sexta-feira, 8 de abril de 2011

Projeção é de safra recorde no RN





A produção de grãos no Rio Grande do Norte pode aumentar 238,9%, segundo novo levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O percentual fica acima do divulgado em março, quando a companhia estimou crescimento de mais de 90% no RN.


No início de abril, meteorologistas chegaram a anunciar possíveis perdas na produção devido ao prolongamento dos veranicos (estiagem durante período chuvoso). A previsão não influenciou  o novo levantamento, segundo o qual a produção potiguar poderá passar de 28,8 mil toneladas para 97,6 mil toneladas, o que é considerado muito para um estado pequeno como o RN, na avaliação de Carlos Bestetti, gerente de Avaliação e Acompanhamento de Safras da Conab.


O percentual assusta à primeira vista, mas é reflexo do mau desempenho da produção de grãos no RN na última safra, segundo Luiz Gonzaga Araújo, analista de Mercado de Produtos Agrícolas da Conab RN. De acordo com o analista, o estado não vai produzir 200% vezes mais. Apenas  retomar a produção de grãos. “É preciso considerar que praticamente não houve produção ano passado”, afirma.


O clima, considerado pela Conab principal razão do crescimento, pode atrapalhar as projeções. “Os analistas previam a ocorrência de veranicos. Eles, de fato, ocorreram. No entanto, em algumas localidades, as chuvas retornaram. A previsão é que chova em abril e maio”. É nesta previsão que a companhia se apoia. “Se não chover, a previsão irá por água abaixo e haverá perdas na produção de grãos”, reconhece Luiz Gonzaga. Segundo a Conab, o clima é o único fator que pode reduzir a quantidade de grãos colhidos no final da safra. “A produção poderá ser menor, caso as condições climáticas se tornem desfavoráveis nos próximos meses”, afirma Gonzaga.


Segundos dados da Conab, incluídos no levantamento da safra 2010/2011, no mês de março, choveu abaixo da média no norte e no leste da Região Nordeste, o que, em função da distribuição regular das chuvas, não chegou a comprometer o desenvolvimento das lavouras de milho e feijão. A previsão agroclimática para o trimestre abril, maio e junho, segundo a companhia, continua indicando uma boa safra na Região Nordeste, em função da maior probabilidade das chuvas acima da média no norte dessa região.


Para Carlos Betestti, o crescimento na produção deve reduzir o preço dos grãos em armazéns e supermercados. “Vai melhorar para o consumidor”, afirma. Luiz Gonzaga, da Conab/RN, não é tão otimista. Segundo ele, boa parte dos grãos produzidos no estado é consumido pelos próprios agricultores. Só uma pequena parte é comercializada. Por isso, o bom desempenho não influenciará tanto o preço final. “A produção potiguar não atende a demanda de consumo do estado. A maior parte dos grãos é produzida por pequenos produtores e voltada para o próprio consumo. Poucos comercializam o excedente”. Segundo Gonzaga, isso faz do RN um tradicional importador de alimentos.


Produção de arroz e feijão precisa avançar, diz analista


Segundo dados da Conab RN, o estado consome 170 mil toneladas de milho por ano, mas, produz em média, 46 mil toneladas. O mesmo ocorre com outros grãos. O parque têxtil potiguar, por exemplo, consome 70 mil toneladas de pluma de algodão, mas o estado não produzirá nem mil toneladas este ano. Quanto ao feijão, o estado produz 26 mil toneladas, mas consome 90 mil. Gonzaga explica que 95% de todo feijão produzido no RN é do tipo Macassar e mais de 80% do arroz é do tipo vermelho, produtos que tem grande aceitação no mercado, mas precisam avançar em quantidade e qualidade, segundo o analista.


Segundo o novo levantamento da Conab, a produção de grãos na Região Nordeste e no País também crescerá, embora o percentual seja bem menor que o verificado no RN. Na Região Nordeste, a expectativa é que a produção  aumente 29,9%. No Brasil, pode subir 5,5%. A produtividade, que é o rendimento das culturas de milho, algodão, feijão, arroz, sogo, também subirá, se as condições continuarem favoráveis. A expectativa é que a Região colha 15,6 milhões de toneladas de grãos e o Brasil, 157,4 milhões de toneladas, marca considerada recorde de todos os tempos, segundo avaliação de Bestetti.
Fonte: Tribuna do Norte

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