais de perto. Mas não era apenas fora do Brasil que havia essa admiração. Aqui dentro, também. Dizia-se que o agronegócio era responsável por gerar divisas para o balanço de pagamentos brasileiro. Reconhecia-se que o setor havia trazido desenvolvimento para o interior do País, financiando as atividades econômicas que permitiram o nascimento de diversas cidades. E se via o agronegócio como uma solução para parte dos problemas dos agricultores familiares, porque, por meio das cadeias agroindustriais organizadas, estes tinham acesso ao mercado.

Ao longo dos anos 2000 as coisas foram mudando. Ganharam força no governo as linhas de pensamento que acham que um modelo de produção agropecuária baseado em milhões de pequenos produtores seria ambiental e socialmente melhor. Eu não acredito nisso. Os resultados do Censo Agropecuário de 2006 ilustram bem a situação. Até para poder reafirmar as classificações de tipos de produtores definidas no passado, o censo de 2006 trouxe dados de agricultores familiares e assentados em separado. Na grande maioria dos produtos, o censo indica que a produtividade (quantidade de produto por unidade de área) dos agricultores assentados é menor que a da média dos agricultores familiares e comerciais. Isso indica que uma agricultura estruturada em pequenos agricultores pode até ser boa para segurar o homem no campo, mas não será boa para o consumidor urbano.

Os casos da China e da Índia, que têm um modelo de agricultura parecido com o ideal do grupo antiagronegócio, são ilustrativos. A pobreza no campo é muito maior que no Brasil, os problemas ambientais são muito mais profundos, porque os produtores utilizam tecnologias rudimentares de produção. O consumidor urbano tem problemas de segurança alimentar porque o setor agrícola produz menos do que o país consome. O governo é obrigado a gastar enormes quantidades de dinheiro subsidiando o produtor e o consumidor, perpetuando uma agricultura de baixa produtividade, e não consegue fazer políticas de renda no campo porque o contingente de pessoas vivendo na pobreza no meio rural é muito grande.

Cobrar as responsabilidades sociais e ambientais do agronegócio faz sentido. Carrear grande parte dos subsídios agrícolas para fortalecer os agricultores familiares, também. Criar instituições baseadas na hipótese de que o modelo de agronegócio é ruim para a sociedade brasileira é um erro. Já devíamos saber disso aqui, no Brasil.

* André Meloni Nassar é diretor-geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Interublicado no Jornal O Estado de S. Paulo de 20/01/2010.
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