Barreiras impostas pelo estado de
Pernambuco e um rebanho ilhado. Declínio do Programa do Leite. Seca
dizimando animais e acabando com a economia de pequenas cidades. Esses e
outros temas foram apresentados para a imprensa potiguar na tarde de
sexta-feira (18), pelas principais entidades agropecuárias do Rio Grande
do Norte, em coletiva na sede da Federação da Agricultura.
O
evento, promovido pela Anorc, Ancoc, Sinproleite e Faern, pretendeu
alertar a opinião pública sobre os males da seca no interior e o
problema da febre aftosa (com as barreiras levantadas por Pernambuco com
relação aos produtos animais do RN). Também serviu para cobrar um
melhor posicionamento da administração estadual sobre o preço pago aos
produtores rurais que fornecem leite para o Programa do Leite. “Foi o
nosso grito de alerta. O pedido para que o Governo observe a realidade
do interior e faça algo por ela. A febre aftosa e as barreiras
levantadas pelo estado de Pernambuco são apenas dois dos problemas. A
seca que está acabando com o nosso rebanho é outro muito grave. E se
nada for feito, nos próximos meses veremos um quadro devastador nas
zonas rurais, não somente com a morte de animais, mas com a economia de
municípios em frangalhos”, alertou o presidente da Federação da
Agricultura do RN, José Álvares Vieira.
De acordo com o
agropecuarista e presidente do Sinproleite, Marcelo Passos, a intenção
de convocar a imprensa foi de fazer ecoar o pedido de inúmeros
produtores rurais. “Com os jornais e as equipes de TV, queremos que toda
a sociedade tome conhecimento do quadro geral da atividade produtiva
nesses últimos tempos. Queremos mostrar a realidade de uma imensa
parcela da população que está sofrendo com os efeitos catastróficos da
seca e também mostrar para todos o descaso do Governo estadual com os
produtores rurais”, ressaltou Passos.
Idiarn
De
acordo com José Vieira, da Faern, a coletiva também serviu para os
integrantes do agronegócio pedirem a nomeação do novo presidente do
Idiarn. “Já faz mais de 60 dias que o Instituto está sem direção. Essa
notícia, em uma época como essa, com barreiras impostas contra o nosso
rebanho, é muito grave”, explicou o presidente da Federação da
Agricultura.
De acordo com produtor rural Gustavo Rocha, o
problema do Idiarn reflete vários outros no que toca a relação entre
Governo e agropecuaristas. “É triste observar toda essa problemática e
saber que o governo nada faz. O Idiarn sem direção é a prova concreta da
inoperância governamental com relação ao campo potiguar”, finalizou o
produtor.
Boas notícias
Na coletiva para os
jornalistas, o presidente da Federação da Agricultura trouxe uma boa
notícia com a confirmação, via Ministério da Agricultura, do pleito
encaminhado pela Faern ao órgão governamental. No pedido, a Federação da
Agricultura do RN defendia que o Governo federal diminuísse, nesse
período de seca, os preços cobrados nos balcões da Conab pelos insumos.
De
acordo com Vieira, o Diário Oficial da União publica na próxima
segunda-feira (21) portaria interministerial que autoriza a venda, pela
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), da saca de 60 kg de milho
aos agricultores familiares (Pronaf) a R$ 18,00 e a R$ 21,00 para os
pequenos e médios produtores rurais do estado. “Com essa seca terrível, o
Governo federal teve a sensibilidade de ouvir o pedido dos inúmeros
produtores do RN e baixou esses preços. Com essa medida, poderemos
respirar um pouco melhor e conseguir comprar os insumos com preços
diferenciados”, finalizou o presidente da Faern.