sábado, 29 de dezembro de 2012
sábado, 22 de dezembro de 2012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Tecnologia que a cidade não vê
Por Kátia Abreu
O grande desafio é ampliar o número de produtores que fazem parte do agronegócio de sucesso
Agricultura é um conceito amplo. Engloba todo produto de origem animal e
vegetal que chega à mesa do brasileiro. Começa pela madeira usada na
construção da mesa, passa pela toalha de algodão que forra esta mesa, e
tem representação dupla nas carnes. O frango e o porco são produtos
agrícolas que têm como principal alimento a ração produzida à base de
cereais. A produção de leite, para ter melhor rendimento e constância,
também depende das rações à base de grãos.
É comum a confusão entre agricultura e agronegócio. A agricultura diz respeito ao trabalho do agricultor, da preparação da terra à colheita ou venda dos animais. O conceito de agronegócio vai além. Abarca a agricultura e inclui as indústrias que produzem insumos dos quais o agricultor lança mão, bem como a indústria que beneficia a produção agrícola e toda a distribuição dos produtos comercializados.
Esta ampla agricultura brasileira, que há muito deixou de ser mera exportadora de commodity, é baseada em forte aparato tecnológico.
Sementes adaptadas são desenvolvidas com grande esforço por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Aí vêm as máquinas agrícolas, os defensivos, os fertilizantes, o emprego da biotecnologia para modificação das variedades adaptadas. E ainda temos técnicas de seleção genética, fertilização in vitro e clonagem, largamente empregadas na produção animal, inclusive peixes.
A despeito do romantismo que pressupõe a atividade de criar, plantar e colher, a disputa entre cada elo da cadeia por maior fatia do lucro do setor nada tem de poética. O elo mais frágil é o agricultor. Ainda que faça uso da tecnologia, como regra geral ele o faz, não há como superar essa condição de fragilidade, especialmente se o agricultor não tiver escala de produção.
O grande desafio é ampliar o número de produtores que fazem parte do agronegócio de sucesso. Não interessa ao agro ser uma ilha de prosperidade e sim, um continente de sucesso.
Aumentar, fortalecer e consolidar uma classe média rural deve ser o esforço de todos, como foi com a classe média urbana. Este caminho só será possível se fizermos com que toda inovação e tecnologia existentes no país cheguem à maioria dos produtores. Hoje, poucos têm acesso ao aparato tecnológico existente.
O instrumento capaz de democratizar o saber e a tecnologia no campo é a rápida implementação de uma política de extensão rural ou de assistência técnica. Qualificar tecnicamente os produtores para que façam escolhas corretas, para que formatem um plano de negócios e melhorem sua capacitação gerencial, são tarefas absolutamente indispensáveis.
São estes instrumentos que nos permitirão multiplicar a produção de nossas terras, sem que se desmate uma única árvore sequer. O ato de disseminar conhecimento e tecnologia é quase uma profissão de fé. É a forma mais sustentável e honesta de proteger as pessoas e os seus negócios.
Enquanto governos de vários países subvencionam suas agriculturas mundo afora, injetando bilhões de dólares no setor, aqui não existe uma agricultura subsidiada. O produtor trabalha com o controle de custo na mão e, na hora de definir seu sistema de produção, busca, no mercado, as tecnologias desenvolvidas a duras penas pela Embrapa e pelos produtores de insumo.
Nossa escolha é a busca da inovação, que faz com que possamos superar desafios do danoso custo Brasil. A agricultura brasileira – que hoje sustenta a balança comercial, gera mais de um milhão de empregos a cada ano e participa com 22,5% de toda a riqueza produzida na nação – não vive de benesses governamentais. E não se queixa disso.
Só nos países ricos a sociedade pode se dar ao luxo de bancar a ineficiência de setores da economia que se recusam a investir em tecnologia e inovação, e vivem à caça de subsídios.
É comum a confusão entre agricultura e agronegócio. A agricultura diz respeito ao trabalho do agricultor, da preparação da terra à colheita ou venda dos animais. O conceito de agronegócio vai além. Abarca a agricultura e inclui as indústrias que produzem insumos dos quais o agricultor lança mão, bem como a indústria que beneficia a produção agrícola e toda a distribuição dos produtos comercializados.
Esta ampla agricultura brasileira, que há muito deixou de ser mera exportadora de commodity, é baseada em forte aparato tecnológico.
Sementes adaptadas são desenvolvidas com grande esforço por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Aí vêm as máquinas agrícolas, os defensivos, os fertilizantes, o emprego da biotecnologia para modificação das variedades adaptadas. E ainda temos técnicas de seleção genética, fertilização in vitro e clonagem, largamente empregadas na produção animal, inclusive peixes.
A despeito do romantismo que pressupõe a atividade de criar, plantar e colher, a disputa entre cada elo da cadeia por maior fatia do lucro do setor nada tem de poética. O elo mais frágil é o agricultor. Ainda que faça uso da tecnologia, como regra geral ele o faz, não há como superar essa condição de fragilidade, especialmente se o agricultor não tiver escala de produção.
O grande desafio é ampliar o número de produtores que fazem parte do agronegócio de sucesso. Não interessa ao agro ser uma ilha de prosperidade e sim, um continente de sucesso.
Aumentar, fortalecer e consolidar uma classe média rural deve ser o esforço de todos, como foi com a classe média urbana. Este caminho só será possível se fizermos com que toda inovação e tecnologia existentes no país cheguem à maioria dos produtores. Hoje, poucos têm acesso ao aparato tecnológico existente.
O instrumento capaz de democratizar o saber e a tecnologia no campo é a rápida implementação de uma política de extensão rural ou de assistência técnica. Qualificar tecnicamente os produtores para que façam escolhas corretas, para que formatem um plano de negócios e melhorem sua capacitação gerencial, são tarefas absolutamente indispensáveis.
São estes instrumentos que nos permitirão multiplicar a produção de nossas terras, sem que se desmate uma única árvore sequer. O ato de disseminar conhecimento e tecnologia é quase uma profissão de fé. É a forma mais sustentável e honesta de proteger as pessoas e os seus negócios.
Enquanto governos de vários países subvencionam suas agriculturas mundo afora, injetando bilhões de dólares no setor, aqui não existe uma agricultura subsidiada. O produtor trabalha com o controle de custo na mão e, na hora de definir seu sistema de produção, busca, no mercado, as tecnologias desenvolvidas a duras penas pela Embrapa e pelos produtores de insumo.
Nossa escolha é a busca da inovação, que faz com que possamos superar desafios do danoso custo Brasil. A agricultura brasileira – que hoje sustenta a balança comercial, gera mais de um milhão de empregos a cada ano e participa com 22,5% de toda a riqueza produzida na nação – não vive de benesses governamentais. E não se queixa disso.
Só nos países ricos a sociedade pode se dar ao luxo de bancar a ineficiência de setores da economia que se recusam a investir em tecnologia e inovação, e vivem à caça de subsídios.
*Katia Abreu, 50, senadora (PSD/TO) é
presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, escreve
aos sábados, no caderno Mercado do Jornal Folha de S. Paulo.
Leia o artigo completo: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/83878-tecnologia-que-a-cidade-nao-ve.shtml
"No Brasil, uma proprietária de terras que fala pelo agronegócio"
Na entrevista que concedeu ao jornal americano The Washington Post, a
presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, senadora
Kátia Abreu, defendeu a produção sustentável do Brasil, falou do
trabalho a frente da CNA e de sua trajetória de vida.
Acesse o texto em inglês, versão online, publicada em 17/12/2012:http://www.washingtonpost.com/world/the_americas/in-brazil-a-landholder-who-speaks-for-agribusiness/2012/12/16/178d05ae-43c1-11e2-8c8f-fbebf7ccab4e_story_1.html
Veja abaixo a matéria traduzida:
No Brasil, uma fazendeira que fala pelo agronegócio
Juan Ferrero (10 fotos e um gráfico na edição on line do The Washington Post de hoje)
ALIANÇA, Brasil - Proprietária
de terras e referência do poder na Capital do país, Katia Abreu tem
ouvido todas as advertências sobre sítios e fazendas de soja cortando e
dividindo as florestas brasileiras.
Mas, enquanto cavalga uma égua castanha
entre as áreas de sorgo e milho – espalhadas por 5 mil hectares coberta
por suaves colinas do centro-norte do Brasil - Abreu insiste que o
agricultor brasileiro deve ser elogiado, não demonizado. A grande
agricultura transformou este país em um celeiro para o mundo, disse ela,
e o Brasil está pronto para alimentar bilhões.
"Nós não temos vergonha de nada", disse Abreu. "O importante é o Brasil aumentar a produção."
Estas não são palavras vazias, mas sim
uma declaração que carrega um grande peso, como bem sabem os
ambientalistas — que Abreu vê como adversários.
Isto não é apenas porque o Brasil tem o
maior rebanho comercial do mundo de carne bovina e é o 1 º exportador de
soja, suco de laranja, café e frango. É também porque Abreu, que é
senadora e presidente da associação de agricultores e pecuaristas mais
importante do país, opera no mais alto escalão do poder no Brasil.
E sua mensagem é clara: Nós não vamos recuar.
O agronegócio já responde por quase 40% das exportações do país e é reponsável por 37% dos postos de trabalho no Brasil.
Abreu quer ver esses números se
expandirem. Mas ela acredita que isso pode ser feito na mesma quantidade
de terra agora dedicada a agricultura no Brasil, 28% do território do
país. Isso vai acontecer com o uso de tecnologias agrícolas para
melhorar a produtividade.
"O que é importante é que o Brasil pode
aumentar a produção com crescimento vertical, não horizontal", disse
Abreu, que também salienta que o monitoramento por satélite da Amazônia
tem mostrado um declínio no desmatamento desde 2004.
Muitos no Brasil, porém, não estão
convencidos de que projeções de sonoridade moderna de Abreu para a
produção agrícola estejam alinhadas com o que realmente querem os
grandes produtores. Ambientalistas e especialistas no uso da terra no
Brasil dizem que há uma ameaça latente, observando que o desmatamento
subiu rapidamente este ano em algumas regiões, incluindo o estado de
origem de Abreu.
"Eles estão colocando a melhor cara, mas é
basicamente uma farsa", disse Christian Poirier, ativista para o Brasil
da Amazon Watch, um grupo ambiental com sede na Califórnia. "Isto não
está de acordo com o que este bloco fundiário representa, que é a
expansão da fronteira".
