sábado, 10 de novembro de 2012

Faern participa de audiência pública sobre a seca potiguar


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Na tarde desta quinta-feira (08), a Assembleia Legislativa, por meio do deputado Leonardo Nogueira, promoveu audiência pública para discutir a problemática da seca no interior potiguar e os seus efeitos para as pequenas cidades e a economia rural.

O objetivo do debate, que contou com a participação de diversos secretários estaduais, entre eles o de Recursos Hídricos, Gilberto Jales, e de Agricultura, José Simplício de Holanda (que substitui o secretário Betinho Rosado), foi mapear a situação da agricultura, da pecuária e do abastecimento de água nos municípios potiguares que sofrem os efeitos da estiagem, bem como o que tem sido feito para minimizar os transtornos causados a essas populações.

Também presente na audiência, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, comentou que sem um trabalho em conjunto e rapidez no enfrentamento do problema, ele somente irá piorar e afetará de vez a nossa economia rural. “Precisamos tirar do caminho a burocracia e trabalhar efetivamente para solucionar os problemas que afetam o nosso homem do campo, os seus animais e a economia dos pequenos municípios. Temos que juntar forças e trabalhar para isso. Acredito que somente assim sairemos dessa nebulosa realidade”, afirmou Vieira.

Ações governamentais

Nas suas explanações, os secretários de Recursos Hídricos, Gilberto Jales, e de Agricultura, Simplício de Holanda, nomearam as ações governamentais dos últimos meses em favor dos produtores. “Estamos trabalhando em várias frentes, como é o caso da Operação Carro-pipa e o programa de desalinizadores. A governadora está empenhada nas ações emergenciais e também está com o foco nas ações estruturantes para a convivência com o clima inerente ao nosso estado", disse Jales acrescentando: "São investimentos da ordem de R$ 660 milhões em projetos que já estão em andamento", explicou o secretário.       

De acordo com o presidente da Federação da Agricultura, José Vieira, essas obras e programas são fundamentais para o campo potiguar e o enfrentamento da seca. “Acredito no potencial desses projetos e espero que eles caminhem o mais depressa possível para as zonas mais afetadas pela seca e pelo flagelo da desesperança”, ressaltou o presidente da Faern.

De acordo com o deputado estadual Leonardo Nogueira, a audiência foi positiva e servirá de fio condutor para ações futuras do Governo. “Reunimos os órgãos competentes e representantes dos municípios e atividades econômicas atingidas pela estiagem para fazer um levantamento da situação e do que já está sendo feito para atender aos norte-rio-grandenses que vivem nessas áreas, bem como para receber reivindicações e sugestões com o objetivo de apoiar a gestão estadual no exercício das suas funções de coordenação e monitoramento das ações emergenciais de enfrentamento aos efeitos da seca", finalizou Leonardo.

Federação da Agricultura participa da comitiva que irá inaugurar o escritório da CNA na China


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Consolidar e ampliar a participação dos produtos agropecuários brasileiros no crescente mercado consumidor chinês, além de atrair investimentos públicos e privados da China para a infraestrutura do País, em especial para logística de transporte e armazenagem da produção. Esses são dois dos objetivos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao inaugurar, na próxima quarta-feira (14/11), o escritório de representação da entidade em Pequim.

E nesta sexta-feira (09), às 14h, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, acompanhado dos presidentes das Federações de Agricultura do Mato Grosso e do Amazonas, e da senadora Kátia Abreu, presidente da CNA, viajam para esse importante compromisso. “Com o escritório de Pequim, que se juntará aos já existentes em Bruxelas e Washington, consolidamos a força de nosso agronegócio no mundo e abrimos mais um canal de interação entre os nossos produtores rurais e as economias mais pujantes do globo”, afirmou José Vieira.

 “Até 2015, segundo estudos, cerca de 250 milhões de chineses devem ascender para a classe média, ampliando de forma significativa a demanda local por alimentos. Essa é uma oportunidade para o Brasil, que tem condições de produzir mais de forma sustentável para abastecer esse mercado com lácteos, carnes e produtos agropecuários de maior valor agregado”, ressaltou a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, que lidera a comitiva da entidade no país asiático.

