terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Estatuto da Juventude

Artigos

Por Kátia Abreu
Um homem ou mulher até 29 anos merecer proteção especial do Estado é uma ridícula extravagância

O Senado Federal vai examinar no próximo ano o projeto do Estatuto da Juventude, aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados. A leitura do projeto deu-me a impressão de que estamos legislando sobre problemas que não existem, enquanto deixamos de discutir e de enfrentar as questões que realmente importam.
A proliferação desses estatutos baseados em identidades e que se destinam a criar direitos privativos a determinadas classes de cidadãos é, em minha opinião, um retrocesso republicano.
A República é um sistema que procura considerar as pessoas numa unidade geral, assegurando a todos o mesmo tratamento. Sempre que se decompõe esse todo em identidades particulares para a atribuição de direitos exclusivos estamos abrindo uma porta que talvez depois não saibamos como fechar.
A única exceção que se impõe é o tratamento especial para os mais pobres. Todas as demais são divisivas e desintegradoras.
Esse projeto em particular contém alguns equívocos. Vou me deter em apenas dois.
Considerar, como o projeto considera, que um homem ou mulher de até 29 anos é ainda um jovem a merecer proteção especial do Estado e da sociedade é uma ridícula extravagância.
Como para nossas redes de proteção os brasileiros a partir de 60 anos já são considerados idosos, apesar de todas as mudanças demográficas que estão em curso, os brasileiros entre 30 e 60 anos podem, com razão, se considerar uma categoria de excluídos.
Quanto mais particularizarmos a distribuição de benefícios legais, menos República seremos. Parece inesgotável nossa capacidade de imaginar e de declarar direitos, mas não podemos nos esquecer de que a vida republicana é um balanço entre direitos e deveres.
Que esse novo jovem de 27 ou 28 anos, geralmente de classe de renda alta, pois pobres não podem chegar a essa idade sem trabalhar, possa desfrutar do trabalho dessa comunidade de trabalhadores da arte e da cultura, pagando apenas a metade, é uma patética injustiça.
Se a cultura, como é dito, é um direito básico e isso justifica a meia-entrada até para essa juventude tardia, o que se fará em relação a outros direitos muito mais básicos, como a alimentação, os medicamentos, o abrigo, a vestimenta e outros mais? Vamos criar o meio-preço também para essas utilidades? E o custo, vai recair sobre industriais e comerciantes?
Nunca devemos nos esquecer de que os êxitos brasileiros na cultura e nos esportes são fruto da iniciativa e do esforço individual de artistas e esportistas, e não o resultado de políticas governamentais decisivas.
Vamos deixar que essas pessoas tão importantes para o país quanto os jovens recolham o benefício do seu talento e do seu trabalho. Se não pudermos fazer alguma coisa por eles, vamos deixá-los em paz, longe das lógicas sinuosas da política.

*KÁTIA ABREU, 49, senadora (PSD-TO) e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), escreve aos sábados, a cada 14 dias, neste espaço.

EaD Senar levará mais conhecimento ao campo em 2012


Cursos de qualidade, gratuitos e bem perto de casa. Esses são alguns dos benefícios dos programas de ensino à distância do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (EaD Senar). Os cursos pretendem garantir a formação e a profissionalização das pessoas do meio rural e, consequentemente, aumentar a rentabilidade dos seus negócios e garantir a sustentabilidade do meio ambiente, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o SENAR oferecem cursos a distância em Qualidade de Vida, Inclusão Digital, Escola do Pensamento Agropecuário e Empreendedorismo e Gestão de Negócios.
O Ensino à Distância do SENAR é uma modalidade de ensino-aprendizagem, em que o participante e o tutor estão separados espacial e temporalmente. Ou seja, “o participante determina seu próprio local e tempo de dedicação ao estudo, que não precisa ser necessariamente o mesmo do tutor, o que permite uma independência e autonomia maior do que ocorre na modalidade presencial”, explica o superintendente do SENAR/SC, Gilmar Zanluchi.
Para participar dos cursos, o produtor rural precisa apenas ter acesso à internet e poderá estudar a qualquer momento, escolhendo o melhor horário e local para a realização dos estudos. “É importante destacar que o produtor não precisa comprar um computador caso ele ainda não tenha. Os Sindicatos rurais estão à disposição dos produtores e até mesmo muitas escolas já oferecem horário para que a comunidade tenha acesso à internet”, enfatiza Zanluchi.
QUALIDADE DE VIDA
O programa Qualidade de Vida busca contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas do meio rural. Desta forma, é ofertado o curso Saúde Rural que apresentará informações que possibilitem a prevenção, redução e neutralização dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho rural, promovendo a saúde no campo.
ESCOLA DO PENSAMENTO AGROPECUÁRIO
Neste programa, o produtor pode escolher o curso que mais lhe interessa. São eles: Meio Ambiente; Abastecimento e Renda; Trabalho Decente; Educação e Qualificação Profissional; Pobreza Rural e Direito de Propriedade. Assim que concluir um dos cursos, o produtor poderá se matricular em outro e, assim, sucessivamente.
INCLUSÃO DIGITAL
O programa Inclusão Digital tem por objetivo oferecer às pessoas do meio rural o conhecimento necessário para que todos saibam utilizar o computador, acessar a internet e buscar as informações que precisam para obter melhores resultados na gestão de seus negócios. São seis cursos: Primeiros Passos no Canal do Produtor; Primeiros Passos na Informática; Primeiros Passos no Word; Primeiros Passos no Excel; Primeiros Passos no E-mail e Primeiros Passos na Internet.
EMPREENDEDORISMO E GESTÃO DE NEGÓCIOS
Este programa visa a melhoria da gestão da propriedade rural, contribuindo para a geração de renda e melhor qualidade de vida das famílias rurais, além de fortalecer o agronegócio brasileiro. Desta forma, oferece três cursos: Negócio Certo Rural, voltado para a definição da ideia de negócio, a análise da viabilidade, a gestão e o relacionamento do negócio com o mercado, Trabalhador Empreendedor, voltado à identificação das características, competências e habilidades empreendedoras para as pessoas do meio rural otimizarem seus negócios na propriedade rural, e o curso Com licença vou à Luta, voltado para as mulheres, visando o empreendedorismo, a liderança e a gestão eficiente de seus negócios agropecuários.
As inscrições para os cursos podem ser feitas no site www.canaldoprodutor.com.br/eadsenar. O produtor só precisa escolher de qual curso quer participar.
Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina - FAESC / SENAR-SC
Pesquisa personalizada