Os produtores rurais do Nordeste e do norte de Minas Gerais pagarão
menos juros nas linhas oficiais de crédito. Em reunião extraordinária, o
Conselho Monetário Nacional (CMN) reduziu as taxas dos financiamentos
agrícolas para as duas regiões. A medida beneficiará os produtores que
vivem na área do Semiárido abrangida pela Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O CMN também ampliou as condições
de renegociação da dívida dos produtores que deixaram de pagar os
financiamentos por causa da seca na região.
Anteriormente, o CMN tinha autorizado que somente os produtores que
estavam com o pagamento em dia até 31 de dezembro de 2011 renegociassem
as parcelas com vencimento em 2012, 2013 e 2014. Agora, as operações que
estavam em atraso até o fim de 2011 também poderão ser reparceladas em
até dez anos, com a primeira parcela sendo paga somente em 2016. O
benefício, no entanto, só valerá para os municípios que estavam em
situação de emergência ou em estado de calamidade pública a partir de 1º
de dezembro de 2011.
Taxas
Para os agricultores familiares, os financiamentos de custeio
concedidos pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf) tiveram as taxas reduzidas de 1,5% para 1% ao ano para
operações de até R$ 10 mil. Os juros passaram de 3% para 2% ao ano, no
caso dos financiamentos de R$ 10 mil a R$ 30 mil, e de 3,5% para 3% ao
ano para as operações acima de R$ 30 mil. A taxa dos empréstimos do
Pronaf para investimento passou de 2% para 1% ao ano, para operações de
até R$ 30 mil, e de 2% para 1,5% ao ano para as linhas entre R$ 30 mil e
R$ 60 mil.
Para as operações do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor
Rural (Pronamp), destinado aos médios produtores, os juros foram
reduzidos de 4,5% para 4% ao ano nas operações de custeio e de 3,5% para
2% ao ano nas linhas de investimento. Para os demais produtores rurais,
a taxa passou de 5,5% para 5% ao ano tanto nos financiamentos para o
custeio da safra como para investimento.
A redução dos juros para operações de investimento só vale para os
financiamentos de projetos que estimulem a garantia de água e alimento
no Semiárido. Entre os projetos que poderão ser financiados com taxas
mais baixas estão a construção de reserva de alimentos para animais, a
recuperação e o fortalecimento de cultivos alimentares regionais e de
pequenas criações, agricultura irrigada e criação de agroindústrias para
diversificação da produção. De acordo com o Ministério da Fazenda, as
medidas já tinham sido anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff no
lançamento do Plano Safra 2013/2014, mas ainda não tinham sido
regulamentadas pelo CMN.