A disputa pela terra no país foi
particularmente realçada este ano, na luta entre ambientalistas e os
produtores em torno do que é conhecido como Código Florestal, uma lei
de proteção florestal, que foi promulgada em outubro. Agricultores e
pecuaristas lutaram arduamente para retirarem requisitos que obrigavam
agricultores a manterem uma larga cobertura florestal em fazendas na
Amazônia.
Esse esforço falhou, disse Sergio Sauer,
especialista em desenvolvimento rural da Universidade de Brasília. Mas
ele disse que houve alterações feitas no antigo Código Florestal que
poderiam levar a uma redução na quantidade de floresta que fazendeiros
precisariam preservar.
Os críticos da lei também temem que a
fiscalização ambiental pode ser mais fraca do que antes - dando a
agricultores, pecuaristas e madeireiros uma abertura para destruir a
floresta.
"Há menor proteção ao meio ambiente",
disse Sauer. "Nosso problema não é tanto a lei, mas a falta de um
mecanismo para garantir que a lei seja obedecida."
Ao ocupar vários papéis, Abreu, 50, exerce considerável influência.
Seu grupo, a Confederação Nacional da
Agricultura, representa 5 milhões de agricultores e pecuaristas. Em
visitas a Washington, China e Europa, ela discute com estudantes
universitários, grupos de pressão para a aceitação de culturas
geneticamente modificadas e apelos aos investidores do Brasil. Ela
também construiu uma estreita relação de trabalho com uma das mulheres
mais influentes do mundo, a popular presidente de centro-esquerda do
Brasil, Dilma Rousseff.
Senadora desde 2006, Abreu reúne muito da
força política do bloco que ela comanda no Congresso Nacional, que é
conhecido como ruralista. Uma aliança de fazendeiros e seus apoiadores,
que inclui quase metade dos 513 deputados na Câmara dos Deputados,
disse Sylvio Costa, que dirige o Congresso em Foco, uma organização que
publica um site de monitoramento dos congressistas.
"Eles se tornaram um dos grupos mais
poderosos do Congresso, até mais do que os industriais", disse Costa.
"Eles têm o poder de aprovar o que quiserem."
Em um livro sobre políticos
proprietários de terras, "O Partido da Terra," o jornalista Alceu
Castilho descreve como os legisladores em todos os níveis, desde
prefeitos a senadores, muitos a partir de cidades pequenas, controlam
grandes áreas das melhores terras agrícolas do país. Castilho disse
ainda que a influência que desfrutam os proprietários lhes permite
escapar da Justiça por crimes que vão desde grilagem de terra até o uso
de trabalho escravo.
Para Castilho, os políticos donos de
terras permanecem retrógrados na maneira de cuidar de seus interesses, a
exemplo dos pioneiros que arrebataram áreas gigantes na corrida pela
terra no Brasil na década de 70. Ele disse que pouco mudou sob a
liderança de Abreu, que lidera a Confederação da Agricultura por quatro
anos.
"Há uma nova fachada onde têm sido postas ideias antigas", disse Castilho. "É cosmético".
Castilho não é o único que vê os proprietários de terras com desconfiança.
Pesquisas realizadas para a Confederação
da Agricultura mostrou que os brasileiros vêm os proprietários de terras
como "truculentos, muito poderosos, perigosos, produzindo apenas para
exportação ", explicou Abreu.
Abreu disse que seu trabalho tem sido o de acabar com esse ponto de vista, tanto no Brasil quanto no exterior.
"Estamos interessados em nossa imagem",
disse Abreu. "Somos brasileiros, como todos os outros, felizes, às
vezes tristes, às vezes ficamos nervosos. Nós somos pessoas normais. "
Em 1987, Abreu tinha uma vida normal e
tranquila. Ela estava criando os dois filhos e tinha um terceiro a
caminho quando seu marido veio a falecer, pilotando o avião de pequeno
porte que ele utilizava para chegar às suas propriedades.
Parentes aconselharam Abreu a vender a fazenda da família. Ela rejeitou o Conselho, embora não soubesse nada sobre agricultura.
"Eu decidi não ter um gerente para a
fazenda", lembrou Abreu , "para que eu pudesse aprender tudo sobre
agricultura e como fazê-lo."
Abreu agora quer que pessoas de fora
visitem sua fazenda, e mais outras duas no estado do Tocantins, que lhe
dão controle de mais de 12 mil hectares.
Aqui, ela planta soja e eucalipto. As
culturas são rotacionadas para o uso eficiente do solo, e em breve o
gado integrado. Sementes geneticamente modificadas são a norma.
"Nós somos produtores modernos", disse Abreu, explicando que inúmeras fazendas como a dela são o motor da economia do Brasil.
Sobre seus críticos, Abreu classifica-os
como inimigos "ideologicamente comprometidos” dedicados a uma visão
fundamentalista da agricultura brasileira. "Quero falar com as pessoas
que são bem intencionadas, mas talvez mal informados", disse ela.
Kátia Abreu observa sua fazenda com
seu filho mais velho Irajá Abreu, que também é fazendeiro / Crédito:
Juan Forero / The Washington Post
Busca por financiamento no BNB disparou no RN
Toda semana, das cerca de cem
propostas de empréstimos solicitados por produtores rurais que dão
entrada na agência de Mossoró, entre 70 a 80 são devolvidos por
insuficiência de dados, erros de preenchimento ou informações que não
batem umas com as outras, acarretando na recusa dos pedidos. É um
problema que atinge hoje todas as regiões do estado.
De
maio para cá, quando começou o período de estiagem, o Banco no Nordeste
já contratou no RN financiamentos no valor de R$ 114 milhões, dos quais
84% exclusivamente para o meio rural. Mas só apenas a partir de outubro
os pedidos de empréstimos pelos agricultores mais do que quadruplicaram
em relação aos meses anteriores, sobrecarregando as 12 das agências do
BNB no estado.
“Hoje temos 16 pessoas de fora
da estrutura do banco trabalhando exclusivamente na análise desses
pedidos de financiamento e outras duas da superintendência dando apoio”,
disse nesta segunda-feira, Orlando Gadelha Sobrinho, gerente da área
agrícola, agricultura familiar e mini produtores rurais do BNB no
estado.
Para ele, a corrida por financiamentos
do Banco explodiu em outubro porque muita gente não esperava que a
estiagem se prolongasse por tanto tempo. “Embora a linha de crédito
contemple muitos diferenciais em se tratando do pequeno produtor rural,
na prática continua um financiamento bancário e sua concessão requer a
apresentação de comprovantes inerentes à tomada de recursos”, afirmou.
E
acrescentou: “Seguimos à risca as portarias governamentais (a 4077 para
o Pronaf e a 476 para os demais públicos) e não colocamos qualquer
empecilho para que os produtores tenham acesso ao recurso. Quando ela (a
portaria) trouxer qualquer novidade que facilite o acesso, acataremos
imediatamente”.
Segundo Gadelha, só em Mossoró
quatro pessoas de fora da estrutura do BNB foram contratadas para
agilizar a análise dos pedidos de financiamento. “O problema é que
enquanto 100 desses pedidos já estão em análise dentro da instituição,
outros 150 entram em média toda a semana”, assinala Gadelha.
Muitos
pedidos já analisados retornam, provocando um “retrabalho insano”, como
define o próprio gerente. Ele esclarece que além de dados pessoais do
tomador e da propriedade, que podem ser obtidos junto ao Instituto de
Defesa Agropecuária (Idiarn), o produtor precisa apresentar um projeto
onde expõe sua necessidade.
Em se tratando de
gente simples, sem instrução, muitos órgãos como a Emater, Sebrae,
cooperativas e empresas privadas de assistência agropecuária estão na
lista dos que podem assessorar os agricultores na tarefa de preparar os
projetos a darem entrada no Banco. Muitos desses agricultores queixam-se
de que em suas regiões não encontram essa ajuda.
Até
na última sexta-feira, as agências do BNB analisavam 2.450 projetos de
empréstimo. “É um número muito grande e é normal que eles atravanquem o
serviço”, argumentou o gerente da área agrícola.
Na
semana passada, o presidente da Federação da Agricultura, José Álvares
Vieira, acusou o BNB de morosidade na liberação dos recursos aos micro e
pequenos produtores, que precisam do dinheiro, inclusive, para comprar o
milho disponível nos armazéns da Conab no estado. Nessa mesma ocasião,
ele alertou para a falta de dinheiro da receita da Conab para pagar os
trabalhadores que recepcionam e ensacam o produto que chega à granel em
carretas do Centro Sul.
“Não bastasse a Conab
estar com essa dificuldade, os produtores que precisam de dinheiro para
adquirir o milho não estão conseguindo acessar os recursos das linhas de
crédito do BNB”, afirmou.
Hoje, em nota, a
assessoria de comunicação da Conab em Brasília disse que a interrupção
nos embarque de milho destinados à região nordeste se deve ao período de
férias coletivas dos armazéns privados, indisponibilidade de caminhões
para transporte nas proximidades das datas festivas de fim de ano e
necessidades por parte desses armazéns privados realizarem seus
balanços. “Diante disso – diz a mensagem -, a Conab solicitou às
empresas transportadoras que aumentassem os fluxos de embarques nas
semanas anteriores ao dia 14/12/2012, visando evitar possíveis
desabastecimentos até a retomada da operação no dia 07/01/2013″.
Fonte: O Jornal de Hoje
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Os caminhos e desafios da carne caprina
A população de caprinos no país
cresceu nos últimos anos, e de forma autônoma, pois foram poucos os
programas de expansão do rebanho, ficando a ampliação do volume de
animais quase que por conta dos criadores, que tem a seu favor apenas um
leite mais valorizado que o leite bovino, e uma carne também mais
cotada, porém de menor expansão, sendo que neste aspecto, em poucas
ocasiões a demanda foi além de um consumo local, devido à falta de
estrutura produtiva organizada.