Barateamento do preço final

 Além de intensificar as relações comerciais com a China e com outros mercados regionais prospectados a partir do escritório de Pequim, a meta da CNA é identificar oportunidades para investimentos diretos em infraestrutura no Brasil, especialmente de logística, e em outras áreas estratégicas para a armazenagem e o escoamento da produção agropecuária nacional. “Os investimentos nessa área vão reduzir os custos de transporte, barateando o preço final dos produtos vendidos para o mercado chinês”, argumenta a presidente da CNA.

 Outro trabalho a ser desenvolvido pela CNA na China é a aproximação entre fornecedores brasileiros e importadores chineses, permitindo, assim, a intensificação das relações comerciais. As exportações do Brasil para a China têm crescido desde 2002, reflexo do ingresso do país asiático na Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas as vendas estão concentradas no complexo soja. A presidente da CNA defende a diversificação da pauta de exportação. “Em 2011, o Brasil enviou cerca de 22,1 milhões de toneladas de soja em grãos para a China, mas podemos vender, além da soja, outros produtos que são consumidos pelos chineses”, avalia.

 Para viabilizar essa meta, a comitiva da CNA deve se reunir, em Pequim, com representantes da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena (AQSIQ) e de empresas importadoras de carnes. “Vamos detalhar a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), apresentando o modelo brasileiro que garante a qualidade dos produtos agropecuários exportados e consumidos no mercado interno”, afirma a senadora Kátia Abreu. Também estão previstos encontros com empresários chineses que investem em silvicultura, atividade de grande potencial no Brasil. A agenda da comitiva da CNA na China inclui, ainda, uma visita na sexta-feira (16/11), à FHC China 2012, um das principais feiras de alimentos do mundo.

 Escritório – O escritório da CNA na China fica no  Centro de Negócios da Apex-Brasil na China - room 1303-1305, Office Tower I, China Central Place, 81 Jianguo Road, Chao Yang District, Pequim.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Rumos e perspectivas para a agricultura

Artigos


Por Roberto Simões
Nas últimas três décadas, deixamos de ser importadores de alimentos e nos tornamos grandes exportadores. Muito graças ao trabalho brasileiro de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia, que o produtor soube aproveitar gerando aumento da produção, sem aumento da área utilizada. A agricultura mineira hoje é forte e consolidada e permanecerá assim, pois contamos com uma enorme variedade de produtos que continuarão garantindo a posição de destaque de Minas Gerais na agricultura brasileira e mundial.
Nosso grande desafio para o futuro será suprir uma imensa demanda por alimentos ocasionada pelo aumento populacional. Atualmente, o mundo já conta com quase um bilhão de famintos.
Em 2032, a Terra chegará a 8,3 bilhões de habitantes, 236 milhões de brasileiros. Precisaremos produzir muito mais. Para se ter uma ideia em um prazo bem menor, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), até 2020 a demanda mundial por alimentos crescerá 20% e o Brasil atenderá 40% dessa demanda.
Somos um dos poucos países do mundo com condições de crescer exponencialmente sua produção. Isso muito pouco se deve à disponibilidade de novas áreas que ainda temos, sendo que as tecnologias é que têm sido e serão fundamentais para aumentarmos a produtividade.
Será preciso investir em conhecimento, fortalecendo os centros de pesquisa e as universidades e garantindo a transferência dos resultados alcançados, das prateleiras acadêmicas às empresas e ao campo. O atual governo fala em retomar a extensão rural, o que seria muito importante; fortalecer pesquisa, extensão e assistência técnica continuada aos produtores. Será necessário investir também na capacitação de mão de obra para operar o maquinário em processos cada vez mais automatizados e de alta tecnologia.
A marcha tem que seguir na direção que temos trilhado, com certificação, demarcação de origem e produtos cada vez mais acabados. Entretanto, isso não será nunca a totalidade ou mesmo a maior parte da nossa oferta, até porque seria impossível processar volumes tão grandes de produção.
Precisamos apagar de vez a ideia de que é uma vergonha exportarmos commodities, que hoje agregam tanta tecnologia e pesquisa que chegam a superar muitos setores tidos como “modernos”. Além disso, enquanto algumas áreas produzem a partir de 90% de produtos importados, a agricultura funciona exatamente no inverso, importando menos de 10% do que utiliza para sua produção. É uma contribuição enorme para a balança comercial do país.
Para esses próximos 20 anos, a agricultura de alta precisão, de baixo carbono e a irrigação serão essenciais para o aumento da produtividade com menor impacto no meio ambiente. Outras técnicas importantes para essa agricultura sustentável serão a do plantio direto, que já tem se espalhado em todo o Estado, e a integração lavoura/pecuária/florestas. São iniciativas desenvolvidas aqui, muito bem vindas e que, certamente, serão muito vitoriosas.
De nada adiantará, entretanto, produzirmos mais e melhor se não houver como transportar, armazenar ou exportar essa enorme produção. Será preciso suplantar gargalos diversos, especialmente do ponto de vista da infraestrutura.
Isso inclui investimentos em armazéns, estradas, ferrovias, hidrovias e portos, além de maior utilização de rotas de exportação pelo Norte do país, desafogando os portos de Santos e Paranaguá. Para acompanhar essa evolução necessária, será preciso também que se estabeleça uma política agrícola anticíclica, desenvolvida com metas e objetivos que retirem o caráter de sazonalidade da agricultura. Será fundamental uma política efetiva sobre questões de crédito, estoques reguladores, preços mínimos e seguros, além de ajustes do ponto de vista da tributação e de legislações exageradas, que muitas vezes restringem oportunidades de desenvolvimento.
Em linhas gerais, o que a agricultura e todos os demais setores econômicos de Minas Gerais precisam para chegarem fortes a 2032 é de uma mentalidade desenvolvimentista mais agressiva e de uma política prática com foco no resultado, visando retomarmos o lugar de liderança na economia brasileira.
Precisamos impor nossa posição no cenário nacional mais uma vez, rompendo definitivamente com a ideia de que mineiro trabalha quieto. Vocação existe,tecnologia e gente boa de serviço também temos. Falta vontade política e estratégia. Se quisermos uma agricultura de primeiro mundo para daqui 20 anos, faremos.
*Presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (FAEMG) e Vice-Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Artigo publicado na edição comemorativa dos 80 anos do Diário do Comércio

