quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Kátia Abreu diz que o Incra está criando "favelas rurais"

O resultado da pesquisa "Perfil dos assentamentos rurais", encomendada ao Ibope pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), foi apresentado aos senadores por Kátia Abreu (DEM-TO). Foram ouvidos mil agricultores em nove assentamentos implantados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A senadora explicou que esses assentamentos são do nível 7, "ou seja, em tese, já emancipados".

- Encontramos 19% de trabalho infantil nos assentamentos; 14% das moradias não têm banheiro; 83% dos assentados nunca fizeram curso de qualificação profissional e, dos 17% que fizeram, mais da metade foi pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural [Senar] da CNA; 37% declararam que não produzem nada; e apenas 17%, o suficiente para sustento da família e algum excedente para venda.

Segundo ela, em cada casa dos assentamentos vivem em média 4,3 pessoas, "mas infelizmente 40% das famílias têm renda de um quarto de salário mínimo por pessoa e vivem em extrema pobreza".

- Nas cidades, essa média é de 17% - disse Kátia Abreu, para quem "o Incra está criando favelas rurais distantes da elite política e das políticas públicas".

Nos últimos 15 anos, houve um recuo na quantidade de recursos gastos no campo."Não é impossível que as políticas públicas cheguem ao meio rural, mas tornam-se mais caras devido à logística mais complexa, às distâncias e à dificuldade de acesso".

Destacando relatório da ONU de 2008 que aponta que, de cada cinco pobres no Brasil, quatro estão na zona rural, ela informou que existem 8.310 assentamentos no país, que abrigam 870 mil famílias e ocupam 80 milhões de hectares. "Para comparação, toda a produção brasileira de grãos é obtida a partir de 60 milhões de hectares plantados".

* Noticia publicada no Jornal do Senado desta Quarta-Feira - 14/10/2009.

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