Desde o último domingo (17), o
presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte
(Faern), José Álvares Vieira, participa dos ciclos de debates na
conferência internacional Rio+20, que ocorre na capital fluminense desde
a última semana.
No encontro, Vieira acompanha os trabalhos
desenvolvidos pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA) no espaço Agro Brasil. “Estou acompanhando de perto todos os
debates e posso afirmar que tanto a CNA quando as Federações da
Agricultura do Brasil estão fazendo o seu papel, de representantes do
setor produtivo, na Rio+20”, ressaltou José Vieira.
No evento,
um dos pontos fundamentais debatidos pela CNA e pelas Federações é
sobre a proposta de criação da Área de Preservação Permanente (APPs)
mundial nas margens dos rios. “Com ela, mostraremos ao mundo a
importância das matas ciliares para garantir a qualidade da água.
Acredito nessa proposta e tenho certeza que conseguiremos passar o
recado para todos os representantes de nações”, afirmou o presidente da
Faern.
Preservação de biomas
“Não queremos ditar
regras a outros países, mas temos autoridade para mostrar ao mundo a
importância das matas ciliares e propor um debate conceitual”, afirmou a
presidente da CNA, senadora Kátia Abreu. “Se esse conceito existe no
Brasil e nós acreditamos nele, ele tem que ser bom para todos os rios do
mundo”, afirmou. Ela participou nesta terça-feira (19), no Espaço
AgroBrasil, liderado pela CNA, do lançamento da proposta de criação da
APP mundial.
Ao falar da iniciativa, - apresentada, em março,
ao Conselho Mundial da Água (CMA) durante o Fórum Mundial da Água, na
França -, lembrou que essa é a contribuição que o Brasil, que tem 12% da
água doce do mundo e preserva 61% de seus biomas, tem a oferecer nesse
debate. “O mundo inteiro precisa saber que a preservação é importante”,
afirmou a senadora.
A senadora Kátia Abreu lembrou que o País
transformou cobertura vegetal nativa em “alimentos, comida e ativos
econômicos e sociais da maior importância para o Brasil” e que as
atividades agropecuárias ocupam 27,7% do território nacional, enquanto
61% estão preservados na forma de florestas nativas. Citou que a taxa de
desmatamento caiu de 27 mil quilômetros quadrados para 6.200
quilômetros quadrados. “Nós vamos chegar muito antes da meta de 5.800
quilômetros quadrados, estabelecida para 2020, assumida em Copenhague,
na Dinamarca”, afirmou. Apesar desses dados, lembrou que “erros foram
cometidos, mas que todos estão dispostos a corrigir esses erros”. “O que
nós queremos, de verdade, é um ambientalismo por ciência e não por
paixão, por ativismo”, finalizou a senadora.