Os limites da agricultura

Artigos

| Cereais, Fibras e Oleaginosas 08/11
Por Alysson Paolinelli e Cesário Ramalho
Em busca de fontes potenciais para o crescimento da produção de milho no Brasil, a Abramilho encomendou um estudo para identificar oportunidades de crescimento via 1) áreas novas; 2) segundas safras; 3) substituição de pastagens e 4) aumento de produtividade

Como não é possível antecipar que tipos de lavouras tomarão os espaços futuros, que dependerá de preços relativos dos vários produtos, foi necessário levantar as disponibilidades gerais e esperar que, com incentivos públicos e ações privadas, a cultura do milho sobressaia perante as demais.
Embora nós, que trabalhamos com a agricultura, sentíssemos que estávamos perto de atingir os limites de expansão horizontal - áreas novas - não esperávamos estar virtualmente esgotados, especialmente nos Cerrados da região central, fonte principal de crescimento nos últimos 30 anos e de esperanças futuras. Nossos estudos revelaram que não resta mais do que 7 a 8 milhões de hectares (ha) de cerrado num total de 192 milhões, dos quais 88 milhões estão ocupados por pastagens e lavouras e mais de 100 milhões de hectares com reservas e áreas urbanas.
Se compararmos ao nível de expansão dos últimos cinco anos - 1,5 milhão ha/ano, parte originário de pastagens -, em cerca de cinco anos as áreas dos cerrados estarão esgotadas. Desnecessário dizer que nas demais regiões agrícolas do país - Sul, Sudeste e Nordeste - não resta mais espaço e nos biomas Amazônia e Pantanal não é tecnicamente possível produzir grãos mecanizados.
Infelizmente, a área agrícola do Brasil é bem menor do que supõe o senso comum, inclusive pelas exigências de reservas legais nas propriedades, que variam de 20% nos cerrados, 35% na pré-Amazônia e 80% na Amazônia, além das Áreas de Preservação Permanente (APP). Dos 851 milhões de hectares de nosso território, temos 86 milhões com pastagens plantadas (fora da Amazônia), 60 milhões com lavouras temporárias, inclusive cana-de-açúcar; 7 milhões com lavouras permanentes, principalmente frutas e café; 5 milhões com silvicultura; e 2 milhões com hortaliças, que somam 160 milhões de hectares, ou apenas 19% de todo o território brasileiro.
Mesmo se adicionarmos os 7 milhões a 8 milhões de hectares ainda teoricamente disponíveis nos cerrados, chegaríamos a 168 milhões, o que representa somente 20% do território brasileiro. Muito pouco e ponto final. A área total de lavouras - 82 milhões de ha - é menor do que a de países como Estados Unidos, China, Índia e União Europeia, todas também exauridas. Alguns Estados brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro, têm áreas urbanas e outras não agrícolas superiores a suas áreas agrícolas.
O mundo requererá mais e mais alimentos no futuro próximo pela entrada no mercado de 3,5 bilhões de pessoas
E não somos "pequenos" em área somente porque um segmento da sociedade tenta controlar nossa expansão; somos "pequenos", acima de tudo, porque a ciência agronômica assim nos impõe: não plantamos na Amazônia por excesso de chuvas; não expandimos no Nordeste por deficiência das mesmas chuvas. São as leis naturais que nos restringem, acima das leis dos homens, como se Deus nos impusesse um limite de ocupação de 20%, de acordo com sua vontade e independente dos burocratas.