O último Censo
Agropecuário de 2006 (IBGE) mostrou que o rebanho caprino brasileiro era
de cerca de 7,1 milhões de cabeças. Este rebanho passou para um total
de 9,3 milhões de animais aproximadamente, segundo a Pesquisa Pecuária
Municipal de 2010 (IBGE), o que totaliza uma elevação de 2,2 milhões de
caprinos, dado que deve ser analisado com cautela, devido às diferenças
de metodologias e o potencial de imprecisão das pesquisas, mas que
revelam o crescimento real do rebanho, e muito devido as suas qualidades
zootécnicas de resistência extrema e rusticidade, que fazem dele um
animal ideal para criadores com poucos recursos alimentares e de água, o
que por si só explica o fato de que cerca de 90% do rebanho se encontre
na região nordeste brasileira, servindo como base alimentar de muitas
comunidades, tanto na oferta de leite, quanto de carne, sendo também um
importante propulsor de negócios, ainda que sub aproveitado.
Este
dado pode ser desdobrado na informação de que 87% dos estabelecimentos
relacionados como criadores de cabras, uma soma de cerca de 250 mil
unidades familiares e mais de um milhão de pessoas diretamente
relacionadas, mantém em torno de 25 caprinos por criador, em média. Com
este volume de animais, raramente se observa um grande criador de cabras
na região, e por isso há uma série de implicações nesta estrutura, que
afetam negativamente o processo de inclusão dos caprinos como um item
relevante da economia na região do país.
O caprino tem um
espaço já definido no Brasil, e mais ainda no nordeste, para o consumo
de subsistência e o segmento de culinária regional, que hoje mata mais
ovinos para servir como “bode” numa proporção de aproximadamente quatro
ovinos para um caprino abatido, segundo pesquisas não oficiais, havendo
ainda outra ponta de consumo, a culinária italiana e espanhola, que tem
na perna de cabrito uma das iguarias mais procuradas, mas que no Brasil
tem na perna de cordeiro o substituto de ocasião por falta de animais.
Somente
esta demanda seria suficiente para anos e anos de produção nacional,
mas a tendência ainda assim é de ampliação do consumo, pois a carne
caprina é uma das carnes de melhor qualidade nutritiva do mundo, com
índices de gordura entre 50-65% inferiores àqueles encontrados em cortes
bovinos similares e conteúdo proteico semelhante, apresentando ainda
42-59 % menos gordura que a carne ovina, com teores de gordura saturada
em torno de 40% inferior à de galinha (sem pele), sendo bastante
reduzido quando comparado ainda com bovinos (850%); ovinos (900%) e
suínos (1.100%). As qualidades da carne é que fazem com que o desafio da
produção seja respondido com ações bem coordenadas.
O que
se busca neste momento é dar outro salto neste patamar de
funcionalidade do caprino, para que se converta o grande rebanho que o
país possui hoje, o décimo maior do mundo (FAO, 2009) em um bem
econômico viável para médios e grandes criadores e no interior deste
desafio se encontra a disseminação e consolidação de caprinos
especializados e mais eficazes para a produção de carne. A
caprinocultura de corte tem a frente um grande desafio, e ao que parece,
a raça Boer será uma das responsáveis por transformar um segmento da
subsistência familiar em um setor econômico de fato, com maior índice de
geração de emprego e renda. Sem se esquecer da raça Anglonubiana, que
vive um momento de crescimento expressivo.
No estado de
Pernambuco, na cidade de Parnamirim (é isso mesmo, Parnamirim/PE e não
RN), o abate de caprinos e ovinos na área da seca ajudará produtores com
as características citadas acima, e se o programa se tornar contínuo,
será um forte indutor do crescimento do setor. Foram abatidos os
primeiros 100 animais das 150 mil cabeças previstas, no Aprisco
Abatedouro e Frigorífico da Cooperativa Central Agrícola do Nordeste -
COCANE. A operação marcou o lançamento regional de uma ação do Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade compra direta, com
investimentos na ordem de R$ 30 milhões, somente em Pernambuco. No
Estado, vão ser beneficiados 7,5 mil agricultores familiares com
rebanhos de até 50 animais, atingidos pela seca.
O
produtor vai receber R$ 6,65 pelo quilo do animal vivo a ser adquirido
pela CONAB. A iniciativa, pioneira na área de abrangência da SUDENE, foi
conduzida pelo secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Ranilson
Ramos, juntamente com a Secretária Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional, do Ministério do Desenvolvimento Social de Combate à Fome,
Maya Takagi. O programa, previsto para ser executado até o final do ano,
poderá ser estendido.
O secretário Ranilson Ramos lembrou
que o PAA Especial Caprinos e Ovinos foi proposto à presidente Dilma
Rousseff pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, durante a
primeira reunião com os governadores dos Estados do Nordeste para
discutir ações de convivência com a seca. A logística vai funcionar de
acordo com as seguintes competências: o Governo entra com o transporte,
identificação dos criadores e cadastramento dos animais, por meio da
ADAGRO; o município fica responsável pela organização da estrutura dos
currais e recebimento dos rebanhos, enquanto que a compra dos animais e
contratação dos abatedouros, para abate e distribuição da carne às
entidades sociais, vai ser de responsabilidade da CONAB. Já estão aptos a
participar do programa os abatedouros de Afogados da Ingazeira/PE,
Bezerros/PE, Floresta/PE e Parnamirim/PE.
Esta iniciativa
se soma à produção normal dos criadores, que inclusive em outros estados
abastece a indústria, mesmo que de forma limitada, mas que está
crescendo de maneira gradual e constante. Um dos exemplos pode ser visto
no Frigorífico Baby Bode, situado em Feira de Santana/BA que abate
cerca de 2 mil animais ao mês, sendo 20% deles caprinos, adquiridos num
sistema de parceria com o Projeto Riocon, um empreendimento dos
diretores da Baby Bode criado para desenvolver as cadeias produtivas e
assim adquirir e finalizar animais para o abate do frigorífico, por meio
de projetos de integração com pequenos e médios produtores da região.
Segundo
a Baby Bode, atualmente o volume de abates é maior em relação aos
ovinos por uma questão de mercado, pois a produção é distribuída em
praças da Região Sudeste, como Rio de Janeiro e São Paulo. Neste
contexto de ação, o que está em andamento são projetos de melhoria
genética de rebanhos que estão adotando a genética Boer para produzir
cabritos com mais peso, precocidade e melhor carcaça.
O diferencial da genética Boer
Introduzidos
no Brasil há mais ou menos 15 anos, os caprinos Boer passam por boa
fase, pois a procura pela carne caprina tem sido grande em todo país, o
que qualificou e valorizou a raça. Esta é a afirmação de Marcelo Abdon,
presidente da ABCBOER, entidade que congrega os esforços de divulgação
da raça. Para ele, os motivos para o crescimento são claros, e se
colocam nas características voltadas para produção comercial. “Os
pecuaristas que trabalham com caprinos viram que para produzir carne é
necessário usar reprodutores da raça Boer, por ser o único caprino no
mundo especializado para corte, os animais atingem o peso de abate muito
rápido, com excelente carcaça, o que fez com que criadores que usavam
outras raças passassem a usar estes reprodutores”, explica Marcelo,
acrescentando que a ABCBOER tem feito o possível para divulgar as
características destes caprinos, que são animais relativamente novos no
país, mas que tem se expandido e hoje são criados em todas as regiões do
Brasil, com domínio cada vez mais aperfeiçoado.
Um dos
exemplos da expansão da raça no país, e mais ainda na região nordeste,
ocorreu na região de Juazeiro/BA, no Vale do São Francisco, onde a
ABCBOER realizou, no final de abril, a 12ª Exposição Nacional da Raça,
localidade no qual estão sendo formados vários projetos para produzir
carne de caprinos, alguns já com mais de 5 mil animais, e que aos poucos
se expandem e ganham consistência. A carne caprina, para se tornar a
realidade que os produtores desejam, ainda carece de grandes
investimentos e uma política setorial mais efetiva, que seja capaz de
integrar esforços de criadores, frigoríficos e sistemas de distribuição,
para fazer com a produção de carne caprina ocupe seu lugar na economia
do agronegócio.
Falta de dinheiro da Conab é para pagar trabalhadores
Único estado onde os armazéns da
Companhia Nacional do Abastecimento estão razoavelmente supridos de
milho, o Rio Grande do Norte pode sofrer uma redução desse estoque por
falta de trabalhadores para fazer o descarregamento e ensacamento da
mercadoria e não pela falta de caminhões, como este jornal divulgou
ontem.
Na última quinta-feira, em Currais Novos, um
problema com a transportadora fez com que 21 carretas não descarregassem
o milho imediatamente, mas esse problema, que já foi resolvido, não
teve nada a ver com a Conab e sim a partir de uma desinteligência
interna na empresa encarregada do frete, segundo esclareceu no último
sábado o presidente da Federação da Agricultura, José Vieira, que
monitora de forma independente os carregamentos de milho da companhia.
Sem
dinheiro para pagar os trabalhadores já cadastrados nos estados, o
temor agora é que, quando os próximos carregamentos chegarem, fiquem
impossibilitados de serem recepcionados e trabalhados. José Veira
examinou a possibilidade de realizar um convênio com a Conab para
levantar a quantia necessária, mas diante de alguns problemas que
poderiam ocorrer ele preferiu descartar essa possibilidade.
Diante
disso, resolveu apelar para a saída política e procurou ontem o
deputado Henrique Eduardo Alves, pedindo sua interveniência no caso
junto ao Ministério do Planejamento, onde os recursos são ordenados. O
deputado teria se comprometido a ajudar.
Não é muito
dinheiro envolvido, segundo José Vieira. “O calculo por cima indica que
por volta de R$ 200 mil seriam suficientes para pagar os trabalhadores”,
estimou o presidente da Faern. “O problema é que poderíamos arranjar
esse recurso se tivéssemos a certeza de ressarcimento, uma vez que a
Federação luta com dificuldade para manter suas ações”, afirmou Vieira.
Outro
problema que vem se desenhando para os produtores é a morosidade com
quea o Banco do Nordeste estaria liberando os recursos para os
agricultores adquirirem o milho do programa de balcão da Conab.
“Já
tive oportunidade de dizer para o novo superintendente do BNB no estado
que essa lentidão tem prejudicado muito os produtores potiguares, que
já chegaram a seu limite por causa da seca”, acrescentou Vieira.
O
novo superintendente estadual do Banco do Nordeste (BNB) no estado é
João Nilton Castro Martins, que substituiu José Maria Vilar, que deixou a
superintendência para assumir a superintendência da Área de
Gerenciamento Estratégico, na Direção Geral, em Fortaleza.
