Presidente
da CNA, João Martins da Silva Junior, recebe ministra da Indústria
Alimentar de Cuba, Maria del Carmen / Foto: Wenderson Araújo
O presidente da Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, recebeu, nesta quarta-feira
(25/3), na sede da entidade, em Brasília (DF), a ministra da Indústria
Alimentar de Cuba, Maria del Carmen Concepción. A representante do
governo cubano realiza sua primeira visita ao Brasil para conhecer o
modelo de produção agroindustrial brasileiro e o trabalho desenvolvido
por associações e cooperativas de produtores rurais.
No encontro, o presidente da CNA falou sobre a
relação entre setor primário e indústria a partir do o modelo integrado
de produção, no qual produtores e indústrias firmam parceria para
fornecimento de matéria-prima e industrialização da produção. Uma das
atividades que mais utiliza este sistema é a avicultura, principalmente
na região Sul do país. A ministra afirmou que Cuba está aproveitando o
momento de abertura econômica do país para conhecer o sistema produtivo
de outros países.
João Martins relatou, também, alguns dos desafios
que o setor agropecuário precisa superar para que se torne ainda mais
competitivo. Um deles é melhorar a renda do produto rural, ampliando o
número de produtores que tenham escala comercial, a partir do trabalho
de assistência técnica desenvolvido pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem (SENAR).
Em um primeiro momento, ele explicou à ministra
que, em um primeiro momento, a meta do SENAR é capacitar 600 mil
produtores rurais para migrá-los das classes D e E, consideradas as mais
baixas e que produzem para sustento próprio, para uma faixa de renda
melhor, para inseri-los na atividade comercial. Hoje, apenas 300 mil
produtores são responsáveis por 80% do faturamento da atividade
agropecuária.
Martins destacou, ainda, o trabalho da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cuja tecnologia fez com
que o Brasil deixasse de ser importador de alimentos para tornar-se
autossuficiente na produção agrícola. A estatal, lembrou o presidente da
CNA, foi a grande responsável por fazer do Cerrado a principal região
produtora de grãos do país, transformando um solo pobre e ácido em
extremamente fértil e apropriado para a atividade rural.
A balança comercial entre Brasil e Cuba teve, em
2014, superávit de US$ 360 milhões para os brasileiros. Do total das
exportações para o país da América Central no ano passado, 72% foram
provenientes do agronegócio. Os principais produtos embarcados foram
óleo de soja, arroz e farelo de soja.