No entanto, mesmo diante desse cenário as perspectivas de crescimento agrícola por meio de aumento de produtividade em geral são fantásticas, graças ao nosso clima tropical e a tecnologia agrícola para ele desenvolvida nos últimos anos.
Estamos vendo os plantios de segunda safra (chamadas de "safrinhas" quando eram pequenas) crescer rapidamente, especialmente no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No Paraná já colhem três safras por ano em algumas áreas, assim como há municípios no Centro-Oeste onde já se utilizam 70% da área agrícola em segunda safra, tendência promissora e somente possível no nosso país tropical. A irrigação poderá prover pelo menos mais 10 milhões de ha, principalmente no Nordeste semiárido, com duas a três safras anuais ou uma permanente de alta renda.
Há, entretanto, uma lacuna tecnológica a ser suprida por órgãos de pesquisas públicos e privados, por meio da criação de cultivares adequados aos limites impostos pelos regimes de chuvas e temperaturas regionais, além de resistentes a pragas e doenças locais. Por outro lado, os preços relativos de grãos e carnes têm levado à substituição de pastagens em favor de plantio de grãos, principalmente no cerrado, tendência que se manterá caso esses preços persistam. Diante dessa situação, levanta-se a questão: de onde virão nossas carnes bovinas futuramente? Virão de enormes ganhos potenciais de produtividade em termos de lotação cabeça/ha, índice que varia de 0,8 a 2,5 nas principais regiões produtoras, que poderão liberar milhões de hectares para plantio de grãos sem prejuízo da produção de carnes.
Finalmente, no caso específico de crescimento de produtividade, o milho assume papel emblemático. Costumam conviver no mesmo espaço físico produtores com rendimentos iguais ou até superiores aos maiores do mundo - 12 mil kg/hectares - com outros de rendimentos inexpressivos, 3 mil a 4 mil kg/ha. Isso revela que tecnologia existe, faltando, porém, extensão e assistência técnica, que lamentavelmente foram abandonadas no país nos últimos anos.
O mundo requererá mais e mais alimentos no futuro próximo, especialmente pela entrada no mercado de 3,5 bilhões de pessoas - metade da população mundial - que até então não tinha renda. O crescimento agrícola brasileiro é promissor, mas dependeremos de tecnologia, tecnologia e tecnologia. Preparemo-nos, pois.
*Alysson Paolinelli é presidente-executivo da Abramilho e ex-Ministro da Agricultura
*Cesário Ramalho é vice-presidente da Abramilho e presidente da Sociedade Rural Brasileira
Fonte: Valor

CNA inaugura escritório na China


Pres. CNA, Kátia Abreu com vice-ministro Wei Chuanzhong, em encontro de abril, na China
Consolidar e ampliar a participação dos produtos agropecuários brasileiros no crescente mercado consumidor chinês, além de atrair investimentos públicos e privados da China para a infraestrutura do País, em especial para logística de transporte e armazenagem da produção. Esses são dois dos objetivos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao inaugurar, na próxima quarta-feira (14/11), o escritório de representação da entidade em Pequim.