José
Vieira avalia que um problema tem puxado outro na luta dos produtores
por condições melhores para minimizar os efeitos da seca no RN.
“A
chegada irregular do milho no estado foi o primeiro problema, resolvido
depois de muita luta. Hoje, inclusive, somos um dos estados no Nordeste
que não tem mais esse desabastecimento. Agora, é a falta de receita da
Conab para pagar os trabalhadores responsáveis por ensacar o produto a
granel. Quando este problema estiver resolvido, teremos que cobrar do
BNB mais agilidade na liberação dos recursos para que os produtores
possam adquirir o milho subsidiado do governo”, lembrou Vieira.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
ANVISA: A praga dos sete anos
Artigos
Por Kátia Abreu
A Anvisa trabalha sem transparência e a passos de cágado e finge desconhecer os prejuízos ao produtor
Leia o artigo completo: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/81181-anvisa-a-praga-dos-sete-anos.shtml
As recentes denúncias de irregularidades
praticadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no
registro de produtos fitossanitários, vulgarmente conhecidos por
agrotóxicos ou defensivos agrícolas, são apenas a ponta mais visível do
iceberg de ineficiência desta agência que tem empacado o agronegócio.
O uso desses produtos não é uma opção. É uma imposição para proteger a nossa agricultura tropical das pragas e das ervas daninhas, assim como é fundamental para melhorar a produtividade das lavouras, em qualquer parte do planeta. Mas no Brasil, a agência reguladora trabalha sem transparência e a passos de cágado, fingindo desconhecer os prejuízos impostos ao produtor, a ponta mais frágil deste mercado gigantesco que movimenta U$ 50 bilhões por ano ao redor do mundo.
O uso desses produtos não é uma opção. É uma imposição para proteger a nossa agricultura tropical das pragas e das ervas daninhas, assim como é fundamental para melhorar a produtividade das lavouras, em qualquer parte do planeta. Mas no Brasil, a agência reguladora trabalha sem transparência e a passos de cágado, fingindo desconhecer os prejuízos impostos ao produtor, a ponta mais frágil deste mercado gigantesco que movimenta U$ 50 bilhões por ano ao redor do mundo.
Defendo a rigidez da regulação e da
fiscalização desses produtos e que o seu uso siga as recomendações
aprovadas pelo órgão oficial, com prescrições feitas por profissional
habilitado. A análise, a aprovação e a regulamentação dos
fitossanitários devem proteger os agricultores e os consumidores de
qualquer risco à saúde, em primeiro lugar.
A duras penas, obtivemos uma vitória importante, quando a presidente Dilma Rousseff chefiava a Casa Civil e escalou sua assessora e hoje ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, para trabalharmos juntas.
Nós enfrentamos o cartel e mudamos um decreto da Anvisa, separando os pedidos de registro de fitossanitários em duas filas: a de produtos novos e a dos genéricos, em geral 50% mais baratos. Antes da mudança, os genéricos não saíam do final da fila. Os produtos novos tinham preferência para impedir a concorrência e garantir a sobrevivência do cartel do setor. Mas este avanço acabou sendo consumido pela burocracia desta sofisticada organização que atravessa governos.
Uma resistente “praga dos sete anos” assola a Anvisa. Hoje, tanto a liberação de uma nova fórmula de defensivo, que exige rigorosa série de estudos e testes de campo, quanto a mera análise de um genérico, que já passou por todo o processo de avaliação toxicológica, demandam o mesmo tempo para receber o parecer técnico.
É inadmissível que sejam necessários os mesmos sete anos para liberar um produto novo ou um genérico, com prejuízos irreparáveis para toda a cadeia produtiva. Não há justificativa técnica para que 600 pedidos de registros de genéricos idênticos à fórmula original estejam parados, penalizando os nossos produtores que gastam, anualmente, R$ 15 bilhões em defensivos agrícolas.
Os números ganham ainda mais relevância diante do peso expressivo dos defensivos no custo de manutenção das mais diversas culturas, das hortaliças aos grãos. No acumulado deste ano, as exportações de soja geraram R$ 50 bilhões em vendas. Como defensivos representam 16% no custo de produção da soja e os genéricos que aguardam liberação teriam impacto de pelo menos cinco pontos percentuais nesse custo, os nossos produtores já poderiam ter economizado ao menos R$ 2,5 bilhões em 2012.
Não é de hoje que alerto sobre irregularidades na Anvisa. Em 2007, adverti de que havia corrupção, proteção, lobby, reserva de mercado ou qualquer outro nome que se quisesse dar ao favorecimento de empresas, por parte de servidores da Gerência Geral de Toxicologia. O fiz de público, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Denunciei a existência de um esquema para proteger empresas e impedir o registro de genéricos. Dirigentes indignados tentaram até me processar por calúnia.
A anunciada devassa em todos os processos que ingressaram no setor de agrotóxicos da Anvisa, de 2008 para cá, traduzem o porquê da recusa do Ministério Público em acatar a denúncia contra mim, entendendo que estava no livre exercício do mandato parlamentar. Ainda não inventaram melhor defensivo contra esta praga chamada corrupção do que a democracia.
*Katia Abreu, 50, senadora (PSD/TO) é presidente da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil, escreve aos sábados, no caderno
Mercado do Jornal Folha de S. Paulo.A duras penas, obtivemos uma vitória importante, quando a presidente Dilma Rousseff chefiava a Casa Civil e escalou sua assessora e hoje ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, para trabalharmos juntas.
Nós enfrentamos o cartel e mudamos um decreto da Anvisa, separando os pedidos de registro de fitossanitários em duas filas: a de produtos novos e a dos genéricos, em geral 50% mais baratos. Antes da mudança, os genéricos não saíam do final da fila. Os produtos novos tinham preferência para impedir a concorrência e garantir a sobrevivência do cartel do setor. Mas este avanço acabou sendo consumido pela burocracia desta sofisticada organização que atravessa governos.
Uma resistente “praga dos sete anos” assola a Anvisa. Hoje, tanto a liberação de uma nova fórmula de defensivo, que exige rigorosa série de estudos e testes de campo, quanto a mera análise de um genérico, que já passou por todo o processo de avaliação toxicológica, demandam o mesmo tempo para receber o parecer técnico.
É inadmissível que sejam necessários os mesmos sete anos para liberar um produto novo ou um genérico, com prejuízos irreparáveis para toda a cadeia produtiva. Não há justificativa técnica para que 600 pedidos de registros de genéricos idênticos à fórmula original estejam parados, penalizando os nossos produtores que gastam, anualmente, R$ 15 bilhões em defensivos agrícolas.
Os números ganham ainda mais relevância diante do peso expressivo dos defensivos no custo de manutenção das mais diversas culturas, das hortaliças aos grãos. No acumulado deste ano, as exportações de soja geraram R$ 50 bilhões em vendas. Como defensivos representam 16% no custo de produção da soja e os genéricos que aguardam liberação teriam impacto de pelo menos cinco pontos percentuais nesse custo, os nossos produtores já poderiam ter economizado ao menos R$ 2,5 bilhões em 2012.
Não é de hoje que alerto sobre irregularidades na Anvisa. Em 2007, adverti de que havia corrupção, proteção, lobby, reserva de mercado ou qualquer outro nome que se quisesse dar ao favorecimento de empresas, por parte de servidores da Gerência Geral de Toxicologia. O fiz de público, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Denunciei a existência de um esquema para proteger empresas e impedir o registro de genéricos. Dirigentes indignados tentaram até me processar por calúnia.
A anunciada devassa em todos os processos que ingressaram no setor de agrotóxicos da Anvisa, de 2008 para cá, traduzem o porquê da recusa do Ministério Público em acatar a denúncia contra mim, entendendo que estava no livre exercício do mandato parlamentar. Ainda não inventaram melhor defensivo contra esta praga chamada corrupção do que a democracia.
Leia o artigo completo: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/81181-anvisa-a-praga-dos-sete-anos.shtml
Prioridade é reconstruir depois da seca, diz Vieira
Dezembro, com as festas natalinas
e do Ano Novo se aproximando, a preocupação de diferentes segmentos da
economia é travar suas lutas mais imediatas. Enquanto o setor de
comércio e serviços foca sua atuação nas vendas tradicionalmente
infladas nesta época do ano, na agricultura a prioridade das lideranças é
recompor as atividades despedaçadas com a seca e a crônica falta d’água
no interior.
Antes que a paralisia das comemorações ponha em
recesso toda a economia, diferentes segmentos buscam arrancar o máximo
de dinheiro das emendas parlamentares coletivas e individuais para
promover melhor suas agendas para 2013. Foi o que aconteceu em Brasília
na semana passada, quando essas emendas beneficiaram várias entidades e
instituições.
Na última hora, o presidente da Federação da
Agricultura do RN, José Álvares Vieira, respirou, aliviado: o milho que
provocou tantas idas dele a Brasília, finalmente começou a chegar. “Já
tem o compromisso da Conab que, ainda neste mês, todos os produtores
potiguares poderão retirar suas cotas completas e não apenas a metade
como vinha acontecendo”, garantiu.
Vieira também conseguiu
extrair R$ 3 milhões em emendas individuais da bancada parlamentar do
RN para financiar várias ações da agenda agropecuária, desde apoiar a
capacitação de trabalhadores rurais até a realização de exposições
feiras pelo interior, uma atividade que será muito beneficiada com uma
possível mudança de status do RN como livre de aftosa com vacinação.
“O
ano de 2013 promete ser pautado pela palavra reconstrução”, disse no
último sábado (01) o presidente da Faern, que já nessa semana promete ir
a campo para cobrar da Petrobras uma posição sobre a nova logística de
abastecimento de combustíveis da empresa em Natal, com o fechamento do
Píer das Dunas.
“Esse é um problema que compromete e muito
a atividade pesqueira no Porto de Natal, especialmente agora com a
conclusão do terminal pesqueiro”, lembrou Vieira.
O
presidente da Faern, que acaba de retornar de uma missão à China
comandada pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil, senadora Kátia Abreu, confirmou que outra ação agendada antes
das festas de fim de ano é concretizar a ideia do presidente do
Sindicato dos Produtores de Leite (Sindleite), Marcelo Passos, que
articula uma caravana pelo interior a fim de ver de perto as
conseqüências da seca no estado.
