Por Kátia Abreu
O grande desafio é ampliar o número de produtores que fazem parte do agronegócio de sucesso
Agricultura é um conceito amplo. Engloba todo produto de origem animal e
vegetal que chega à mesa do brasileiro. Começa pela madeira usada na
construção da mesa, passa pela toalha de algodão que forra esta mesa, e
tem representação dupla nas carnes. O frango e o porco são produtos
agrícolas que têm como principal alimento a ração produzida à base de
cereais. A produção de leite, para ter melhor rendimento e constância,
também depende das rações à base de grãos.
É comum a confusão entre agricultura e agronegócio. A agricultura diz respeito ao trabalho do agricultor, da preparação da terra à colheita ou venda dos animais. O conceito de agronegócio vai além. Abarca a agricultura e inclui as indústrias que produzem insumos dos quais o agricultor lança mão, bem como a indústria que beneficia a produção agrícola e toda a distribuição dos produtos comercializados.
Esta ampla agricultura brasileira, que há muito deixou de ser mera exportadora de commodity, é baseada em forte aparato tecnológico.
Sementes adaptadas são desenvolvidas com grande esforço por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Aí vêm as máquinas agrícolas, os defensivos, os fertilizantes, o emprego da biotecnologia para modificação das variedades adaptadas. E ainda temos técnicas de seleção genética, fertilização in vitro e clonagem, largamente empregadas na produção animal, inclusive peixes.
A despeito do romantismo que pressupõe a atividade de criar, plantar e colher, a disputa entre cada elo da cadeia por maior fatia do lucro do setor nada tem de poética. O elo mais frágil é o agricultor. Ainda que faça uso da tecnologia, como regra geral ele o faz, não há como superar essa condição de fragilidade, especialmente se o agricultor não tiver escala de produção.
O grande desafio é ampliar o número de produtores que fazem parte do agronegócio de sucesso. Não interessa ao agro ser uma ilha de prosperidade e sim, um continente de sucesso.
Aumentar, fortalecer e consolidar uma classe média rural deve ser o esforço de todos, como foi com a classe média urbana. Este caminho só será possível se fizermos com que toda inovação e tecnologia existentes no país cheguem à maioria dos produtores. Hoje, poucos têm acesso ao aparato tecnológico existente.
O instrumento capaz de democratizar o saber e a tecnologia no campo é a rápida implementação de uma política de extensão rural ou de assistência técnica. Qualificar tecnicamente os produtores para que façam escolhas corretas, para que formatem um plano de negócios e melhorem sua capacitação gerencial, são tarefas absolutamente indispensáveis.
São estes instrumentos que nos permitirão multiplicar a produção de nossas terras, sem que se desmate uma única árvore sequer. O ato de disseminar conhecimento e tecnologia é quase uma profissão de fé. É a forma mais sustentável e honesta de proteger as pessoas e os seus negócios.
Enquanto governos de vários países subvencionam suas agriculturas mundo afora, injetando bilhões de dólares no setor, aqui não existe uma agricultura subsidiada. O produtor trabalha com o controle de custo na mão e, na hora de definir seu sistema de produção, busca, no mercado, as tecnologias desenvolvidas a duras penas pela Embrapa e pelos produtores de insumo.
Nossa escolha é a busca da inovação, que faz com que possamos superar desafios do danoso custo Brasil. A agricultura brasileira – que hoje sustenta a balança comercial, gera mais de um milhão de empregos a cada ano e participa com 22,5% de toda a riqueza produzida na nação – não vive de benesses governamentais. E não se queixa disso.
Só nos países ricos a sociedade pode se dar ao luxo de bancar a ineficiência de setores da economia que se recusam a investir em tecnologia e inovação, e vivem à caça de subsídios.
É comum a confusão entre agricultura e agronegócio. A agricultura diz respeito ao trabalho do agricultor, da preparação da terra à colheita ou venda dos animais. O conceito de agronegócio vai além. Abarca a agricultura e inclui as indústrias que produzem insumos dos quais o agricultor lança mão, bem como a indústria que beneficia a produção agrícola e toda a distribuição dos produtos comercializados.
Esta ampla agricultura brasileira, que há muito deixou de ser mera exportadora de commodity, é baseada em forte aparato tecnológico.
Sementes adaptadas são desenvolvidas com grande esforço por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Aí vêm as máquinas agrícolas, os defensivos, os fertilizantes, o emprego da biotecnologia para modificação das variedades adaptadas. E ainda temos técnicas de seleção genética, fertilização in vitro e clonagem, largamente empregadas na produção animal, inclusive peixes.
A despeito do romantismo que pressupõe a atividade de criar, plantar e colher, a disputa entre cada elo da cadeia por maior fatia do lucro do setor nada tem de poética. O elo mais frágil é o agricultor. Ainda que faça uso da tecnologia, como regra geral ele o faz, não há como superar essa condição de fragilidade, especialmente se o agricultor não tiver escala de produção.
O grande desafio é ampliar o número de produtores que fazem parte do agronegócio de sucesso. Não interessa ao agro ser uma ilha de prosperidade e sim, um continente de sucesso.
Aumentar, fortalecer e consolidar uma classe média rural deve ser o esforço de todos, como foi com a classe média urbana. Este caminho só será possível se fizermos com que toda inovação e tecnologia existentes no país cheguem à maioria dos produtores. Hoje, poucos têm acesso ao aparato tecnológico existente.
O instrumento capaz de democratizar o saber e a tecnologia no campo é a rápida implementação de uma política de extensão rural ou de assistência técnica. Qualificar tecnicamente os produtores para que façam escolhas corretas, para que formatem um plano de negócios e melhorem sua capacitação gerencial, são tarefas absolutamente indispensáveis.
São estes instrumentos que nos permitirão multiplicar a produção de nossas terras, sem que se desmate uma única árvore sequer. O ato de disseminar conhecimento e tecnologia é quase uma profissão de fé. É a forma mais sustentável e honesta de proteger as pessoas e os seus negócios.
Enquanto governos de vários países subvencionam suas agriculturas mundo afora, injetando bilhões de dólares no setor, aqui não existe uma agricultura subsidiada. O produtor trabalha com o controle de custo na mão e, na hora de definir seu sistema de produção, busca, no mercado, as tecnologias desenvolvidas a duras penas pela Embrapa e pelos produtores de insumo.
Nossa escolha é a busca da inovação, que faz com que possamos superar desafios do danoso custo Brasil. A agricultura brasileira – que hoje sustenta a balança comercial, gera mais de um milhão de empregos a cada ano e participa com 22,5% de toda a riqueza produzida na nação – não vive de benesses governamentais. E não se queixa disso.
Só nos países ricos a sociedade pode se dar ao luxo de bancar a ineficiência de setores da economia que se recusam a investir em tecnologia e inovação, e vivem à caça de subsídios.
*Katia Abreu, 50, senadora (PSD/TO) é
presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, escreve
aos sábados, no caderno Mercado do Jornal Folha de S. Paulo.
Leia o artigo completo: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/83878-tecnologia-que-a-cidade-nao-ve.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário
faça seu comentário