“Até 2015, segundo estudos, cerca de 250 milhões de chineses devem ascender para a classe média, ampliando de forma significativa a demanda local por alimentos. Essa é uma oportunidade para o Brasil, que tem condições de produzir mais de forma sustentável para abastecer esse mercado com lácteos, carnes e produtos agropecuários de maior valor agregado”, afirma a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, que lidera comitiva da entidade no país asiático.

Além de intensificar as relações comerciais com a China e com outros mercados regionais prospectados a partir do escritório de Pequim, a meta da CNA é identificar oportunidades para investimentos diretos em infraestrutura no Brasil, especialmente de logística, e em outras áreas estratégicas para a armazenagem e o escoamento da produção agropecuária nacional. “Os investimentos nessa área vão reduzir os custos de transporte, barateando o preço final dos produtos vendidos para o mercado chinês”, argumenta a presidente da CNA.

Outro trabalho a ser desenvolvido pela CNA na China é a aproximação entre fornecedores brasileiros e importadores chineses, permitindo, assim, a intensificação das relações comerciais. As exportações do Brasil para a China têm crescido desde 2002, reflexo do ingresso do país asiático na Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas as vendas estão concentradas no complexo soja. A presidente da CNA defende a diversificação da pauta de exportação. “Em 2011, o Brasil enviou cerca de 22,1 milhões de toneladas de soja em grãos para a China, mas podemos vender, além da soja, outros produtos que são consumidos pelos chineses”, avalia.

Para viabilizar essa meta, a comitiva da CNA deve se reunir, em Pequim, com representantes da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena (AQSIQ) e de empresas importadoras de carnes. “Vamos detalhar a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), apresentando o modelo brasileiro que garante a qualidade dos produtos agropecuários exportados e consumidos no mercado interno”, afirma a senadora Kátia Abreu. Também estão previstos encontros com empresários chineses que investem em silvicultura, atividade de grande potencial no Brasil. A agenda da comitiva da CNA na China inclui, ainda, uma visita na sexta-feira (16/11), à FHC China 2012, um das principais feiras de alimentos do mundo.

Escritório – O escritório da CNA na China fica no  Centro de Negócios da Apex-Brasil na China - room 1303-1305, Office Tower I, China Central Place, 81 Jianguo Road, Chao Yang District, Pequim.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

SENADORA KÁTIA ABREU DEFENDE REFORMA DO SISTEMA ELEITORAL

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O mensalão é só o sintoma

Por Kátia Abreu
Nossas eleições majoritárias até vão bem, mas as do Legislativo são o caos. Governa-se refém de partidos sem alma. Temos de mudar logo o sistema eleitoral

Na tumultuada história da democracia brasileira, nunca ocorreu um episódio da gravidade e alcance do chamado "mensalão", pela importância de algumas pessoas envolvidas e pela natureza dos fatos em julgamento. Não podemos desperdiçar esta crise para aprender e mudar.
Em tempos de normalidade, as sociedades não têm disposição para mudanças, mesmo quando as forças da ruptura e do conflito já estão operando abaixo da superfície. Temos uma tendência para achar que, na política, tudo acaba se resolvendo de algum modo. Engano. Em algum momento, a realidade vem cobrar o seu preço.
O Estado democrático brasileiro está funcionando sem restrições, mas devemos reconhecer que algo anda muito mal em nossa vida pública. Não podemos, ao fim do julgamento, fingir que nada de anormal aconteceu. Devemos interpretar os fatos com amplitude e tirar deles os ensinamentos que possam servir ao nosso país e à vida cívica.
As eleições majoritárias para o Executivo ainda se processam de modo apropriado, pois, independentemente da multiplicação de legendas, o foco do eleitor se concentra na personalidade do candidato e nos símbolos políticos que ele consegue juntar à sua identidade.
Bem ou mal, a sociedade forma sua convicção e sabe o que está fazendo. Mas, uma vez eleitos o presidente, o governador ou o prefeito, começam os problemas.
A formação das câmaras legislativas se processa de modo caótico, pois o voto do eleitor poucas vezes guarda coerência com a sua escolha para o Executivo. Mesmo eleito pela maioria, o governante passa a depender de coalizões que reúnem formações partidárias heterogêneas, muitas delas sem alma e sem propósitos públicos. E sem maioria não há como governar.
Por isso, é urgente e necessária a mudança do sistema eleitoral -principalmente com a adoção do voto distrital- e também do regime de funcionamento dos partidos.
Hoje, os partidos se eternizam como propriedade de grupos, destruindo a democracia interna. As prévias para escolha dos candidatos e a proibição das eternas comissões provisórias que substituem os diretórios eleitos não devem mais ser adiadas.
Essas ações podem melhorar a qualidade de nossa vida pública e garantir a governabilidade, de modo mais espontâneo e natural.
Alianças partidárias deveriam envolver unicamente o preço da satisfação ou insatisfação do eleitor. É absurdo que se dê o contrário -ou seja, as "bases parlamentares" agirem independentes das suas "bases eleitorais" e partidárias, tornando-se vulneráveis a todo tipo de troca de benefícios individuais ou de grupos.
Não podemos confundir "bases parlamentares" com "bases eleitorais". Na raiz das ações políticas julgadas pelo Supremo está, certamente, essa deformação conceitual dos limites (ou ausência deles) na representação parlamentar e no exercício dos mandatos executivos.
O caso do "mensalão" não é um evento patológico, singular e raro. O drama tem relação com o modo de funcionamento do sistema político. Ali estão sintomas claros de uma doença geral e sistêmica, reclamando amplas medidas profiláticas, de natureza institucional.
É triste observar que alguns políticos e partidos continuam a tratar seu apoio ao governo federal como repartição de cargos e vantagens e não como negociação de princípios e de pontos de vista diferentes e alternativos. Será uma verdadeira tragédia se esse grande passo dado pelo Supremo Tribunal Federal não servir como um novo paradigma para a política.
Isso significaria que não aprendemos nada!
KÁTIA ABREU, 50, é senadora (PSD-TO) e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