Uma primeira viagem
dessas foi feita às vésperas da Festa do Boi, em outubro, pelo
presidente da Associação Norte-rio-grandense dos Criadores (Anorc),
Júnior Teixeira, que percorreu durante três, com uma equipe de vídeo, as
áreas mais atingidas pela estiagem.
Desta vez, a ideia de
Marcelo Passos é mais ambiciosa: ele quer lotar um ônibus de autoridades
e jornalistas para tomar, como ele mesmo diz “um banho de realidade”.
No último sábado (01), ao comentar a iniciativa, José Vieira disse que
apoiará a iniciativa e se for preciso ampliará a comitiva para
transformar a ação num importante evento institucional de defesa da
agricultora e do homem do campo no semiárido potiguar. Mas tranqüilizou:
“Nós
queremos trabalhar junto com o governo na solução dos problemas e não
apenas funcionar como um braço crítico das ações tomadas por ele”,
afirmou Vieira.
Para ele, quando as chuvas voltarem, o que
pode acontecer só na metade do primeiro trimestre de 2013, o maior
problema será conjugar o verbo “reconstruir”. E acrescentou: “E essa é
um tarefa de todos, sem exceção, independentemente de inclinações
políticas e ideológicas”.
Fonte: O Jornal de Hoje
Conab envia 15 mil toneladas de milho a municípios nordestinos
A Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) embarcou um total de 24 mil toneladas (t) de milho
na semana passada, sendo cerca de 15 mil toneladas para municípios do
Nordeste. O volume vai atender pequenos criadores rurais e
agroindústrias de pequeno porte, que utilizam o milho na ração animal e
têm encontrado dificuldades para manter o plantel com a seca que assola a
região.
Com a superação dos problemas enfrentados em
relação ao frete e os novos leilões concluídos, o fluxo de remoção
apresentou aumento significativo a partir de outubro, quando pulou de
uma média de 10 mil toneladas para 23 mil toneladas no final do mês. Na
primeira semana de novembro, foram transportadas 26 mil toneladas de
milho.
Os números são atualizados diariamente pela Conab
e, até a semana passada, os Estados que mais haviam recebido os lotes de
milho foram Rio Grande do Norte (3,8 mil t) e Paraíba (2,6 mil t),
seguidos do Piauí (2,1 mil t), Bahia (2 mil t), Ceará (2 mil t),
Pernambuco (1,3 mil t), Alagoas (879 t) e Sergipe (110 t).
De
acordo com o balanço realizado pela companhia, a quantidade atualmente
contratada é de 697,7 mil toneladas, todas destinadas para as operações
do Programa de Vendas em Balcão, no Nordeste e outras regiões do Brasil.
Deste total, cerca de 370 mil toneladas já foram embarcadas. O produto
faz parte dos estoques localizados em Mato Grosso e Goiás.
Fonte: Blog do Marcelo Abdon
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Pronatec: sucesso dos cursos supera dificuldades
Crédito: Wenderson Araújo
”Nos municípios pequenos há uma
necessidade enorme de levar treinamentos para os jovens, principalmente
na área agrícola. Foram esses municípios que abriram as portas para
nós”, informa a gestora do Pronatec no SENAR Alagoas, Dorilea Ferreira,
que participa do II Encontro Nacional do Pronatec no SENAR. Neste
segundo dia de reunião, os gestores do programa relatam o
desenvolvimento dos cursos nos Estados.
Dorilea diz que as dificuldades para a
execução do programa em sua região foram superadas diante do grande
interesse dos jovens pelas capacitações.
“Os alunos amaram as aulas de
empreendedorismo. Esse módulo chegou a despertar em alguns o interesse
em abrir empresas juntos. Os cursos também provocam o desejo de estudar
mais, de fazer cursos superiores na área rural. Um deles, inclusive,
disse que sonhava em fazer História, mas depois do curso do Pronatec no
SENAR pretende cursar Agronomia,” revela Dorilea.
Na Bahia, o Pronatec no SENAR encontrou
diversos parceiros, entre eles os sindicatos rurais. Segundo Jaqueline
Errico, gestora do programa, um dos casos de sucesso no estado foi no
município de Conceição do Coité. Lá, o sindicato rural mobilizou alunos
para 17 turmas, 10 estão em andamento e sete aguardam a realização das
matrículas. “O Pronatec é um programa excelente, estamos atendendo um
público diferente, temos vários demandantes nos procurando, inclusive
presídios. Em 2013 esperamos aumentar o número de turmas.”
Em estados como o Piauí, o programa
chegou há vários municípios, alguns até com fila para fazer matrícula
nos cursos, como contou o gestor do Pronatec no estado, Reginaldo
Soares. “No município de Guadalupe, nós estávamos ofertando uma turma
para o curso de Fruticultura. Mas com a chegada de uma empresa do Rio de
Janeiro demandando mão de obra qualificada, tinha fila de jovens
interessados no curso. Nossa solução foi abrir duas turmas da
capacitação,” explica o gestor.
Os cursos do Pronatec no SENAR também
abriram portas para os jovens do Rio Grande do Norte. De acordo com a
gestora Leiliane de Medeiros, no próximo ano, uma usina de açúcar da
região pretende contratar os jovens formados no curso de Operador de
Máquinas e Implementos Agrícolas. “É muito gratificante ver isso. Apesar
dos atropelos, estamos caminhando bem,” acredita Leiliane.
Assessoria de Comunicação do SENARCisternas de alvenaria resistem por gerações
Ele fez esse esclarecimento diante da informação veiculada hoje, por uma emissora de televisão, segundo a qual prefeitos no Oeste do Estado estariam devolvendo o equipamento fabricado de polietileno.
De instalação mais rápida, a vida útil dos depósitos de polietileno no interior do RN seria de apenas três anos por causa das altas temperaturas a que o material é submetido.
Pelo programa “Água para Todos”, do governo federal, o Ministério da Integração seria responsável diretamente pela entrega de 300 mil desses equipamentos no País, sendo 90 mil até dezembro deste ano. A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ligada ao MI, já instalou 17,8 mil cisternas em 32 municípios brasileiros.
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) fomenta a construção de cisternas desde 2003, que são numeradas e georeferenciadas. “Nossas cisternas não têm nada a ver com essas”, afirmou hoje o secretário Luiz Eduardo Carneiro da Costa, titular da Secretaria do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social.
A Sethas concluiu com o Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (Seapac) o cadastramento e capacitação das famílias dentro do Programa Nacional de Cisternas na região do Alto Oeste do Estado. “Nos municípios de Itaú, Riacho de Santana, Taboleiro Grande, Rodolfo Fernandes e Portalegre as cisternas, inclusive, já estão sendo construídas”, acrescentou.
Ao todo, mais de 2,5 milhões de pessoas foram beneficiadas pelos tanques entregues nos últimos nove anos pelo Programa Cisternas do MDS. O custo de cada cisterna varia conforme a região, mas a média é R$ 2 mil. Desde o início do Programa Cisternas, o investimento total foi de cerca de R$ 1 bilhão.
As cisternas em construção hoje no RN, como medida para amenizar os efeitos da seca no interior, são principalmente do convênio entre Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas) com o MDS mediante contrapartida do governo estadual. Segundo ainda Luiz Eduardo Carneiro da Costa, são 2.800 estruturas a um custo de R$ 4,2 milhões. Desse total, R$ 1,5 milhão é a contrapartida do Estado.
As cisternas desse convênio são feitas de alvenaria e, com a manutenção adequada, podem durar por várias gerações. Já as de polietileno, que fazem parte do programa “Água para Todos”, do governo federal, enfrentam rejeição dos agricultores e estariam sendo devolvidas por algumas prefeituras que assinaram convênios diretos com a Funasa.
Na região do Alto Oeste, cisternas de alvenaria serão construídas em Riacho da Cruz, Portalegre, Taboleiro Grande, Rodolfo Fernandes, Itaú, Água Nova, Coronel João Pessoa, Venha Ver, São Miguel, Doutro Severiano, Luiz Gomes, Riacho de Santana, Paraná e Marcelino Vieira. Só nessa região, o programa beneficia um total de 1003 famílias.
O Seapac venceu a licitação realizada pela Sethas para a execução do Programa Nacional de Cisternas no Estado do RN. Ela tem uma tecnologia popular para a captação de água da chuva. A água que escorre do telhado da casa é captada pelas calhas e cai direto na cisterna, onde fica armazenada. Com capacidade para 16 mil litros, a cisterna supriria o consumo de uma família de cinco pessoas por um período de estiagem de, aproximadamente, oito meses.
Foram selecionados para receber os equipamentos os municípios de Água Nova, Almino Afonso, Antônio Martins, Baraúna, Bento Fernandes, Bom Jesus, Campo Grande, Carnaúba dos Dantas, Coronel João Pessoa, Currais Novos, Cruzeta, Doutor Severiano, Equador, Espírito Santo do Oeste, Florânia, Frutuoso Gomes, Ielmo Marinho, Itaú, Janduís, Japi, João Dias, Luís Gomes, Macau, Marcelino Vieira, Martins, Nova Cruz, Olho D´Água dos Borges, Paraná, Patu, Poço Branco, Portalegre, Riacho da Cruz, Riacho de Santana, Rodolfo Fernandes, Santa Cruz, São Miguel do Gostoso, São Paulo do Potengi, São Tomé, São Miguel, São Rafael, Senador Eloy de Souza, Serra do Mel, Taipu, Touros, Taboleiro Grande, Umarizal e Venha Ver.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Decifrando a China
Por Kátia Abreu
O crescimento do consumo das famílias chinesas abrirá oportunidades para o agronegócio brasileiro
Na semana em que a China escolhia, por
seus ritos próprios, as lideranças que irão comandá-la pelos próximos
dez anos, eu estava em Pequim, inaugurando o escritório de representação
da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Embora a
sucessão política chinesa nem de longe venha carregada da dramaticidade e
das incertezas que marcaram as eleições americanas, o meu sentimento é
de que a nova direção da China vai liderar transformações muito mais
amplas e profundas do que as que estavam, e estão, no horizonte da
política norte-americana.
Nos Estados Unidos e Europa, as margens
de manobra de seus governantes se tornaram muito estreitas. Pode-se até
dizer que seus governos estão limitados a ações puramente defensivas, e
não seria incorreto afirmar que americanos e europeus estão abandonando
uma visão de futuro. Tudo o que eles querem, neste momento, é
reencontrar a vida que tinham no passado e se perdeu com a crise.
