quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Busca por financiamento no BNB disparou no RN


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Toda semana, das cerca de cem propostas de empréstimos solicitados por produtores rurais que dão entrada na agência de Mossoró, entre 70 a 80 são devolvidos por insuficiência de dados, erros de preenchimento ou informações que não batem umas com as outras, acarretando na recusa dos pedidos. É um problema que atinge hoje todas as regiões do estado.

De maio para cá, quando começou o período de estiagem, o Banco no Nordeste já contratou no RN financiamentos no valor de R$ 114 milhões, dos quais 84% exclusivamente para o meio rural. Mas só apenas a partir de outubro os pedidos de empréstimos pelos agricultores mais do que quadruplicaram em relação aos meses anteriores, sobrecarregando as 12 das agências do BNB no estado.

“Hoje temos 16 pessoas de fora da estrutura do banco trabalhando exclusivamente na análise desses pedidos de financiamento e outras duas da superintendência dando apoio”, disse nesta segunda-feira, Orlando Gadelha Sobrinho, gerente da área agrícola, agricultura familiar e mini produtores rurais do BNB no estado.

Para ele, a corrida por financiamentos do Banco explodiu em outubro porque muita gente não esperava que a estiagem se prolongasse por tanto tempo. “Embora a linha de crédito contemple muitos diferenciais em se tratando do pequeno produtor rural, na prática continua um financiamento bancário e sua concessão requer a apresentação de comprovantes inerentes à tomada de recursos”, afirmou.

E acrescentou: “Seguimos à risca as portarias governamentais (a 4077 para o Pronaf e a 476 para os demais públicos) e não colocamos qualquer empecilho para que os produtores tenham acesso ao recurso. Quando ela (a portaria) trouxer qualquer novidade que facilite o acesso, acataremos imediatamente”.

Segundo Gadelha, só em Mossoró quatro pessoas de fora da estrutura do BNB foram contratadas para agilizar a análise dos pedidos de financiamento. “O problema é que enquanto 100 desses pedidos já estão em análise dentro da instituição, outros 150 entram em média toda a semana”, assinala Gadelha.

Muitos pedidos já analisados retornam, provocando um “retrabalho insano”, como define o próprio gerente. Ele esclarece que além de dados pessoais do tomador e da propriedade, que podem ser obtidos junto ao Instituto de Defesa Agropecuária (Idiarn), o produtor precisa apresentar um projeto onde expõe sua necessidade.

Em se tratando de gente simples, sem instrução, muitos órgãos como a Emater, Sebrae, cooperativas e empresas privadas de assistência agropecuária estão na lista dos que podem assessorar os agricultores na tarefa de preparar os projetos a darem entrada no Banco. Muitos desses agricultores queixam-se de que em suas regiões não encontram essa ajuda.

Até na última sexta-feira, as agências do BNB analisavam 2.450 projetos de empréstimo. “É um número muito grande e é normal que eles atravanquem o serviço”, argumentou o gerente da área agrícola.

Na semana passada, o presidente da Federação da Agricultura, José Álvares Vieira, acusou o BNB de morosidade na liberação dos recursos aos micro e pequenos produtores, que precisam do dinheiro, inclusive, para comprar o milho disponível nos armazéns da Conab no estado.  Nessa mesma ocasião, ele alertou para a falta de dinheiro da receita da Conab para pagar os trabalhadores que recepcionam e ensacam o produto que chega à granel  em carretas do Centro Sul.

“Não bastasse a Conab estar com essa dificuldade, os produtores que precisam de dinheiro para adquirir o milho não estão conseguindo acessar os recursos das linhas de crédito do BNB”, afirmou.

Hoje, em nota, a assessoria de comunicação da Conab em Brasília disse que a interrupção nos embarque de milho destinados à região nordeste se deve ao período de férias coletivas dos armazéns privados, indisponibilidade de caminhões para transporte nas proximidades das datas festivas de fim de ano e necessidades por parte desses armazéns privados realizarem seus balanços. “Diante disso – diz a mensagem -, a Conab solicitou às empresas transportadoras que aumentassem os fluxos de embarques nas semanas anteriores ao dia 14/12/2012, visando evitar possíveis desabastecimentos até a retomada da operação no dia 07/01/2013″.

Fonte: O Jornal de Hoje

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