Estiagem adia segunda etapa da vacinação contra a febre aftosa no Rio Grande do Norte

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    Sem previsão de chuvas para os próximos três meses e em pleno inquérito epidemiológico, a diretora geral do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (Idiarn), Fabiana Lo Tierzo, resolveu prorrogar em 30 dias o início da segunda etapa da campanha de vacinação contra aftosa, que deveria iniciar na última quinta-feira, 1° de novembro. A flexibilização do calendário de vacinação, em casos extremos de chuva ou seca excessiva, está prevista na legislação brasileira.


    Assim, em vez de terminar em 15 de dezembro, a vacinação será concluída em 15 de janeiro. Dos nove estados do Nordeste, só o RN e a Bahia, até o momento, decidiram-se pelo adiantamento e o Piauí já anunciou que irá suspender a campanha. Nesse caso, o estado corre o risco de ver trancado seu trânsito animal para outros estados, como recentemente ocorreu com o RN em relação a Pernambuco e Ceará.


    No último sábado (03), Fabiana Lo Tierzo explicou que resolveu prorrogar a campanha em função da seca que atinge o Nordeste, dando mais tempo para que os produtores adquiram as vacinas e novas remessas de milho do estoque do governo cheguem à região.


    Além disso, espera-se que os pequenos produtores com até 10 cabeças de bovino e 30 cabeças de ovinos e caprinos comecem a se beneficiar de doações de volumoso já autorizadas pelo governo do estado a serem repassadas pela Emater.


    Lo Tierzo disse que resolveu tomar essa decisão depois de se reunir com técnicos do instituto e colher informações nos estados vizinhos que atravessam o mesmo problema da estiagem. “Com essa seca, que ainda deverá ser longa, seria temeroso esperarmos mais para uma decisão”, afirmou.


    A meta é garantir um índice de vacinação de 80%, considerado satisfatório pelo Ministério da Agricultura em tempos de seca. Nas demais regiões do País, esse índice é de 85%.  Onde ocorrer prorrogação ou suspensão da vacinação, os bovinos que precisarem ser transportados para outros estados terão que ser vacinados previamente, segundo informações do Mapa.


    Flexibilizar o calendário da segunda etapa da vacinação tem por objetivo amenizar os prejuízos contabilizados pelos produtores nordestinos. A ideia é impedir que os produtores que já perdem animais para a estiagem e a desnutrição não os percam em virtude do manejo mal feito, pois já estão com os organismos debilitados pela falta de água de alimento.