O ritmo e a dimensão do crescimento
chinês nas últimas décadas são o fenômeno histórico mais impressionante
da atualidade, com suas reais consequências. Testemunhamos um radical
deslocamento dos eixos do poder por meios pacíficos. No pequeno tempo de
uma geração, a China tornou-se a segunda economia do planeta e a força
motriz da qual depende o equilíbrio econômico mundial.
Apesar de o regime político chinês ser
claramente autoritário, com severas limitações ao livre desenvolvimento
da sociedade civil, a substituição periódica dos quadros dirigentes faz
transparecer algum tipo de luta de ideias nos bastidores do Partido
Comunista. E os observadores mais próximos afirmam que o país tem se
movido em direção a uma espécie de liderança coletiva, dependendo cada
vez menos da vontade de um só homem, como ocorria com o regime nos
tempos de Mao. As políticas de governo estão mais institucionalizadas e
baseadas em consensos mais amplos.
As indicações mais confiáveis sugerem que
as elites dirigentes estão de acordo com algumas correções de rumo
impostas pela realidade. A contribuição das exportações para o
crescimento, que tem girado em torno de três pontos percentuais nos
últimos dez anos, não passará de um ponto percentual na próxima década. A
continuidade do crescimento terá que se basear na ampliação do mercado
interno que, por sua vez, dependerá do consumo das famílias e dos gastos
públicos nas áreas sociais.
A intensidade desse crescimento terá que
ser reduzida. Nos dez anos da gestão da atual liderança, o PIB chinês,
medido em dólar, simplesmente quadriplicou. Para 2020, a meta anunciada é
a duplicação do PIB de 2010, acompanhada também da duplicação da renda
por habitante.
Podemos antever que o consumo das
famílias vai crescer muito mais rapidamente do que a economia, o que
abrirá grandes oportunidades para as exportações do agronegócio
brasileiro. Também é visível que a China parece, agora, muito mais
disposta a projetar geopoliticamente o seu poderio econômico. O país
expressa de forma clara a ambição de se tornar a maior economia do
planeta e isso terá consequências para além da esfera meramente
econômica.
A Ásia – e os Estados Unidos – vão
sentir o peso dessa influência nova e alguns conflitos surgirão daí, com
repercussão também no comércio e na política de investimentos.
O Brasil, longe dos palcos desses conflitos e distante dessa agenda conturbada, pode construir relações econômicas muito mais profícuas com a China. Bastante mais diversificada e complexa do que as relações puramente comerciais que tem hoje com a nação chinesa.
O Brasil, longe dos palcos desses conflitos e distante dessa agenda conturbada, pode construir relações econômicas muito mais profícuas com a China. Bastante mais diversificada e complexa do que as relações puramente comerciais que tem hoje com a nação chinesa.
Para isto, será necessário que,
estrategicamente, sejamos capazes de responder com toda a agilidade a
uma indagação: O que queremos da nova China que está surgindo?
*Katia Abreu, 50, senadora (PSD/TO) é
presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, escreve
aos sábados, no caderno Mercado do Jornal Folha de S. Paulo.
Pronatec no SENAR 2013
O Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural inicia nesta segunda-feira (26) o II Encontro Nacional do Pronatec
no SENAR, com a presença das 27 Administrações Regionais, que vão
avaliar a execução do programa em 2012 e elaborar o planejamento do 1º
semestre de 2013. O encontro acontece na sede do Sistema CNA/SENAR, em
Brasília, e vai até quinta-feira, dia 29.
De acordo com a chefe do Departamento de
Educação Profissional e Promoção Social, Andréa Barbosa, o encontro vai
possibilitar a troca de experiências com relação à realização dos cursos
do Pronatec em todo Brasil. “Será um momento para balanço das ações
realizadas até agora, principais dificuldades, resultados alcançados,
compartilhamento dos depoimentos de alunos e instrutores que estão
fazendo o programa acontecer”, avalia.
O SENAR iniciou as turmas do Pronatec em
julho deste ano e atualmente tem mais de 16 mil alunos matriculados em
20 cursos diferentes somando mais de mil turmas em 23 estados. Para
2013, a expectativa é ampliar a oferta de cursos em todo território
nacional. No momento, o portfólio para o próximo ano se aproxima de 50
opções de cursos, com capacitações principalmente nos eixos tecnológicos
de recursos naturais e produção alimentícia.
Durante os quatro dias, os gestores
também terão a oportunidade de apresentar os casos de sucesso das suas
regiões, sugerir melhorias e trocar experiências com os demais
participantes.
A expectativa sobre novas turmas no
próximo ano anima a instrutora do curso de Bovinocultura de Corte no
município goiano de Santa Fé, Cláudia Cristina Rodrigues. Ela está com
sua primeira turma do Pronatec no SENAR e conta que espera muitas outras
em 2013. “Estou feliz e satisfeita com meus alunos, a turma é muito boa
e interessada, me surpreendi com eles. Como é a primeira, sou
instrutora da parte técnica e de empreendedorismo, mas estou aprendendo
muitas coisas que quero levar para as próximas turmas. Espero ter muitas
outras experiências iguais a essa”, revela. Cláudia é zootecnista e
instrutora de pastagens pelo SENAR Goiás.
Autoridades e empresários da China na CNA
Autoridades do governo da China e
empresários locais participam amanhã (27/11), em Brasília, de seminário
organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
para discutir o potencial de investimento na infraestrutura logística do
Brasil e em segmentos do setor agropecuário que têm espaço para crescer
nos próximos anos. “A demanda chinesa por comida e outros produtos
agropecuários continuará crescendo e o Brasil pode produzir mais, de
forma sustentável, para atender a esse mercado”, afirma a presidente da
CNA, senadora Kátia Abreu.
As estimativas mostram que a China
reserva US$ 30 bilhões para investir na América Latina nos próximos
anos. “Não tenho dúvidas de que o Brasil tem tudo para ser o destino da
maior parcela desses investimentos em função do conjunto da economia, da
estabilidade econômica e da segurança das instituições”, avalia a
senadora Kátia Abreu. Os dados revelam, também, que cerca de 250 milhões
de chineses devem ascender para a classe média, ampliando de forma
significativa a demanda local por produtos agropecuários. “As
exportações brasileiras para a China têm crescido desde 2002,
principalmente de soja, mas podemos vender outros produtos para os
chineses”, avalia.
Além das oportunidades em logística e
infraestrutura, será apresentado à missão chinesa, durante o seminário, o
potencial da agricultura irrigada, aquicultura, ovinocultura e
silvicultura. “Todos esses segmentos são promissores. A produção
brasileira de madeira, por exemplo, não atende ao consumo interno. Por
ano, 250 mil hectares de florestas plantadas estão disponíveis para
corte, enquanto a demanda é de 650 mil hectares”, estima a senadora
Kátia Abreu.
O “Encontro CNA Brasil – China” reunirá
26 autoridades e empresários chineses, além de especialistas e
empresários brasileiros desses quatro segmentos. O seminário, que será
realizado na sede da CNA, em Brasília, terá início às 14h, com uma
apresentação da senadora Kátia Abreu. O secretário-executivo do
Instituto CNA, Moisés Gomes, detalhará ao grupo a Plataforma de Gestão
Agropecuária (PGA), desenvolvida em parceria com o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A PGA reúne,
eletronicamente, informações sobre a pecuária de corte, mas a base de
dados pode ser ampliada para outros produtos, como forma de garantir a
credibilidade desses processos. O consultor em logística da CNA, Luiz
Antônio Fayet, fará uma apresentação sobre a infraestrutura brasileira.
Reuniões na China –
Comitivas da CNA estiveram na China duas vezes neste ano, em abril e
novembro. Na última visita, foi inaugurado o escritório de representação
da entidade em Pequim. Nessas visitas, as reuniões com empresários
locais deixaram claro à presidente da CNA que a missão chinesa quer ir
além dos contatos institucionais com o governo brasileiro. “Os
empresários também querem dialogar com a iniciativa privada para
investigar as reais possibilidades de negócios no Brasil”, afirma. Por
esse motivo, a CNA resolveu organizar o seminário de amanhã.
Assessoria de Comunicação CNAsábado, 24 de novembro de 2012
Novas condições de juros para financiamento rural
No último mês de outubro, o
Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou novas condições de juros para
financiamentos com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do
Nordeste (FNE).
Desta forma, através da Resolução nº
4.149/2012, o Banco do Nordeste foi autorizado a financiar operações
rurais com recursos do FNE com a finalidade de investimento, inclusive
com custeio e capital de giro associado, com taxas de juros de 2,49% ao
ano.
Ainda segundo a citada Resolução, haverá bônus de 15%
sobre as parcelas da dívida pagas até a data de seu respectivo
vencimento. Essas linhas de financiamento para as operações rurais são
restritas a contratos firmados entre 1º de outubro a 31 de dezembro de
2012.
Custeio
De acordo com o assessor jurídico da
Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), Caio
Túlio Bezerra, estas operações não contemplam operações de crédito
rural com a finalidade exclusiva de custeio. “Esta lacuna aparentemente
demonstra pouca preocupação do Conselho Monetário Nacional com a classe
produtora rural nordestina que vem amargando prejuízos com a seca deste
ano. Reconhecidamente uma das mais devastadoras dos últimos 50 anos”,
ressaltou o advogado.
Ainda de acordo com o assessor da Faern:
“Em tempos de seca como a que enfrentamos, reduzir juros igualmente
para financiamentos com o custeio nos parece ser a medida mais acertada e
vantajosa ao setor rural nordestino”, finalizou Bezerra.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
OBSESSÃO POR CENSURA
Por *Kátia Abreu
A tentativa de submeter os veículos de comunicação a um 'controle social' é uma forma oblíqua de censura
Nada
conspira mais contra a democracia que a relativização de seus valores –
entre eles (e sobretudo), a liberdade de imprensa. A tentativa de
submeter os veículos de comunicação a um “controle social” é uma forma
oblíqua de censura, com o indisfarçável propósito de mantê-la subjugada
politicamente.
No
Brasil, esse controle é ainda uma proposta obsessiva de parte
expressiva do PT. Na Argentina, na Venezuela e no Equador, países que se
consideram democráticos, é uma trágica realidade.
