sábado, 7 de abril de 2012

Presidente da CNA afirma, no Senado, que Brasil tem autoridade moral para discutir questões ambientais

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, afirmou nesta quarta-feira (04/04), no plenário do Senado, que o Brasil tem uma das maiores, melhores e mais baratas agriculturas do planeta. “Nós usamos apenas 27,7% do território nacional para produzir comida e preservamos 61% dos nossos biomas”, afirmou, ao lembrar que a Europa preserva apenas 0,2% de suas florestas e que, nos Estados Unidos, a preservação não chega a 26%. Essas características, avaliou, dão ao País a autoridade moral para discutir, em qualquer fórum, as questões ambientais. 
A senadora Kátia Abreu fez um relato de sua participação, na semana passada, na Cúpula de Agricultura Sustentável, promovida pelo jornal Financial Times, em Londres, e lembrou que os produtores brasileiros adotaram tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), especialmente aquelas ligadas à agricultura de baixo carbono. “Quase 70% das nossas lavouras são plantadas por meio do plantio direto, técnica que evita a aração da terra, que não fica descoberta de matéria orgânica. A semente é plantada na palha da lavoura colhida no ano anterior. Isso é extraordinário”, afirmou. Essa técnica não pode ser adotada em outros países em função das condições climáticas, explicou.
De acordo com a senadora Kátia Abreu, os produtores brasileiros também têm optado pela integração lavoura-pecuária-floresta. Afirmou, ainda, que o Governo federal tem oferecido crédito aos produtores rurais por meio do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que tem juros de 5,5% ao ano e pagamento no longo prazo. Questionou qual país do mundo tem uma legislação tão rigorosa quanto o Brasil. “Nenhum país do mundo tem uma legislação que fala de APP (Área de Preservação Permanente), de preservação de matas ciliares, de preservação das nascentes e das áreas de recargas”, afirmou. 
Essa situação única permitiu ao Brasil apresentar, durante o Fórum Mundial da Água, realizado em março, em Marselha, na França, uma proposta de norma vinculante que obrigue os países a preservarem a qualidade da água. Além da CNA, a Embrapa e a Agência Nacional de Águas (ANA) também apóiam a idéia. Esse tema deverá ser discutido durante a Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro. A proposta, segundo a presidente da CNA, é que a Organização das Nações Unidas incorpore esse tema na lista de suas prerrogativas. “Defendemos uma APP global, porque já existe um consenso entre os cientistas do mundo sobre a importância das APPs”, afirmou.
Em seu pronunciamento, a senadora Kátia Abreu lembrou que os rios brasileiros estão intactos, com vegetação, e que os erros serão corrigidos, com a recomposição de áreas. Acrescentou, ainda, que são os produtores brasileiros que arcam com os custos da preservação dessas áreas. “Se a Europa e os Estados Unidos forem obrigados a ter APPs, preservar as margens dos rios e as nascentes, tenho certeza de que haverá remuneração e indenização para os produtores”, afirmou. 
A presidente da CNA também criticou, em seu pronunciamento, a postura das organizações não-governamentais (ONGs). “As ONGs não falam a verdade sobre a situação do Brasil e não querem reconhecer os erros cometidos pela Europa”, afirmou. Contou que, durante o debate organizado pelo jornal Financial Times, representantes de duas ONGs criticaram o texto do Código Florestal brasileiro e argumentaram que a nova legislação ambiental brasileira provocaria aumento do desmatamento. Questionados sobre o “inciso, artigo ou parágrafo” que tratava desse tema, não souberam indicar em qual trecho do novo Código Florestal se encontrava esse assunto. 
 
 
Assessoria de Comunicação CNA
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