    Segundo o diretor de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, o manejo é o único risco nesses casos. Mas garantiu  que, ao vacinar  animais, os produtores não precisam se preocupar com os efeitos da imunização, já que a vacina não provoca mortalidade ou aborto. O que provoca, segundo os técnicos, é o manejo inadequado do rebanho agravado pela fome e sede e o estresse provocado nos animais.


    No sábado, o presidente da Federação de Agricultura do RN, José Álvares Vieira, informou que das quase 94 mil toneladas de milhos do estoque dos armazéns da Conab que deveriam abastecer o estado, apenas 1/3 – 28 mil toneladas – chegaram até o momento nos últimos três meses. “Temos algum milho em Mossoró, Caicó, Umarizal e João Câmara e nem um saco em Natal”, afirmou Vieira.

    Segundo ele, já está em vigor da cota de 10 sacos de 60 kg por produtor e o Governo Federal, embora não esteja de braços cruzados, ” ainda não faz o que é possível para minimizar os fetos da seca na região”.


    Sobre o plano de emergência anunciado recentemente pela governadora Rosalba Ciarlini para investir R$ 1 bilhão no Estado em obras emergenciais e estruturantes contra a seca, Vieira disse que os recursos efetivamente desembolsados ainda são muito modestos diante da gravidade da situação.


    A posição do Piauí de adiar a vacinação não deixa de ser realista. O estado defende que a vacinação seja feita somente só após a volta das chuvas na região castigada pela seca, ou seja, dentro de dois ou três meses.


    Desde 2003, o Piauí também luta para se transformar em área livre de febre aftosa, transformando-se em área de risco médio. O passo seguinte seria transformá-lo em área livre de aftosa com vacinação, mesmo foco do RN. Os resultados da última etapa da campanha ali conseguiram superar os do RN, com 97% do rebanho atingido.

Bolsa Estiagem e Garantia Safra são prorrogados por mais dois meses


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A presidente Dilma Rousseff disse hoje (5) que o governo federal vai prorrogar por mais dois meses o pagamento do Bolsa Estiagem em razão da seca prolongada na Região Nordeste e no norte de Minas Gerais. Segundo ela, cada família beneficiada pelo programa vai receber mais duas parcelas de R$ 80, totalizando um custeio de R$ 560 e não mais de R$ 400.

"Essa renda, que transferimos com o Bolsa Estiagem, é para muitas famílias a única alternativa para não passar fome porque, sem a produção agrícola, elas não têm o que comer nem o que vender no mercado", explicou.

No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma destacou que os agricultores cadastrados no Garantia Safra também vão receber ajuda extra do governo federal em razão da estiagem. Serão pagas duas parcelas a mais do benefício, cada uma no valor de R$ 136.

"Com mais dois meses de Bolsa Estiagem e dois meses de Garantia Safra, estamos garantindo renda para 1,5 milhão de famílias que vivem no Semiárido", avaliou.

Outra medida anunciada pela presidente trata da prorrogação, até fevereiro de 2013, da venda de milho a um preço mais baixo que o do mercado para pequenos agricultores. Segundo ela, o governo pretende também melhorar o sistema de distribuição do produto.

Além disso, Dilma informou que a Operação Carro-Pipa será ampliada - o Exército Brasileiro foi autorizado a contratar mais 906 carros-pipa, que vão se juntar aos 4.082 em serviço. Os estados, segundo ela, também receberam recursos e já contrataram mais de 2 mil carros-pipa.

Sobre investimentos em obras para tentar solucionar a falta de água na região do Semiárido, Dilma destacou o Sistema Adutora Alto Oeste, no Rio Grande do Norte; o Eixão das Águas, as barragens do Missi e do Riacho da Serra, no Ceará; a Adutora do Pajeú e a Adutora do Agreste, em Pernambuco; as Vertentes Litorâneas, na Paraíba; a Barragem do Atalaia, no sul do Piauí; e o Canal do Sertão Alagoano, em Alagoas.

A presidente disse que será inaugurada, na próxima sexta-feira (9) a Adutora do Algodão, em Guanambi, na Bahia. A expectativa é que a estrutura leve água para 140 mil pessoas. Dilma, destacou que a seca atual é uma das piores já registradas nos últimos 40 anos. "Obras como essas e como as obras da transposição do Rio São Francisco preparam o Semiárido para enfrentar em melhores condições as próximas estiagens".
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