terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Custo da avicultura no Mato Grosso do Sul preocupa

Apesar das freqüentes altas sentidas pelo consumidor na carne de frango motivada pela maior demanda de consumo interno nessa época do ano e aumento de competitividade no mercado externo, o produtor não tem se beneficiado desse cenário positivo. É o que aponta um levantamento técnico feito pela Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul - FAMASUL nos pólos avícolas de Sidrolândia, Dourados e Aparecida do Taboado.
De acordo com a assessora técnica da FAMASUL, a economista Adriana Mascarenhas, alguns itens que compõem o custo chamaram a atenção pelo alto valor, como a mão-de-obra e maquinário. “As indústrias do setor energético e de celulose absorveram uma parcela significativa da mão-de-obra e isso se reflete na falta de trabalhadores qualificados nas granjas, elevando os salários. E como não temos indústrias de maquinário para a avicultura, o produtor adquire esses equipamentos de outros estados. O frete e a tributação encarecem o investimento na estrutura física dos aviários”, esclarece.
Conforme a assessora, o produtor não tem tido rentabilidade na atividade, o que gera uma perspectiva negativa no médio e longo prazo. “A maioria dos avicultores financiaram seus aviários, e irão precisar de mais investimentos”, ressalta a economista, referindo-se às exigências apontadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para adequação das estruturas das granjas para exportação. “O prazo para essas adequações, que era para esse ano, foi prorrogado para final de 2012, mas, se o produtor rural está com sua margem apertada, dificilmente conseguirá investir para atender essa medida?”, questiona. As normas exigidas pelo MAPA tratam dos procedimentos de registro, fiscalização e controle de estabelecimentos avícolas. Adriana aponta o incentivo do governo do estado à atividade como uma das alternativas para viabilizar esse investimento exigido pelo MAPA. “Mas é preciso analisar com produtores e indústrias outros gargalos do setor”, enfatiza.
O Brasil é o maior exportador da carne de frango de corte, respondendo por 30,37% da produção mundial. Dados da Câmara Setorial de Avicultura de MS apontam que o Estado possui 1.291 aviários, com um consumo mensal de ração de 56 mil toneladas e abate de 590 mil aves/dia. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) as exportações de carne de frango do Brasil, em novembro, alcançaram 358,7 mil toneladas e renderam US$ 766,3 milhões, um aumento de 12,1% em volume e de 23,5% de receita em relação a novembro de 2010.

Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul - FAMASUL
www.famasul.com.br

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