sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Investimento em energia eólica no RN pode chegar a R$ 5 bilhões

Previsão é que até 2013 todos os 39 parques estejam em funcionamento no estado, gerando autosuficiência.


Foto: Artur Dantas
Um dos pontos da pauta esteve relacionado às linhas de transmissão de energia.
Após a divulgação das 35 empresas que ganharam a licitação para operar energia eólica no Rio Grande do Norte, uma reunião realizada na tarde desta terça-feira (16), na Federação das Indústrias (Fiern), discutiu pontos ligados a instalação dos 39 parques de energia renovável no Estado, onde serão aplicados entre R$ 4,5 e R$ 5 bilhões.

Um das questões da reunião de trabalho fez referência aos problemas físicos do Porto de Natal e a malha rodoviária do estado, que serão utilizadas para transporte das peças presentes nos parques. Outro problema é a regularização fundiária de terrenos que apresentam multiplicidade de proprietários, além das linhas de transmissão, conectoras dos parques eólicos às subestações, também consideradas um gargalo.

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte, Flávio Azevedo, no atual cenário do RN, as linhas de transmissão apenas são viáveis em grades parques eólicos, ou seja, acima de 50 ou 60 megawatts.

A explicação é que a distância entre o local onde a energia é produzida e o envio à subestação, inviabilizaria o investimento em terrenos de menor produtividade (entre 10 e 30 megawatts), uma vez que as linhas de transmissão percorreriam entre 80 e 100 km, tornando mais caro o custo de envio da energia do que o do investimento.

Outro entrave apontado pelo presidente foi a regularização fundiária em terrenos que são observadas multiplicidade de proprietários. "Isso atinge mortalmente as demandas do projeto. É muito importante que os cartórios, Tribunal de Justiça, Corregedoria e Ministério Público se envolvam para evitar que aventureiros tirem escrituras do nada", falou.

Foto: Artur Dantas:
Flávio Azevedo declarou que priorizará investimento em qualificação e formação de mão-de-obra.

E a preocupação tem sentido. Isso porque a cifra de investimentos da iniciativa privada no RN para os próximos três anos ultrapassam as expectativas mais otimistas. Azevedo destacou que serão aplicados entre R$ 4,5 e R$ 5 bilhões na instalação dos 39 parques eólicos. A título de comparação, a refinaria de petróleo que foi perdida para Pernambuco tinha estimativa de investimento entre R$ 1,5 e R$ 2 bilhões.

"Vale lembrar que na refinaria é executada a obra, mas depois ela fica com uma operação quase que interna. Os investimentos em energia eólica são evolutivos porque são multiplicadores de outros investimentos. Na hora que é instalado um parque de uma dimensão como esta são exigidas empresas que fabriquem peças, companhias de reparo e reposição, ao contrário de investimentos que são estáticos", definiu.

Capacitação
Com a escolha para assumir a 3ª vice-presidência da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Azevedo definiu que os planos para o Norte-Nordeste envolvem capacitação profissional para tentar "reduzir os desequilíbrios culturais" entre as regiões.

Na reunião da tarde desta terça-feira, um dos pontos da pauta tinha justamente como plano o apoio na capacitação de mão de obra local como eletricistas, topógrafos, pedreiros, operadores e montadores, profissionalização que, supriria a carência de trabalhadores nos canteiros de obras dos parques eólicos.

"Acho que o Nordeste e Norte têm uma carência de mão-de-obra qualificada. A reunião tratou da necessidade de se formar e qualificar, que são atividades distintas. Com o cargo na CNI, priorizarei a destinação de recusos para a qualificação e formação de mão-de-obra no Nordeste do Brasil como forma de diminuir os desequilíbrios regionais", destacou.

Foto: Artur Dantas
Obery Rodrigues, coordenador da equipe de transição do governo.
Novo governo
O coordenador da equipe de transição do governo, Obery Rodrigues, declarou que existe a preocupação da governadora eleita do RN, Rosalba Ciarlini, de analisar todos os processos de licenciamento em tempo hábil de forma a não atrapalhar o andamento do projeto.  Ele adiantou que pode ser implanatada uma força tarefa ou um grupo executivo para tratar da celeridade no tocante a regularição dos projetos pelo Idema.

Outra preocupação está na operação especial para transporte das peças que irão compor os complexos. "Evidente que a governadora irá dedicar uma atenção especial a isso e dialogaremos com Codern e DNIT para que as operações para o tranporte e implantação dos parques transcorram com o menor impacto possível junto à sociedade", detalhou.

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