Logística de transporte, pesquisa
agropecuária, propostas para retomada da extensão rural e ampliação do
comércio de grãos e carnes para a China foram alguns dos temas tratados
pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA), senadora Kátia Abreu, em audiência com a presidente da República,
Dilma Rousseff, na segunda (07/05), no Palácio do Planalto. “A
presidente reconhece a importância do setor agropecuário brasileiro e
confirma essa percepção ao discutir e definir uma agenda positiva, que
visa alavancar o crescimento sustentável da produção nacional de grãos e
carnes”, afirmou a presidente da CNA.
Na reunião, a
presidente Dilma Rousseff determinou que o Ministério dos Transportes
finalize, no prazo máximo de 70 dias, uma prévia do Estudo de
Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVITEA) para a hidrovia
Tocantins. Um estudo completo sobre a viabilidade dessa hidrovia deverá
ser concluído em até 150 dias. “Esse é um passo fundamental para
viabilizar a hidrovia Tocantins, facilitando o escoamento da produção
agropecuária nacional e reduzindo os custos de transporte”, afirmou a
senadora Kátia Abreu. A extensão da hidrovia é de 1.500 quilômetros,
desde o município de Peixe, no Tocantins, até a Foz do Tocantins, em
Belém, no Pará.
Alertada pela presidente da CNA para a
necessidade de mais investimentos em pesquisa agropecuária, Dilma
Rousseff pediu que a entidade apresente um projeto privado de
financiamento voltado para a pesquisa agropecuária. Na audiência, a
presidente da República afirmou, também, que o Governo federal quer
investir na qualificação dos produtores e trabalhadores rurais. Para que
esses investimentos sejam feitos, solicitou informações sobre a demanda
do setor rural por qualificação profissional, levantamento que será
feito pela CNA e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR).
Além
da logística e da pesquisa, a retomada de um programa nacional de
extensão rural também foi discutido ontem. “Os Estados têm iniciativas
isoladas e, diante da importância da extensão, a presidente Dilma
Rousseff comprometeu-se a avaliar a reestruturação da extensão rural
nacional”, explicou a senadora Kátia Abreu.
Em termos de
comércio, a solicitação da CNA foi para formação de uma Parceria
Público-Privada (PPP) visando o incremento das vendas de café e de carne
bovina, suína e de frango do Brasil para a China. A meta é ampliar as
exportações de carnes e tornar o País o maior exportador mundial de café
para a China.
As oportunidades para investimentos
chineses no Brasil serão discutidas num seminário que será realizado em
novembro, na China, pela CNA, em parceria com os ministérios dos
Transportes e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), informou a
senadora Kátia Abreu. Logística, plantio de florestas e a Plataforma de
Gestão Agropecuária (PGA) serão temas do seminário. A PGA reunirá
informações sobre produtos agropecuários, garantindo credibilidade aos
produtos e agilidade no acesso às informações, que poderão ser
consultadas pelos países que importam alimentos do Brasil. “As
autoridades chinesas demoram dois anos para liberar a entrada de um
produto agropecuário brasileiro. Com a PGA, a liberação será mais ágil”,
afirmou.
Código Florestal – Na audiência, a presidente da
CNA citou a importância do novo Código Florestal para que o setor
agropecuário brasileiro continue produzindo, com sustentabilidade,
comida de qualidade e barata. Lembrou que a produção de grãos, carnes,
matéria-prima para produção de biocombustíveis e a silvicultura ocupam
apenas 27,7% do território nacional. “Entreguei à presidente alguns
argumentos relacionados ao texto do Código Florestal”, afirmou.
Fonte: Canal do Produtor.com