Apesar do país ter colhido 161
milhões de toneladas de grãos, uma safra considerada espetacular a
despeito das diversidades climáticas, o Rio Grande do Norte amargou sua
pior colheita dos últimos 40 anos. É isso que fica claro no 9º relatório
de safra divulgado hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento, em
Brasília.
Com uma redução de 25% de área plantada em relação à
safra passada e um produção de apenas 11 mil toneladas de grãos, o
relatório registra vários casos de municípios com perdas de até 100%.
Ontem
(05), o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte,
José Vieira, comentou que essa situação evidencia a necessidade do
Governo do Estado aumentar seu compromisso com o pequeno produtor. “Se
existe um momento certo para que o Estado não desampare o pequeno
agricultor, esse momento é agora”, afirmou Vieira.
Os
dados inseridos no relatório nacional na Conab foi realizado pelas
equipes da superintendência local da Companhia entre 19 a 23 de março
último e atualizados por meio de contatos telefônicos feitos durante o
período de 23 a 26 de abril.
A área plantada que foi
objeto do levantamento está estimada em 31.612 hectares, correspondendo
a 79,9% inferior ao plantio da safra 2011.
A respectiva produção está avaliada em 8.882 toneladas, ou seja, 91,8% menor menor ao plantio da safra de 2011.
Até
então , a área plantada de algodão, arroz, feijão, mamona, milho e
sorgo foi de 15% na região Oeste e Seridó, 25% na região Agreste e 30%
nas Regiões Litoraneas Norte e Sul.
“Nas últimas duas
regiões – diz um resumo organizados pelos técnicos da Conab local -,
como o período chuvoso tradicionalmente se estende até julho, poderá
haver aumento da área plantada, caso as condições climáticas sejam
favoráveis”.
No entanto, alerta ainda o relatório, “a tendência é de agravamento da situação”.
O
relatório confirma o que já se sabia: as chuvas que cairam durante os
meses de janeiro a março deste ano não foram suficientes para
intensificar o plantio da safra.
Nesses dois primeiros
meses do ano foram plantadas apenas 10% da safra, enquanto que nos anos
normais esse percentual já alcançava 70%.
“Para complicar
ainda mais a situação – diz o relatório dos tecnicos da Conab -, durante
o mês de abril o plantio pouco evoluiu”.