O Governo do Estado examina a
possibilidade de comprar leite em pó para complementar as aquisições de
leite “in natura” feitas pelo Programa do Leite.
Durante
um encontro intermediado no último sábado pelo deputado Henrique Eduardo
Alves, a governadora Rosalba Ciarlini explicou a representantes dos
produtores que a compra de leite em pó seria necessária para suprir a
cota de 140 mil litros diários do programa, uma vez que a seca reduziu
as entregas para alguma coisa em torno de 90 mil litros diários. Essa
diferença de 50 mil litros seria suprida com o leite em pó.
Além
disso, a governadora acredita que o recadastramento dos produtores em
curso reduzirá esse fornecimento para 120 mil litros diários, pelo menos
durante todo esse ano. E a diferença terá que sair de algum lugar para
manter o programa vivo.
Os produtores liderados pelo
presidente da Federação da Agricultura, José Vieira, confirmando o que
já havia sido noticiado por este jornal na semana passada, foi contra a
iniciativa do governo estadual, alegando que o aumento do preço do leite
dos produtores de R$ 0,83 para R$ 1.06 já seria suficiente para
regularizar as entregas. Seguindo o raciocínio dos produtores, o leite
sairia de R$ 1,35 o litro – R$ 0,52 é o valor pago às usinas
processadoras -, passando para R$ 1,58.
Hoje, por causa da
estiagem que castiga o Estado, a bacia leiteira potiguar não produz
mais de 400 mil litros diários, uma redução de 200 mil litros em relação
à média dos últimos anos.
Com os R$ 0,83 que começaram a
ser pagos pelo Governo do Estado, apenas 90 mil dos 140 mil litros
diários são entregues pelos produtores, que recebem seu pagamento
diretamente do programa, sem a intermediação das usinas como acontecia
antigamente.
A diferença também conhecida como
“extra-cota” está sendo comercializada no mercado a preços bem mais
atrativos. Sabe-se que no Seridó, por exemplo, o litro já chegou a mais
de R$ 1,00.
Hoje, a leite em pó que vem sendo objeto de
importações pelo Brasil, sai em média a R$ 9,00 o quilo. Com esse mesmo
quilo é possível se fazer 8,5 litros. No cálculo comparativo, o valor
com a compra do leite desidratado bateria mais ou menos com a pedida dos
produtores em relação ao “in natura”.Com se sabe, eles ficaram
inconformados com a proposta da governadora de aumentar , há 15 dias, os
valores do programa do leite de R$ 0,80 para R$ 0,83.
O
presidente da Federação da Agricultura, José Vieira, criticou duramente
a “idéia” de trocar o leite “in natura” pelo leite em pó do programa do
leite, mesmo que temporariamente. “O momento agora seria pensar em
remunerar melhor o produtor, dando-lhe condições para reerguer a bacia
leiteira e não fazer compra de leite em pó”, afirmou Vieira.
Dias
atrás, em Brasília, a governadora Rosalba Ciarlini encaminhou um pedido
para que o subsídio do Governo Federal ao programa do leite do Rio
Grande do Norte sofresse uma inversão de valores, já que em outros
estados a Federação se encarrega de cobrir 80% do preço do litro
entregue pelo produtor, enquanto os estados pagam apenas 20%. Aqui, os
80% saem dos cofres do estado.
Quem acompanha as
tratativas do Estado com o Governo Federal, reconhece que ainda há muita
morosidade entre o que se fala e o que se cumpre. Um dos exemplos disso
é a posse no Instituto de Defesa Animal do RN de Evádio Pereira,
servidor de carreira do Ministério da Agricultura. Sua posse já saiu
publica há vários dias no Diário Oficial do Estado, mas ele efetivamente
ainda não foi liberado pelo Ministério para cumprir suas novas funções
sem ônus para o Governo Federal.
Na segunda (04), durante a
entrega de 26 retroescavadeiras do PAC 2, numa concorrida solenidade no
parque de exposições Aristófanes Fernandes, o Instituto foi
representado por uma de suas diretoras, Fabiana Lotierzo. Na prática, o
Idiarn caminha para quase três meses sem diretor geral às vésperas da
inspeção marcada para agosto e que vai determinar o status do RN em
relação à barreira da aftosa.
Fonte: O Jornal de Hoje