Com preço alto, leilão de milho frustra expectativa
A Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) comprou ontem 20 mil toneladas de milho para
atender os estados afetados pela seca no Nordeste. O volume comprado, no
entanto, não corresponde nem a 20% do que foi colocado a venda pelos
produtores (103 mil toneladas). O grão comprado pela Conab irá todo para
a Bahia. Para João Lúcio, superintendente da Conab no RN, o preço
cobrado desestimulou a compra para os outros estados, entre eles, o Rio
Grande do Norte.
A Companhia de Abastecimento anunciou
que realizará um novo leilão para vender as 83 mil toneladas restantes. A
data prevista é 6 de maio. O leilão de ontem foi o segundo realizado
para atender os criadores e produtores dos municípios em situação de
seca no Nordeste. O primeiro fracassou. O grão adquirido neste tipo de
leilão, segundo explicou João Lúcio, é colocado a venda por
fornecedores, comprado pela Conab, e repassado aos estados, que
operacionalizam a venda.
Apesar de não ter sido
contemplado em nenhum dos dois leilões, o Rio Grande do Norte receberá
até o final de maio 5,6 mil toneladas do grão, produzido em Pedra Preta,
Mato Grosso. A venda desta remessa será operacionalizada pela Conab,
que armazenará o milho em seus galpões. “A transportadora foi escolhida
ontem e tem até dez dias para iniciar o embarque. O milho leva, depois
de embarcado, cinco dias para chegar ao RN”, calcula o superintendente
da Conab no estado.
A situação do RN é crítica, avalia
João Lúcio. O estoque atual de milho no estado não chega a 5% da
capacidade. “Os armazéns da Conab podem estocar até 34,1 mil toneladas.
Hoje eles armazenam 1,6 mil toneladas”. Os estoques, segundo ele, nunca
estiveram tão baixos. O problema, segundo João Lúcio, teria se agravado
em março desde ano.
Na tentativa de evitar
desabastecimento, a Conab racionou a venda de milho, usado para
alimentar o rebanho. Os produtores só podem comprar 50% da cota
estabelecida. Para reverter a situação, a superintendência local da
companhia solicitou o envio de 24,5 mil toneladas de milho à direção
nacional. O pedido ainda está sendo analisado, afirma João Lúcio.
O
leilão da Conab, realizado no dia 17 de abril e repetido ontem, é uma
alternativa para acelerar a remoção do milho. O produto comprado no
leilão deve ser entregue pelos vendedores nos portos do Nordeste ainda
em maio.
*Com informações da Agência Estado.
Por ora, Bahia é o único beneficiado
Brasília
- As mais de 20 mil toneladas de milho a granel que a Conab comprou
ontem deverão ser entregues no Terminal Portuário Cotegipe, localizado
na Bahia, entre os dias 27 de maio e 4 de junho.
Esta foi a
segunda tentativa para a realização da operação pela Companhia com base
no modelo definido na Medida Provisória Nº 610, de 2 de abril de 2013,
expedida pela presidenta Dilma Rousseff.
A expectativa da
Conab era adquirir 103 mil toneladas do produto nesta segunda operação.
Para isso, a companhia ampliou o prazo para a entrega do produto nos
portos e manteve o preço de compra usado no leilão passado.
Novo
leilão foi marcado para o dia 6 de maio, para a compra de 83 mil
toneladas para entrega em junho em armazéns portuários dos estados de
Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Os preços de compra só
serão definidos dois dias antes do leilão.
Por meio da MP
610, a Conab fica autorizada a doar o milho adquirido aos governos
estaduais, para que o grão seja vendido a pequenos criadores de aves,
suínos, bovinos, caprinos e ovinos.
Esses produtores devem
estar localizados em Municípios da área de atuação da Sudene em
situação de emergência ou em estado de calamidade pública.
Fonte: Tribuna do Norte
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