A
uniformidade dos discursos preocupa, sobretudo quando se sabe que
obedece a uma articulação continental entre grupos políticos hegemônicos
que postulam um mesmo projeto: uma América do Sul socialista.
Em
face disso, no final de outubro, empresários de rádio e televisão de
diversos países sul-americanos, reunidos na 42ª Assembleia Geral da
Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), em Montevidéu, aprovaram
o envio de missão especial à Argentina, no dia 7 de dezembro, para
acompanhar a entrada em vigor, naquele país, da Nova Lei de Meios.
Essa
lei, com pequenas variantes, já havia sido tentada aqui, quando da
edição do III Plano Nacional de Direitos Humanos, há quatro anos,
felizmente repelida pela presidente Dilma Roussef, ainda quando
candidata.
Todas
as tentativas de enquadramento da imprensa, ao longo da história – e
não foram poucas -, resultaram numa mesma constatação: não é possível
fazê-lo sem ferir o princípio básico da democracia, que é a liberdade de
informação e expressão.
O
único controle democrático sobre a mídia é o que está na lei, mais
especificamente no Código Penal. Os crimes decorrentes de seu uso
indevido são três: injúria, calúnia e difamação, já devidamente
capitulados, e geram reparações que, no limite, podem levar o infrator a
sair do mercado.
Liberdade,
como é óbvio, não exclui responsabilidade penal para quem dela abusa.
Mesmo assim, os que reclamam da imprensa o fazem como se não estivesse
submetida a limites legais, o que tornaria indispensável
providenciá-los. É esse, em síntese, o teor sofístico das sucessivas
conferências de imprensa do PT.
A
imprensa é um termômetro: mostra a febre, mas não a cria, nem a cura.
Xingá-la, no entanto, tornou-se parte de um curioso processo de catarse,
que só convence a quem dele carece.
O
ex-presidente Lula mantém relações esquizofrênicas com o tema. Já
reconheceu diversas vezes que deve sua projeção política à imprensa,
que, ainda ao tempo do regime militar, o acolheu com entusiasmo, como
liderança popular emergente, arrostando riscos.
Mas
diz que os jornais lhe dão azia, que o combatem injustamente e coisas
afins, esquecido de que essas críticas convivem lado a lado, e em franca
desvantagem numérica, com os que o louvam. Não há uníssono na imprensa.
A
propósito, é improvável que haja um segmento da sociedade brasileira
tratado com mais severidade – e frequentemente com injustiça - que o dos
produtores rurais, em regra apresentados como vilões e retrógrados.
Não
obstante, não se registra uma única declaração de suas instituições
reclamando da imprensa ou pedindo restrição ao seu livre exercício.
Nossa opção é democrática: o debate, o exercício do contraditório.
Hoje,
com a internet, não há notícia que escape de divulgação. Se houver
alguma informação alvo de sabotagem generalizada na mídia convencional –
algo altamente improvável -, acabará vazando pela internet e chegando
ao público.
Outra
lenda: o monopólio das TVs, ponto central e recorrente dos
questionamentos. Há, no Brasil, em pleno funcionamento, nada menos que
cinco redes nacionais privadas (Globo, Bandeirantes, Rede TV, Record e
SBT), além de TVs Educativas estatais e redes regionais, sem contar as
TVs por assinatura. Não há monopólio. Há liderança, que só pode ser
quebrada mediante opção do telespectador.
Qualquer
outra medida implica censura. Uma coisa é certa: nenhum dano decorrente
da liberdade de imprensa é maior que os que ela ajuda a evitar.
*Kátia
Abreu, senadora (PSD/TO) e presidente da CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil), escreve aos sábados nesta coluna.
Leia o artigo completo: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/77150-obsessao-por-censura.shtml
PROJETOS E PROGRAMAS, MINHA CASA MINHA VIDA RURAL.
O Programa Nacional de Habitação Rural,
integrante do Programa Minha Casa, Minha Vida, oferece subsídios para a
construção ou reforma de imóveis aos agricultores familiares,
trabalhadores e aposentados rurais com renda anual de até 15.000,00.
A CNA, o SENAR e o INSTITUTO CNA oferecem o apoio técnico e
estrutural para a construção dessas moradias e cursos de capacitação e
treinamento.
Com moradia digna, homens e mulheres do campo ganham novo ânimo para
produzir alimentos em equilíbrio com o meio ambiente, melhorando a
renda, a qualidade de vida da família e a economia da região.
PARTICIPANTES DO PROGRAMA
-
MINISTÉRIO DAS CIDADES – Gestor da Aplicação
-
MINISTÉRIO DA FAZENDA – Repasse dos Recursos
-
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – Agente Financeiro e Gestor Operacional
-
FEDERAÇÃO DE AGRICULTURA DOS ESTADOS
FINALIDADE
Concessão de subsídios, com recursos do Orçamento Geral da União -
OGU, aos agricultores familiares, organizados sob a forma coletiva, por
meio de uma Entidade Organizadora, para produção da unidade habitacional
em área rural.
MODALIDADE: Aquisição de Material de Construção para conclusão, reforma e ampliação da Unidade Habitacional Rural.
PÚBLICO–ALVO
-
Agricultores familiares com renda familar bruta anual de até
R$15.000,00, que comprovem enquadramento no PRONAF, Grupo “B”, C”, “V” e
“A - Beneficiários do PNCF, por meio da apresentação de DAP –
Declaração de aptidão ao PRONAF, emitida nos últimos 3 anos”;
-
Trabalhador rural com renda familiar bruta anual até R$ 15.000,00,
comprovada por carteira de trabalho, contrato de trabalho ou declaração
do empregador/cooperativa/associação/sindicato;
-
Trabalhador rural aposentado com renda bruta familiar anual até R$
15.000,00, demonstrada por meio de comprovante de proventos do INSS.
SUBSÍDIOS
CONCEDIDO AO BENEFICIÁRIO
-
Até R$ 25.000,00, destinado à construção da UH - Unidade Habitacional (pagamento do material de construção e mão-de-obra);
-
Até R$ 15.000,00, destinado à conclusão/reforma/ampliação da UH (pagamento do material de construção e mão-de-obra);
CONTRAPARTIDA DO BENEFICIÁRIO
4% do valor do subsídio edificação é devolvido, pelo beneficiário, ao
OGU, a título de contrapartida do beneficiário, da seguinte forma:
-
Quatro parcelas anuais, sem juros e sem atualização monetária;
-
Primeira parcela vence um ano após assinatura do contrato.
Tipo |
SUBSÍDIO |
PERCENTUAL |
CONTRAPARTIDA DO BENEFICIÁRIO |
Construção |
R$ 25.000,00 |
4% |
R$ 1.000,00 |
Conclusão Reforma Ampliação |
R$ 15.000,00 |
4% |
R$ 600,00 |
ATRIBUIÇÕES DA ENTIDADE ORGANIZADORA
-
Elaboração do projeto do empreendimento;
-
Apresentação do projeto à CAIXA;
-
Organização e indicação do grupo de beneficiários;
-
Participação no investimento com aporte financeiro ou bens e/ou serviços economicamente mensuráveis, se necessário;
-
Acompanhamento e execução das obras do empreendimento;
-
Execução do TTS - Trabalho Técnico Social e ATEC – Assistência Técnica
-
Conclusão do empreendimento, dentre outras.
Obs.: Definidas no Termo de Cooperação e Parceria – TCP, firmado entre a EO e a CAIXA.
PROPOSTA/PROJETO DE INTERVENÇÃO
-
Aprovação jurídico/cadastral, de engenharia e de trabalho técnico social;
-
Mesmo regime de construção para todas as UHs - Unidades Habitacionais;
-
Localização das UHs em, no máximo, três municípios limítrofes;
-
Limite de 50 UH por projeto e no mínimo 04 UH;
-
Comprovação de origem legal das madeiras nativas utilizadas nas obras do empreendimento.
GLEBA/TERRENO
-
Até 4 módulos fiscais, exceto áreas indígenas e comunidades quilombolas;
-
Vias de acesso, soluções para abastecimento de água, esgoto sanitário e energia elétrica;
-
Terreno de propriedade do beneficiário;
-
Terreno de propriedade de terceiros:
-
Comprovado parentesco até 3º grau entre um dos proprietários com o beneficiário;
-
Autorização dos proprietários para produção da UH pelo beneficiário.
-
Comprovado parentesco até 3º grau entre um dos proprietários com o beneficiário;
-
De posseiro, de boa fé de terras públicas ou ocupantes de terras
particulares, com direitos sucessórios, mas com processos de partilha
ainda não encaminhados ou não concluídos, e não havendo dúvidas sobre o
domínio do imóvel;
-
Terreno com cláusula de usufruto vitalício (usufrutuário /nu-proprietário);
-
Terreno de Comunidade Quilombola.
BENEFICIÁRIOS – EXIGÊNCIAS
-
Ser indicado pela Entidade Organizadora - EO;
-
Apresentação de documentos pessoais;
-
Comprovação de capacidade civil;
-
Regularidade perante a Receita Federal;
-
Ser brasileiro nato ou naturalizado; se estrangeiro, ter visto permanente no País;
-
Comprovar renda familiar anual de até R$ 15.000,00.
BENEFICIÁRIOS – IDADE
Não há limite máximo de idade.
DOCUMENTAÇÃO
Relação de documentos e modelos específicos serão disponibilizados pela EO.
RESTRIÇÕES AO BENEFICIÁRIO
-
Possuir registro no CADIN – Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal;
-
Possuir débitos não regularizados junto à Receita Federal;
-
Possuir financiamento imobiliário ativo em qualquer localidade do País;
-
Possuir área superior a 4 módulos fiscais conforme legislação em vigor;
-
Ser proprietário, cessionário, arrendatário ou promitente comprador
de outro imóvel residencial, seja urbano ou rural (excetuando a
propriedade onde se implantará a UH), situado no atual local de
domicílio ou onde pretende fixá-lo; no caso de reforma é admitida a
propriedade do imóvel residencial rural objeto da reforma;
-
Ter figurado, a qualquer época, como beneficiário de programa
habitacional lastreado nos recursos do OGU, do INCRA ou de desconto
habitacional concedido com recursos do FGTS;
-
Ser beneficiário do Programa de Reforma Agrária – assentados da reforma agrária – independentemente do enquadramento da DAP;
-
Estar enquadrado no grupo “A” (exceto beneficiário PNCF) e grupo “D” do PRONAF;
-
Receber renda anual familiar consignada na superior a R$15.000,00;
-
Ter recebido, a qualquer época, recursos do crédito fundiário para construção da moradia;
Não é admitida a transferência de intervivos, nem cessões de
direitos, promessas de cessões de direitos ou procurações, que tenham
por objeto a alienação, onerosa ou gratuita, ou a promessa de compra e
venda e a cessão de imóveis, componentes do Programa, antes do final do
prazo da operação.
