segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Falta de dinheiro da Conab é para pagar trabalhadores


Imagem Interna
Único estado onde os armazéns da Companhia Nacional do Abastecimento estão razoavelmente supridos de milho, o Rio Grande do Norte pode sofrer uma redução desse estoque por falta de trabalhadores para fazer o descarregamento e ensacamento da mercadoria e não pela falta de caminhões, como este jornal divulgou ontem.

Na última quinta-feira, em Currais Novos, um problema com a transportadora fez com que 21 carretas não descarregassem o milho imediatamente, mas esse problema, que já foi resolvido, não teve nada a ver com a Conab e sim a partir de uma desinteligência interna na empresa encarregada do frete, segundo esclareceu no último sábado o presidente da Federação da Agricultura, José Vieira, que monitora de forma independente os carregamentos de milho da companhia.

Sem dinheiro para pagar os trabalhadores já cadastrados nos estados, o temor agora é que, quando os próximos carregamentos chegarem, fiquem impossibilitados de serem recepcionados e trabalhados. José Veira examinou a possibilidade de realizar um convênio com a Conab para levantar a quantia necessária, mas diante de alguns problemas que poderiam ocorrer ele preferiu descartar essa possibilidade.

Diante disso, resolveu apelar para a saída política e procurou ontem o deputado Henrique Eduardo Alves, pedindo sua interveniência no caso junto ao Ministério do Planejamento, onde os recursos são ordenados. O deputado teria se comprometido a ajudar.

Não é muito dinheiro envolvido, segundo José Vieira. “O calculo por cima indica que por volta de R$ 200 mil seriam suficientes para pagar os trabalhadores”, estimou o presidente da Faern. “O problema é que poderíamos arranjar esse recurso se tivéssemos a certeza de ressarcimento, uma vez que a Federação luta com dificuldade para manter suas ações”, afirmou Vieira.

Outro problema que vem se desenhando para os produtores é a morosidade com quea o Banco do Nordeste estaria liberando os recursos para os agricultores adquirirem o milho do programa de balcão da Conab.

“Já tive oportunidade de dizer para o novo superintendente do BNB no estado que essa lentidão tem prejudicado muito os produtores potiguares, que já chegaram a seu limite por causa da seca”, acrescentou Vieira.

O novo superintendente estadual do Banco do Nordeste (BNB) no estado é João Nilton Castro Martins, que substituiu José Maria Vilar, que deixou a superintendência para assumir a superintendência da Área de Gerenciamento Estratégico, na Direção Geral, em Fortaleza.

José Vieira avalia que um problema tem puxado outro na luta dos produtores por condições melhores para minimizar os efeitos da seca no RN.

“A chegada irregular do milho no estado foi o primeiro problema, resolvido depois de muita luta. Hoje, inclusive, somos um dos estados no Nordeste que não tem mais esse desabastecimento. Agora, é a falta de receita da Conab para pagar os trabalhadores responsáveis por ensacar o produto a granel. Quando este problema estiver resolvido, teremos que cobrar do BNB mais agilidade na liberação dos recursos para que os produtores possam adquirir o milho subsidiado do governo”, lembrou Vieira.

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