terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Faltam médicos no interior do RN


Imagem Interna
No Rio Grande do Norte, o cenário é de horror nos hospitais públicos de Natal e do interior, em especial o Hospital Walfredo Gurgel e Hospital Regional Tarcísio Maia, sendo que este último está em situação melhor. Não tem pacientes nos corredores. O que ocorre no RN, além da falta de médicos especialistas conforme aponta na pesquisa Demográfica Médica no Brasil, é uma quebra na cadeia de serviços de saúde pública prestados tanto na capital como no interior.

As unidades de emergência-urgência estão funcionando relativamente bem, apesar da falta de profissionais, para socorrer, por exemplo, vítimas de acidentes de trânsito. Entretanto, o paciente ortopédico (acidentes), depois que tem o quadro estabilizado nestas unidades, não tem onde complementar o tratamento, que o serviço é classificado como eletivo nas instituições públicas. Para esvaziar os hospitais como HRTM e HWG, conforme os profissionais do Conselho Estadual de Saúde, seria necessário o Estado construir hospitais de clínica cirúrgica.

Neste sentido, o Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Saúde, tem projeto para construir hospital na Zona Norte de Natal. Para o interior do Rio Grande do Norte, o secretário Domício Arruda destacou os investimentos para complementar a escala médica dos hospitais regionais de Pau dos Ferros, Apodi, Caraúbas, Caicó e Assú, como forma de reduzir a demanda de atendimento tanto no HRTM como no HWG. "Considerando a população da região, precisamos ter pelo menos 350 médicos e só temos no maximo 250", diz Ney Robson, diretor do HRTM.

Outra quebra de serviço de saúde consta na área de pediatria. A Prefeitura de Mossoró, conforme o secretário Francisco Carlos, da Cidadania, investe quase 25% do orçamento municipal em saúde pública. Destaca as Unidades Básicas de Saúde dos bairros e principalmente as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). "Também temos vários programas funcionando em áreas específicas para atender ao cidadão", diz Francisco Carlos. Entretanto, na área de emergência urgência, Mossoró não dispõe de nenhum leito de UTI pediátrica.

Para corrigir esta distorção, o secretário Domício Arruda, do Governo do Estado, destaca que deverá ser inaugurada nos próximos meses uma unidade hospitalar em Mossoró com seis leitos de UTI pediátrica. É pouco. A meta do Governo do Estado é construir um Hospital Materno Infantil em Mossoró para funcionar agregado à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Não existe previsão de quando este projeto vai sair do papel.

No que se trata do quadro de profissionais médicos, as especialidades mais carentes em Mossoró são: anestesista, pediatra e ortopedista. Mas não era para ser assim se houvesse uma distribuição uniforme dos profissionais existentes no RN. Existem 103 anestesistas no Rio Grande do Norte, porém apenas 11 em Mossoró, profissionais suficientes para atender 70% da demanda do HRTM. Existem 56 ortopedistas e apenas 11 em Mossoró. E existem 197 pediatras e apenas 12 em Mossoró.

Neste caso, o problema será solucionado, segundo o diretor técnico do HRTM, Diego Dantas, quando o Governo do Estado encontrar um caminho legal para pagar plantões extras aos médicos que já estão em Mossoró. O secretário Domício Arruda disse que o caminho já foi definido. O Estado vai repassar (já repassou) os recursos para a Prefeitura de Mossoró, que por sua vez vai pagar os plantões extras aos médicos (ainda nesta semana) que já são contratados do Governo do Estado.

A saída em definitivo, conforme o diretor do HRTM, é os Governos dos Estados adotarem políticas de incentivo aos médicos que estão nas capitais para atuar no interior, com salários extras, auxílio-moradia e principalmente investindo na estrutura dos hospitais. "De repente não é muito atraente para um pediatra exercer sua profissão em Mossoró, onde, por exemplo, não tem nenhum leito de UTI infantil. É neste sentido que o Governo do Estado já está projetando a construção de um hospital infantil com tudo que Mossoró merece", diz Ney Robson.


Fonte: Jornal de Fato

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