Lideranças de Lajes participam encontro com Produtores Rurais promovido pela FAERN
Propostas para a cadeia do leite
no Rio Grande do Norte, melhor preço pago aos produtores, combate a seca
que se alastra no interior, valorização da atividade agropecuária.
Esses e outros temas do setor rural foram anexados no documento
elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária do RN e entidades
agropecuárias e entregue nesta segunda-feira (07), a governadora Rosalba
Ciarlini e parlamentares do estado em cerimônia promovida no Centro de
Treinamentos Senadora Kátia Abreu, em Parnamirim.
Na
oportunidade, a direção da Faern, Sinproleite, Sindleite, Anorc e Ancoc
exibiram para a governadora e os parlamentares do RN, a problemática do
setor leiteiro e os caminhos que poderão ser trilhados pelos órgãos
administrativos para minimizar o declínio do setor. “Acredito que
passamos o nosso recado ao Governo e aos deputados. Tenho certeza que
eles sairão daqui sabendo a real situação do campo potiguar e da cadeia
produtiva do leite. Setor esse que amarga prejuízos ao longo do tempo e
que espera uma rápida resposta dos governantes. Tenho certeza que a
governadora se sensibilizará com o nosso pedido e atenderá a nossa
causa. Afinal, o pleito que os produtores rurais estão pedindo é o
clamor da sociedade rural e da economia desse estado”, enfatizou o
presidente da Faern, José Álvares Vieira.
No encontro, a
governadora Rosalba Ciarlini e o secretário de Agricultura, Betinho
Rosado, ouviram dos produtores o pedido para um maior incremento no
pagamento do Programa do Leite (atualmente, o produtor recebe da
administração estadual pelo litro de leite o valor de R$ 0,80) e
prometeram já para a próxima quinzena, o aumento do valor pago. “Iremos
aumentar para R$ 0,83. E com total certeza, aumentaremos mais no
decorrer do tempo”, resumiu a governadora Rosalba Ciarlini.
Flagelo da seca
No
evento desta segunda-feira, diversos presidentes de Sindicatos Rurais
também se fizeram presentes e comentaram sobre a realidade da seca no
interior potiguar. “Precisamos despertar para esse grave problema e
batalhar para uma resolução rápida. Estiagem e seca são comuns no
Nordeste brasileiro, o que não podemos aceitar é que isso sirva de
desculpas para pouca ação. O nosso gado está morrendo e a economia das
pequenas cidades está caindo. Deixaremos isso ocorrer?”, questionou o
presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Santo Antônio, Edan
Bezerra.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de
Lajes, produtor César Militão, a realidade na região Central é
desesperadora. “A prefeitura já decretou estado de emergência e
aguardamos notícias animadoras, mas não é isso que observo. Precisamos
de uma resolução do governo. As famílias rurais já não agüentam mais
essa apatia. O interior merece uma resposta”, ressaltou Militão.
Retomada da adutora do Alto Oeste e parcerias
No
seu discurso, a governadora Rosalba pontuou as ações feitas pela sua
administração para minimizar os efeitos da seca e também comentou sobre
uma maior união e parceria com os produtores e industriais do leite.
“Estamos retomando os trabalhos na adutora do Alto Oeste e lutando por
mais recursos federais para o combate a seca. Queremos que a
transposição do rio São Francisco venha também para o Rio Grande do
Norte. Gostaria de observar também uma parceria entre o Governo e os
produtores rurais, dando sugestões e apontando os caminhos. Somente
assim fortaleceremos a cadeia produtiva”, comentou a governadora.
O
presidente da Federação da Agricultura do RN, José Vieira, ressaltou
que sem esse apoio governamental e da bancada estadual e federal, a
atividade minguará. “Não podemos deixar que um setor inteiro tenha um
declínio tão acentuado como esta acontecendo agora com a cadeia do
leite. Temos que ter uma bancada política forte e que realmente trabalhe
em favor dos produtores e da economia rural. Uma bancada que lute
verdadeiramente pelo crescimento da agricultura e da pecuária potiguar”,
enfatizou Vieira.
Números
>>O recuo na
produção de leite nos últimos anos é de cerca de 36%. Em 2010, de acordo
com dados da Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE, a produção diária
era de 628.645 litros, em 24.358 estabelecimentos rurais no Rio Grande
do Norte. Atualmente, não ultrapassa os 400 mil litros por dia.
>>
Há 17 anos o salário mínimo era pago com a venda de 195,3 litros de
leite. Se a mesma conta for feita em 2012, serão necessários 777,5
litros para chegar aos R$ 622.