Apesar das declarações reiteradas
do presidente da Emater, Ronaldo Cruz, de que os produtores de leite
receberiam a partir de terça-feira (10) R$ 0,93 pelo litro entregue ao
programa do governo e mais um valor retroativo a maio, o fato é que a
quantia depositada não saiu dos R$ 0,80.
Na quarta-feira
(11), alguns produtores se perguntavam o que havia acontecido com a
promessa da governadora de depositar os R$ 0,93 e mais a diferença de R$
0,13 esperada, principalmente porque se aguardava que com esse reajuste
os produtores se sentissem estimulados a colaborar mais com o programa,
que passou a receber 55 mil litros a menos por dia desde que a seca se
instalou no primeiro semestre.
Desestimulados com o preço de
R$ 0,80 o litro, os produtores passaram a desviar o leite para
queijeiras que já pagam o valor de R$ 1,00 pelo litro. Diante dessa
situação, a governadora Rosalba Ciarlini, inicialmente, prometeu pagar
R$ 0,83 e diante da insatisfação generalizada com esse valor, reajustou a
proposta para R$ 0,93, repassando ainda um resíduo retroativo a maio.
Segundo
o diretor-geral da Emater, empresa encarregada em gerir o contrato do
Programa do Leite, com esse novo valor se esperava que os produtores
aumentassem suas entregas, fator considerado importante para que o
Governo não adquirisse leite em pó em caráter emergencial. O próprio
Ronaldo Cruz declarou que o estado não pagaria mais de R$ 0,93 e que se
os produtores não reagissem mais positivamente ao estímulo a aquisição
de leite em pó seria inevitável. “O que não podemos é deixar as pessoas
carentes descobertas”, afirmou, na semana passada, ao JH.
Na
terça-feira (10), o dinheiro do Programa do Leite começou a ser pago
pontualmente aos produtores, porém com o valor antigo, o que deixou
muitos deles perplexos, comentou na quarta-feira pela manhã o
vice-presdiente do Sinproleite, Francisco Belarmino. A reportagem tentou
localizar o coordenador estadual e o gerente executivo do consórcio do
Programa do Leite em seus celulares, sem sucesso.