PRAZO DE CONSTRUÇÃO
Entre 4 e 12 meses
CONTATOS
COORDENAÇÃO NACIONAL
Instituto CNA
Instituto CNA
SGAN Quadra 601, Módulo K - Térreo
Brasília, DF - CEP: 70830-903
Fone: (61) 2109 1550 - Fax (61) 2109 1322
E-mail: institutocna@institutocna.org.br
Brasília, DF - CEP: 70830-903
Fone: (61) 2109 1550 - Fax (61) 2109 1322
E-mail: institutocna@institutocna.org.br
Seminário discutirá convivência com o semiárido em núcleo da Ufersa
A Universidade Federal Rural do
Semi-Árido (Ufersa), Campus de Angicos, realizará, no período de 22 a 24
de novembro, o 1º Seminário Estadual de Educação Para Convivência Com o
Semiárido: Realidade, Desafios e Perspectivas.
De acordo com
informação dada pela comissão organizadora do evento, as inscrições já
estão abertas e podem ser feitas pela internet, no endereço eletrônico
www.educacaosemiarido.wordpress.com.
De acordo com a
professora Rita Diana Gurgel, uma das coordenadoras do evento, a
inscrição também poderá ser feita presencialmente até o dia do
seminário.
A professora explicou que o seminário será muito
importante para toda a região, e estão sendo aguardados em torno de 350
visitantes que se inscreverão para participar dos grupos de trabalho. É
um evento regional que contará com a participação de pessoas de todo o
Estado e outras unidades da Federação.
A inscrição, além de poder ser feita através do endereço eletrônico, também poderá ser feita na hora até o dia do evento.
O
evento é uma iniciativa conjunta da Coordenação de Extensão, das
Coordenações de Cursos de Licenciaturas e da Coordenação de
Especialização do Campus da Ufersa de Angicos, e tem o apoio financeiro
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
por meio do Programa de Apoio a Eventos no País (Paep).
Conforme
a comissão organizadora do Seminário Estadual de Educação no Campus da
Ufersa em Angicos, o público-alvo abrange professores e gestores da rede
de ensino (estadual, municipal e federal), estudantes das licenciaturas
e da pós-graduação, representantes dos movimentos sociais e demais
profissionais interessados nas temáticas.
Veja os temas que pautarão os grupos de trabalho
- Paulo Freire e a Formação de Professores em Uma Sociedade Tecnológica;
- Práticas Freireanas no Ensino de Ciências e Matemática;
- Práticas Discursivas de Educação Continuada, Diversidade Étnico, Racial e Cidadania;
- Educação e Movimentos Sociais;
- Educação Ambiental na Construção da Convivência com o Semiárido; Recursos Naturais: técnicas e práticas sustentáveis;
- Tecnologias e Práticas Educativas;
- Paulo Freire e a Educação de Jovens e Adultos;
- Ensino, Inclusão e Linguagem Ensino; e Gêneros Digitais e Ensino da Linguagem em AmbientesVirtuais.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Corrida contra a seca começa com a recuperação de poços
A 16ª Reunião Ordinária do
Conselho Deliberativo da Sudene (Condel), promovida na sexta-feira (09),
em Salvador, com a presença da presidente Dilma Rousseff, já começou a
render efeitos práticos no RN, que tem mais de 90% de seu território
dentro do chamado polígono da seca.
A governadora Rosalba
Ciarlini, que esteve no encontro, reuniu a imprensa na manhã deste
sábado, em seu gabinete, para anunciar uma série de medidas emergenciais
para a convivência com a estiagem, considerada uma das mais rigorosas
dos últimos 50 anos.
No total, 87 poços e 1.500 cisternas
começarão a ser recuperados e construídos já a partir desta
segunda-feira, com recursos próprios do erário estadual como medida de
boa vontade à entrada de R$ 250 milhões a fundo perdido do Governo
Federal a serem injetados, mediante projetos pontuais, nos próximos
meses.
Só na reunião do Condel, o governo do Estado
assinou R$ 108 milhões em projetos contra a seca e outros R$ 42 milhões
serão formalizados na próxima terça-feira, no encontro do PAC da
Irrigação instituído pelo Governo Federal.
Para se ter uma
ideia do impacto dessas medidas, depois da coletiva convocada com a
imprensa, técnicos da Caern se reuniram com a governadora para avaliar
como ficará o abastecimento de água de municípios como o de Luis Gomes,
no Alto Oeste potiguar, que recebe 30 carros pipa diariamente ao valor
de R$ 175,00 por caminhão.
O resultado da conta fala por
si: com 5.250 carros por mês, 157.500 por ano, os moradores de lá
consomem o equivalente a R$ 1,8 milhão em carros pipa por ano, quando o
recurso estimado para recuperar os 18 poços existentes no município é de
apenas R$ 396 mil.
Hoje, ao comentar as ações, a
governadora deu a entender que a recuperação de poços já abertos pela
administração anterior, mas sem serventia alguma porque não estavam
equipados, representam um avanço importante na convivência com a seca e
uma prioridade da sua administração.
Ao fazer um balanço
da reunião do Condel, Rosalba qualificou como vitórias pessoais a
prorrogação da Bolsa Estiagem e da Garantia Safra – cujos términos
estavam previstos para fim de outubro – até dezembro. Ela havia
solicitado ao conselho, na presença da presidente Dilma Rousseff, que o
prazo fosse delatado até março – conseguiu dezembro.
Rosalba
chamou atenção para as previsões de um meteorologista de renome
internacional, o professor Carlos Nobre, para reafirmar o temor de que a
seca se prolongue por mais 90 dias. “Hoje, sabemos que não é possível
realizar previsões longas, mas uma opinião como essa nos indica que
precisamos tomar todos os cuidados possíveis”, afirmou.
Durante
a reunião do Condel, que é o órgão máximo de articulação e decisões
estratégicas da Sudene, em Salvador, a governadora também pediu pressa
para a construção do trecho da bacia Apodi/Mossoró, na transposição do
Rio São Francisco.
Segundo ela, os principais
reservatórios da região, que são as barragens de Santa Cruz e Pau dos
Ferros, podem enfrentar dificuldades com a escassez de chuva. “Fizemos
um apelo para que esse trecho seja imediatamente licitado e iniciado”,
adiantou, ao insistir que a região não pode esperar que esse trecho seja
construído somente na última etapa do projeto da transposição do São
Francisco, como está previsto no projeto.
Rosalba também
pediu ao ministro da Integração, Fernando Bezerra, agilidade para a
Barragem de Oiticica, no Seridó. Durante a coletiva de imprensa, ela deu
esse assunto como “favas contadas”. E garantiu que as obras da
barragem serão reiniciadas no próximo ano, sem especificar uma data.
Utilizando
as vantagens do sistema simplificado de licitação, a governadora disse
que não quer perder tempo, aprovando a maior quantidade de projetos
possíveis não só de convivência com a seca, como os estruturantes, que
garantirão um legado permanente contra uma situação imutável – a seca.
Convivência com a estiagem é repleta de números e cifras
Desde
abril deste ano, 139 municípios tiveram o estado emergência declarado
pelo Governo do RN, que criou um comitê para tratar sobre a seca.
Entre
as ações criadas está a Operação Carro Pipa e o Seguro Garantia Safra,
lançado pelo governo federal em 2003, atingido na mais de 37 mil
produtores com benefício de R$ 680 mês para aqueles que aderem. Já no
RN, foi criado o Bolsa Estiagem, que destina R$ 400,00 para cada
produtor.
Entre as muitas ações do governo estadual, está a
construção de 400 cisternas no interior, o que representa um
investimento de R$ 881 mil.
Outra ação é o Programa Milho
em Balcão, no qual são comercializadas 64 mil toneladas de milho em oito
postos de venda. Mas esse insumo vindo de carreta dos estoques da Conab
no Mato Grosso, sofreram atrasos por falta de caminhões, mesmo depois
de terem seus preços subsidiados para R$ 18,00 a saca de 60 kg para
produtores familiares de R$ 22,00 para os demais criadores.
A
construção de 500 barragens subterrâneas, um investimento de 10
milhões, é outra ação que o Governo pretende agilizar com a entrada de
recursos à fundo perdido do Governo federal.
De acordo com
o secretário de Recursos Hídricos, Gilberto Jales, existem ações que já
estão em execução, como a construção de adutoras e sistemas de
abastecimento.
“Elas estão em fase de licitação e
contratação. Além disso, a Barragem de Oiticica terá a obra retomada no
próximo ano. Mas existem outros programas, como o Água Doce, um
investimento de R$ 11 milhões e o Água para Todos, com a liberação de R$
23 milhões para amenizar os efeitos da seca.
O
tenente-coronel Geraldo Pereira Neto, coordenador da Operação Pipa no
RN, informa que o Exército vem atuando em 94 municípios, realizando a
operação Carro Pipa. Segundo ele, os repasses de recursos do Governo
Federal são estáveis, o que permite a frequência da Operação.
O
ponto negativo, nos últimos anos, é o agravamento da seca, segundo o
militar. “Há um colapso de algumas fontes de água, o que provoca um
efeito cascata que afeta a ponta da linha, o usuário”, afirmou.
Segundo
o oficial, hoje o Exército atingiu a plenitude no que pode apoiar. “Não
temos quadros voltados para Operação Pipa. Sabemos que Natal concentrou
um Batalhão que se deslocará para o Haiti, e ficará por lá durante seis
ou oito meses. Grande parte saiu aqui do RN. Ou seja, além da atual
deficiência de pessoal, ainda teremos nosso efetivo reduzido. Mas
destaco que o Comando do Exército coloca a Operação Pipa como
prioridade”, garantiu.
Fonte: O Jornal de Hoje
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